Utilizando a arte como ferramenta de combate à violência, o Programa Nacional de Segurança Pública com Segurança e Cidadania (Pronasci), em parceria com o Programa Multicultural, da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCRR), promove a Oficina de Adereços Natalinos, direcionada para moradores do bairro de Santo Amaro, e que teve início nesta terça-feira (16), seguindo até sexta-feira (19). A atividade acontece na Escola Municipal Sede da Sabedoria e é ministrada pelos arte-educadores Alcione Freitas e Ed Sá.
 
A oficina é a primeira de uma série de atividades que serão intensificadas a partir de janeiro de 2009, nos bairros de Santo Amaro, Iputinga e na comunidade do Coque, em Joana Bezerra. No próximo ano são previstas mais 32 oficinas, além de cursos de audiovisual, fotografia, literatura e música, com maior duração (um total de 450 horas/aula cada um deles), além do curso de Restauração Artística de Fachadas, que durará cerca de um ano. Essas atividades estão dentro de uma das linhas adotadas pelo Pronasci, trazendo cultura a essas comunidades como forma de prevenção e controle da violência. Sobre a parceria com o Multicultural para desenvolver essas oficinas nas comunidades, a secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, Karla Menezes, ressalta o potencial transformador da arte nesse sentido. “A gente constrói a segurança e a redução da violência também através da cultura. E muito mais do que agir de forma repressiva na área, a gente precisa cada vez mais elevar a auto-estima da população, aproveitar todo o potencial criativo que a comunidade tem”, explicou a secretária.
 
Na oficina, materiais como garrafas pet e jornais são utilizados para confeccionar guirlandas natalinas. A turma, composta por 20 mulheres, além de produzir o seu próprio adereço natalino, poderá pensar até mesmo em se profissionalizar a partir desse novo aprendizado, é o que diz a arte-educadora Alcione Freitas, co-responsável pelas aulas. “Além de estimular a criatividade, de ser um processo artístico, existe a questão da geração da renda. Essas pessoas podem pensar em vender o que confeccionam. Não mais para esse Natal, que já está em cima, mas já se preparando pro ano que vem, formando grupos, trabalhando em conjunto e podendo ganhar com isso”, disse Alcione, ressaltando também que esse trabalho pode ser disseminado para outras pessoas. “Isso aqui é uma fonte de conhecimento, onde elas pode aprender cada vez mais”, falou.
 
Entre as alunas da oficina o interesse é evidente. Cristiane da Silva, de 20 anos, que participa do ProJovem, disse que fez questão de participar da atividade pela vontade de querer obter novos conhecimentos.  “Eu fiquei alegre quando cheguei aqui. Eu não sabia fazer um enfeite de Natal, e agora aprendi. Sempre quando aparecem coisas do tipo, eu participo, porque mais pra frente eu posso precisar disso”, falou Cristiane.

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