A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Assistência Social, promoveu, na manhã desta quinta-feira (07), uma palestra para apresentar os resultados de uma pesquisa sobre atuação do Programa Bolsa Família na capital pernambucana. Realizado no auditório Lula Cardoso Ayres, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no bairro do Derby, o encontro reuniu profissionais que atuam diretamente com o público beneficiado, como assistentes sociais, psicólogos e técnicos do programa municipal.

Desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre 2007 e 2008, a pesquisa procurou identificar os impactos do Bolsa Família na vida das famílias beneficiadas, e fazer uma comparação com aquelas não beneficiadas. Do universo de cerca de 120 mil famílias cadastradas, na época, foi selecionada uma amostragem de 1.700, de diferentes bairros do Recife. “Observamos, por exemplo, que o programa consegue melhorar as condições de vida principalmente das pessoas mais miseráveis, e que o dinheiro é basicamente utilizado para a compra de alimentos”, relatou a economista e participante da pesquisa, Bárbara Cobo.

Segundo a doutoranda da UFRJ, outro dado muito importante obtido através dos resultados com as famílias recifenses, é de que as pessoas beneficiadas não se acomodam com o valor recebido e continuam na busca de um emprego. “Há uma desmistificação do mito de que quem recebe a ajuda não se interessa em conquistar um trabalho”, revelou Bárbara. Para a assessora de gabinete da Secretaria de Assistência Social, Tereza Jacinta, a apresentação da pesquisa visa trazer novos elementos na intenção de aprimorar o programa. “Com esses dados vamos poder melhorar o atendimento, a atenção com o público e a política que será desenvolvida nos próximos anos”, afirmou.

Também participou da palestra, a diretora de Proteção Social Especial da Assistência Social, Verônica Oliveira, que atualizou os profissionais presentes a respeito dos números mais recentes do Bolsa Família Municipal. “Atualmente existem no cadastro único do Recife 173 mil famílias cadastradas, das quais 116 mil recebem algum tipo de beneficio, o que representa um custo de cerca de R$10 milhões por mês”, informou a diretora. Ainda durante a apresentação dos resultados, a pesquisadora, destacou o apoio fundamental da Prefeitura do Recife e, especificamente, dos agentes de saúde comunitários, que ajudaram muito no trabalho de campo dos entrevistadores, identificando e localizando as famílias selecionadas.

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