Com o objetivo de ampliar o debate e as medidas preventivas contra discriminações de ordem sexual, gênero ou raça dentro do ambiente universitário, diversas entidades, entre elas a Gerência de Livre Orientação Sexual (Glos) da Prefeitura do Recife, participarão de um encontro que irá criar o Núcleo de Opressões da Universidade Federal de Pernambuco, além de definir a estrutura e os fundamentos que irão nortear suas ações na sociedade. O encontro acontece nesta quarta-feira (14), às 14h, no Diretório Acadêmico de Ciências Sociais, no 2º andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), que fica no campus da UFPE, na Cidade Universitária.

A atividade reunirá órgãos que atuam dentro das perspectivas da diversidade sexual, gênero, raça e etnia e que irão formar o corpo do Núcleo. Participarão da reunião, representantes do Núcleo de Cidadania Homossexual, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); a Ong Leões do Norte; o Coletivo Feminista, da UFPE; a Gerência de Livre Orientação Sexual da Prefeitura do Recife; além de convocar toda a população que queira expor opiniões, idéias, ajudando a construir as diretrizes de atuação do Núcleo e definir o planejamento de atividades do mesmo no ano de 2009.

O Núcleo de Opressões funcionará como um mecanismo de combate à discriminação que envolva questões como opção sexual, gênero, raça e etnia, e pretende promover atividades que envolvam a sociedade e que venham possibilitar a ampliação do debate sobre essas questões, tomando medidas eficazes de combate à homofobia e outras formas de preconceito social. A proposta também é levar esses debates à população como um todo, trazendo a Instituição de Ensino Superior ao povo e fazendo do Núcleo um espaço aberto para a colaboração de todo e qualquer cidadão que possa contribuir para a sua atuação dentro de uma perspectiva coletiva.

O Núcleo de Opressões surge como uma resposta a diversos casos de homofobia que vêm ocorrendo dentro da Universidade Federal de Pernambuco, nos últimos anos. Um dos registros marcantes foi um caso ocorrido após as eleições que definiram a nova administração da Casa do Estudante Universitário. Na ocasião, integrantes da chapa que perdeu a disputa, formada por homossexuais, denunciaram terem sido vítimas de provocações, agressões verbais e até ameaças de morte, de teor homofóbico, por parte dos integrantes da chapa vencedora. Após acionarem a segurança interna do campus, também foram tratados pelos mesmos de forma hostil, tratamento esse baseado em um código interno dos próprios seguranças (o código de número 18), que classifica “Homossexuais” em uma espécie de ocorrência, no mesmo nível que “Elemento Suspeito” (código 1), “Entorpecente” (código 17), “Desordem” (código 3), entre outros.

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