O conjunto paisagístico do Sítio Trindade está passando por uma prospecção arqueológica que deixará à mostra a antiga fortificação do Arraial Velho do Bom Jesus, símbolo da resistência dos luso-brasileiros ao ataque holandês no século XVII. Com a proposta de ampliar o conhecimento sobre esse patrimônio cultural, a Prefeitura do Recife coloca em prática, a partir desta sexta-feira (17), o projeto Conhecendo o Arraial Velho do Bom Jesus, que possibilitará aos alunos e professores da rede municipal e a comunidade em geral conhecer o valor histórico e cultural do lugar.

O trabalho visa apresentar o resgate da história do sítio arqueológico, promovendo o processo de conscientização do público escolar da redondeza para preservação dos achados. Os visitantes conhecerão de perto o trabalho de pesquisa arqueológica com as equipes da empresa Arqueolog e de educação patrimonial da Prefeitura. No local, encontrarão ainda um laboratório móvel, onde os profissionais que fazem as escavações guardam os achados arqueológicos.

A primeira etapa do projeto começa nesta sexta, às 10h, quando professores da rede municipal do entorno do Sítio assistirão a uma palestra sobre a história do lugar e também sobre as formas de preservá-lo. “Pretendemos, a partir do corpo docente, chegar aos alunos para que o senso de preservação seja propagado para toda a população”, explica a gerente de Educação Patrimonial da Secretaria de Cultura do Recife, Lorena Veloso.

O segundo passo será levar os alunos ao local com visitas agendadas por turmas de 30 a 40 jovens. No Sítio Trindade, os estudantes participarão de quatro atividades: assistirão a apresentações de literatura de cordel e história cantada, em que toda a história da área será contada de forma lúdica; conhecerão as escavações, quando os arqueólogos responsáveis explicarão todo o processo de prospecção; conhecerão o laboratório móvel arqueológico e assistirão apresentação em powerpoint do histórico do Arraial Velho de Bom Jesus. “Pretendemos começar essa etapa ainda na próxima semana”, adianta Lorena.

O replantio de algumas espécies arbóreas retiradas na área onde acontece a intervenção, fato que contou com a autorização do Conselho do Meio Ambiente do Recife – COMAM, é a terceira etapa. A Empresa de Limpeza e Manutenção Urbana – Emlurb ficou responsável pela limpeza do local retirando as plantas rasteiras e de pequeno porte localizadas no terreno escavado, para em seguida, dar início ao corte das grandes árvores. Caberá ao Laboratório de Arqueologia a retirada das raízes das árvores, para evitar maiores danos às paredes do fosso. A Diretoria de Meio Ambiente - Dirmam da Prefeitura do Recife coordenará o replantio imediato das mudas com alunos da rede municipal. “A maioria das árvores é de fácil replantio. Aquelas que não pudermos replantar iremos compensar com o plantio de novas mudas em outras áreas do Sítio”, explica o diretor da Dirmam, Mauro Buarque.

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