A 3ª edição do Projeto Intervalos foi aberta na noite desta sexta-feira (5), no jardim do Teatro do Parque, rua do Hospício, 81, bairro da Boa Vista, com a apresentação do grupo Treminhão. O trio, que é formado pelo baixista Marcos FM, o guitarrista e violonista Breno Lira, e o baterista Ricardo Fraga empolgou o público ao som de música instrumental de qualidade, e de ritmos diversos, como jazz, blues, regional e outros populares do País e do mundo. Já conheço o trabalho deles e sou um fã incondicional. Que bom eles estarem no Projeto Intervalos, comemorou o músico Jorge Guerra, 37 anos. Este ano o Intervalos traz 16 atrações, todas às sextas-feiras, às 18h, até dezembro.

O casal de namorados aproveitou o ensejo da chuva fina para se proteger num banco que fica embaixo de uma árvore antiga do jardim do Teatro. Enquanto curtiam a música, os funcionários públicos Atamir Ramos, 43 anos, e Alice Barros, 44, disseram estar aproveitando bem o projeto. É muito bom pra gente poder ouvir uma boa música, enquanto namoramos, garantiram.

Até quem entrou no teatro por engano ficou satisfeito com o que encontrou no Parque. Eu achei que hoje seria a dança do ventre, mas não era. Mesmo assim estou gostando da apresentação deste grupo, confessou a estudante universitária Elisabete Figueiredo, 24, enquanto saboreava uma laranja-cravo numa mesa do jardim.

Esta foi a primeira vez que o Treminhão participou do Projeto Intervalos. Porém, um dos integrantes já conhecia de perto este projeto, na condição de espectador. No ano passado eu estive por aqui para assistir ao show de Geraldo Maia. Agora venho para me apresentar, recordou Breno. Sobre o espaço físico (o jardim do teatro), ele aprovou a idéia. É bastante interessante, pois cabe muito bem para a música instrumental.

Para a gerente de Serviços do Teatro do Parque, Niziani Miotto, a expectativa é de que esta edição venha a triplicar a participação do público, em relação ao ano passado, que contou com uma presença de 1.737 pessoas, ao longo de quase três meses e 11 atrações. Desde o início, em 2006, que o projeto vem crescendo em termos de atrações e público, afirmou. A edição inaugural contou apenas com quatro atrações, ao longo de 34 dias.

Devido ao bom aproveitamento do espaço físico disponível, Niziani disse que pretende expandir projetos para que o público desfrute por completo do jardim do Teatro do Parque. Estamos vendo se realizamos recitais de poesia no horário do almoço. Isso geraria mais dinamismo ao teatro. Até porque, o que importa mesmo é que estamos aproveitando o 'oásis' que temos no centro do Recife, enfatizou a gerente, ao referir-se ao jardim do teatro.

Niziani Miotto lembrou ainda que esta edição conta com a realização da Gerência Operacional de Teatros, e os apoios da Gerência Operacional de Música e da Gerência Operacional de Produção e Operacionalização, todos da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR). A seleção e o cadastro dos grupos e bandas candidatas passam pelo crivo daquela gerência. Este ano foram quase 60 inscritos, no total, explicou.

Curiosidades – O grupo Treminhão tem a origem do seu nome marcada por uma visão introspectiva de Marcos FM. Segundo seu relato, como é natural da cidade de Timbaúba, na zona da Mata, as suas idas e vindas de lá para o Recife, quando estudou no Conservatório Pernambucano de Música, permitiram-no a observar no caminho os pesados e vistosos caminhões transportadores da cana-de-açúcar. Aquelas carretas de três compartimentos são enormes e servem para transportar a cana do canavial para as usinas. Eu ficava observando elas e o seu nome é justamente esse: treminhão. Foi daí que surgiu a idéia, contou.

Com quase seis anos de estrada, o primeiro CD do Treminhão foi lançado em 2005, e tem o nome da banda. Já o segundo, e mais recente trabalho, está no mercado desde o último dia 24 de julho e chama-se Panelada.

Quem não pôde conferir a apresentação do Treminhão nesta sexta-feira (5) terá nova oportunidade em outubro. A agenda está completa no site .

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