Gargalhadas, fogos, o cuidado do uso da chupeta e da mamadeira. Assim estava o cenário no Teatro do Mamulengo, na Praça do Arsenal, Recife Antigo, durante a apresentação da peça A revolta das chupetas, na tarde deste domingo (28). A encenação dos bonecos é fruto de uma parceria com a Prefeitura do Recife, através da Fundação de Cultura.

“A intenção é divulgar a cultura do mamulengo. Estamos realizando apresentações gratuitas, em dezembro, e vamos encerrar no próximo domingo (04)”, disse o responsável pelo Teatro do Mamulengo e produtor Cultural, Carlos Moura. A ação agradou ao público, mesmo quem é de outro estado. “Esse incentivo cultural é muito importante. E não vejo esse tipo de ação dessa forma lá no Ceará”, opinou a professora cearense, Ávila Teixeira, que assistia à apresentação com a filha, Laisa, de 2 anos. Para a terapeuta ocupacional, é uma oportunidade de apresentar os bonecos às crianças: “O Davi, que tem 3 anos, nunca tinha visto os mamulengos. Acho interessante essa iniciativa, sobretudo por ser gratuita e por isso qualquer pessoa pode assistir”.

A peça é do grupo Cia Máscaras de Teatro e é encenada pelos atores Sebastião Simão, Sara Simão e Diógenes Gayo. Conta a história de um menino dentuço, Teleco, que por causa do problema originado pelo uso demasiado da chupeta e mamadeira, a mãe organiza passeatas contra ele. É quando o Rei Lata, dono da fábrica dos produtos, procura combater as ações dela. Então convocou a bruxa e o ninja para acabar, mas o menino fez um robô, o Robox, para vencer. Para isso, ele solta fogos, mísseis, explosões e fogos. “Queremos alertar as mães para os cuidados com o uso da chupeta e da mamadeira. Porque não é só uma questão de estética, pode vir a serem sérios problemas de saúde”, contou a atriz.

Mamulengos – É um divertimento popular que consiste em apresentações dramáticas, por meio de bonecos, em um palco pequeno e ligeiramente elevado. Por detrás do pano, escondem-se os atores, dando movimento e fala. A presença dos fantoches é assinalada desde a mais remota Antiguidade,desde o Egito, 5000 anos Antes de Cristo. “É o teatro mais antigo do mundo”, afirmou Carlos Moura.

Os fantoches freqüentavam as feiras da Antiga Grécia e de lá passaram para Roma. Da Itália, na Idade Média, os títeres caminharam pelas mãos de artistas anônimos para vários paises da Europa, alegrando as crianças e os adultos. Naquela época, a Igreja aproveitou do teatro de marionetes para a difusão do espírito religioso, com objetivo de atrair a atenção dos fiéis, de forma clara e objetiva, tendo esta forma de espetáculo adquirindo também o nome de Presépio, no qual figurava o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.  Deve ter sido desta forma que a apresentação entrou no Brasil. Aos poucos, tanto no nosso país quanto na Europa, foram introduzidos neles assuntos profanos, principalmente os que provocam a hilaridade. 

Os bonecos são feitos de madeira, metal, papel, barro, etc, e vestido a caráter. Geralmente cada um tem o seu nome e a sua personalidade. Nas representações não saem uma determinada linha de conduta, então, o chorão, o briguento, o valente, o bondoso, sempre se apresentam com os seus predicados, pelos quais se tornam conhecidos. Além dos humanos, há também os personagens bichos, destacando-se entre nós o brasileiríssimo jacaré.

Com o passar do tempo, graças à maneira de serem manejados pelos artistas, os mamulengos foram adquirindo diferentes caráteres. E hoje eles são classificados de três formas: os de varinha, os que são movimentados por cordas (marionetes) e os guignol, movimentados pela mão do artista, introduzida dentro do fantoche. A voz é de quem o maneja.

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