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Cultura

ENCERRAMENTO DO SPA DAS ARTES FEZ RETROSPECTIVA DO EVENTO

Chegou ao fim, neste domingo (14), a sétima edição do SPA das Artes, principal evento de artes visuais do Norte e Nordeste. Durante uma semana, Recife serviu de suporte para as mais diversas intervenções artísticas, oficinas, exposições, debates e exibições de vídeos, chamando a atenção do público em geral e contando com a participação de artistas locais, nacionais e internacionais do campo da arte contemporânea. Neste último dia, os melhores momentos do evento foram exibidos em vídeo, no Pátio de São Pedro, no que se chama de Saldão do SPA. Além disso, foram mostrados ao público os resultados dos trabalhos de alguns artistas que foram contemplados com a Bolsa de Incentivo à Produção Artística e à Residência Artística, uma das novidades deste ano.

Por volta das 18h30, a intervenção Um Vestido com Três Pontas, da catarinense Letícia de Brito Cardoso, abriu a noite. Três mulheres, vestindo uma roupa confeccionada durante o período da Bolsa-Residência, entoavam cânticos à Iemanjá, enquanto faziam movimentos circulares no centro do Pátio. Cada uma delas ficava numa ponta do vestido, que se alternava durante a movimentação. Uma das mulheres era a cantora Isaar França.

Logo em seguida foi exibido o vídeo Vestígios, de João Lin, que resgatou fragmentos de memória da infância de moradores da Mustardinha; e uma série de fotos da intervenção Obra Limpa III – Recife Revelada, do chileno (que reside em Brasília há 20 anos), Rodrigo Paglieri. O trabalho consistiu na utilização das paredes de alguns locais públicos da cidade para que, através da remoção da sujeira dessas paredes, fossem criados desenhos. Um dos locais escolhidos por Paglieri foi o Forte das Cinco Pontas. “O desafio, inicialmente, foi ficar derivando pela cidade. E aí, tive de pesquisar muito sobre Recife, conhecer melhor. Além de pesquisar a geografia e a história da cidade, a gente acaba compreendo as tensões dela. E, nesse caso, pra limpar o forte foi um sacrifício, porque é um monumento tombado, tinha uma série de restrições. Mas acabou funcionando”, confessou Paglieri. Ele ainda informou que os desenhos criados nessas paredes foram inspirados numa espécie de descoberta que ele fez: de que grande parte das igrejas do Recife possui apenas uma torre. “Então, em todas essas paredes eu desenhei a outra torre que falta nessas igrejas”, informou.

Após isso, teve início o Saldão do SPA. Uma espécie de balanço de todas as atividades do evento durante a semana. A grande novidade desse ano foram as exposições e intervenções descentralizadas, onde a direção do SPA selecionou seis artistas-articuladores (não necessariamente envolvidos com artes plásticas e/ou visuais) que escolheram, cada um, cinco artistas da área para realizarem trabalhos em localidades fora do eixo principal do SPA. Peixinhos, Casa Amarela (Sítio Trindade), Espinheiro, Imbiribeira, Torre e Santo Amaro foram os bairros que receberam essas intervenções durante toda a semana. A intenção do coordenador geral do SPA, segundo Márcio Almeida, não é descobrir novos talentos, e sim estimular novos circuitos, expandir o campo de atuação do evento.

Além disso, os destaques deste ano foram a Tarde Performática, que reuniu, na última quinta-feira (11), performances de artistas de diversas gerações, dos anos 70 aos 2000; o TranSPA, transporte que levou o público para conhecer o circuito descentralizado e outras ações do evento; as ações paralelas, onde qualquer pessoa poderia realizar sua intervenção particular e fazer a divulgação no site do SPA; além das Bolsas de Incentivo à Criação Artística e à Residência Artística, que promoveu uma troca entre alguns artistas, que tiveram um tempo maior para desenvolver seu trabalho, e a cidade.

Para Márcio Almeida, o grande trunfo do SPA foi conseguir levar ao Recife uma semana inteira de arte contemporânea dialogando com o centro urbano, segundo ele, o grande alicerce para a criação e desenvolvimento das intervenções, e provocar reações das mais diversas no público, principalmente naqueles que não estão habituados a conviver ou compreender esse tipo de trabalho. “A arte contemporânea não tem uma leitura tão fácil. As suas reflexões querem, antes de mais nada, provocar um certo estranhamento. Você vê pessoas que não têm uma compreensão muito amadurecida do que vem a ser arte contemporânea, mas que sabem que aquilo é uma obra de arte. Outras, já pensam que aquilo ali é uma macumba. A gente quer é isso: atingir o público, criar reflexões, para que cada um tenha uma leitura bem particular. O grande suporte do SPA é a cidade”, resumiu Márcio. O encerramento da noite ficou por conta da apresentação do DJ Dolores, que subiu ao palco do Pátio de São Pedro por volta das 21h.

O SPA das Artes, que acontece desde 2002, foi uma realização da Prefeitura da Cidade do Recife, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação de Cultura em convênio com a Sociedade de Amigos do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães e sob a coordenação da Gerência de Artes Visuais e Design da PCR. Contou, neste ano, com um investimento de R$ 230 mil.

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