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NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS EMOCIONA O PÁTIO DO TERÇO

Mais do que um simples encontro cultural, a Noite dos Tambores Silenciosos é um marco da religiosidade afro-descendente pernambucana. Nesta segunda (04), a partir das 20h, vinte e duas nações de maracatu se reuniram e desfilaram para o enorme público que compareceu no largo em frente à Igreja do Terço, no bairro de São José, antes da esperada cerimônia, que tradicionalmente acontece à 0h da terça de Carnaval, quando as luzes se apagam, depois do cortejo de cada nação.

O ritual é uma homenagem aos eguns (ancestrais mortos) e um pedido de permissão para que os orixás abençoem e tragam paz ao Carnaval. O secretário de Cultura, João Roberto Peixe, representou o prefeito João Paulo na cerimônia, que contou com a presença de personalidades de destaque no meio artístico brasileiro, como o cantor e compositor Milton Nascimento e o ator e diretor José Celso Martinez, que preferiu acompanhar tudo no meio da multidão.

"Esse é um dos momentos mais relevantes do Carnaval Multicultural do Recife. É um patrimônio cultural da cidade, do Brasil e, arrisco dizer, do mundo. Essa cerimônia é fruto da religiosidade afro e suas expressões artísticas", explicou João Roberto Peixe. O secretário destacou ainda a sensibilidade da atual gestão em garantir a infra-estrutura, organização e a visibilidade do evento.

Segundo Arlindo Carneiro, rei do Maracatu Cambinda Africana, participar da Noite dos Tambores Silenciosos é uma experiência única. "Tem que ter vivido este momento para entender. É o décimo ano que eu defendo minha nação nesse encontro e sempre é emocionante", disse. O Pátio do Terço ficou pequeno para o grande público que compareceu. Muitos turistas conheceram o encontro pela primeira vez. Gregori Dufaure, francês residente em São Paulo, elogiou a cerimônia e a programação do Carnaval do Recife como um todo. "Nunca tinha visto algo tão emocionante. É a primeira vez que venho e estou achando muito legal porque não é um Carnaval fechado, e sim participativo", comentou.

História - O sociólogo Paulo Viana, que se envolveu em estudos da cultura negra e era conhecedor do universo dos Xangôs do Recife, passou a divulgar, a partir do ano de 1968, a cerimônia ritualística de origem afro-descendente, apresentando danças afro-brasileiras, textos de denúncia e homenagens aos escravos mortos e orixás no Pátio do Terço, criando, assim, a Noite dos Tambores Silenciosos.

Pátio do Terço - Pátio de Sinhá, Iaiá, Badia, e Tia Bernadina, todas descendentes das tradicionais casas nagôs de Pernambuco; Pátio que serviu aos trabalhos de drenagem dos terrenos alagados, no tempo dos holandeses, e ficou conhecido depois como "a estrada da cidade", para quem viesse ao lado do continente; local onde os negros ficavam quando vinham de fora e muitos acabavam morrendo.

Nações que participaram da Noite dos Tambores Silenciosos:

Maracatu Nação de Luanda

Nação do Maracatu Elefante

Nação do Maracatu Encanto do Dendê

Maracatu Encanto da Alegria

Nação do Maracatu Estrela Dalva

Maracatu Axé da Lua

Maracatu Nação Sol Nascente

Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu

Maracatu Almirante do Forte

Nação do Maracatu Porto Rico

Maracatu Cambinda Estrela

Maracatu Nação Gato Preto

Maracatu Nação Leão Coroado

Maracatu Linda Flor

Maracatu Raízes de Pai Adão

Nação do Maracatu Estrela Brilhante do Recife

Maracatu Leão da Campina

Maracatu Nação Aurora Africana

Maracatu Oxum Mirim

Maracatu Encanto do Pina

Maracatu de Baque Virado Cambinda Africana

Maracatu Nação Tupinambá
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