Segundo a coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher do Recife, Benita Spinelli, o monitoramento pretende avaliar aspectos como manutenção das instalações físicas e o correto preenchimento de prontuários, além da observação do que não está sendo posto em prática pelos funcionários. “Num primeiro momento, o estudo servirá para pontuar quantos e quais protocolos não estão sendo cumpridos pelas maternidades. A avaliação não tem caráter punitivo. Ela é um artifício dinâmico e acessível para reconhecermos e mudança de possíveis falhas na nossa rede de atendimento”, explica.

Os tópicos do estudo tiveram como base as informações solicitadas pelo Ministério da Saúde para o parto humanizado. No entanto, algumas perguntas foram adaptadas para a necessidade dos serviços recifenses, a exemplo da oferta e utilização do módulo vertical nas unidades. O questionário foi dividido em três blocos de avaliação. O primeiro aborda pontos como atendimento, aconselhamento e práticas obstétricas dos profissionais atuantes nas maternidades. Já o segundo grupo de itens é reservado à estrutura oferecida nas unidades de saúde. A última parte da pesquisa pretende medir o grau de satisfação das usuárias do serviço. A visitação aos centros médicos ocorrerá entre os dias 5 e 25 de setembro.

“Encerrado o período de visitação nas maternidades municipais, vamos elaborar o perfil dos serviços. Com isso, poderemos detectar os pontos que precisam ser melhorados, elaborar estratégias mais eficientes para a sua correção e definir pontos para que eles não voltem a ocorrer. Nos últimos anos, temos conseguido grandes conquistas, como a queda nas taxas da mortalidade infantil, mas não basta fortalecer a política de saúde da mulher. É preciso monitorar para manter a estrutura funcionando”, completa Benita Spinelli.

Mortalidade infantil – O monitoramento nas maternidades municipais integra as ações da Prefeitura para garantir a manutenção dos índices de mortalidade infantil. Conforme levantamento divulgado esta semana pela Secretaria Municipal de Saúde, Recife conseguiu consolidar a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de diminuir em dois terços o número de mortes entre crianças com até um ano de vida de 1990 (47,1) a 2007 (13,0).

Como a redução tinha sido fixada para 2015, isso significa dizer que o município conseguiu antecipar a sua meta em sete anos, antes mesmo do Brasil, que só deve atingir a mesma meta em 2012. “Comparando os números de 2000 a 2007 no Recife, conseguimos reduzir a taxa de mortalidade no período em 36,3%, passando de 520 para 282 óbitos registrados. Isso é muito positivo, pois indica o êxito na política de saúde desenvolvida pelo município nas questões referentes à mulher e à criança”, reforça a secretária Municipal de Saúde, Tereza Campos.