Introduzir crianças e adolescentes no universo artístico contemporâneo, proporcionando experimentações nas diversas linguagens da arte. É com este objetivo que o Museu Murillo La Greca, equipamento cultural ligado à Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), iniciou, na tarde desta quinta-feira (14), o curso de pintura que faz parte da série de oficinas intitulada Atelier Experimental de Artes, voltada para crianças de oito a 11 anos.

Os cursos seguirão até novembro, em módulos mensais – pintura, desenho, modelagem, teatro, fotografia, vídeo e cinema. As aulas, ministradas todas as quintas-feiras de cada mês, das 14h às 17h, por quatro educadores do Museu, terão como principal enfoque a prática da experimentação, comum à linguagem artística nos dias de hoje. “A nossa idéia é fugir desse conceito tradicional da arte e usar, dentro do Museu, a linguagem contemporânea, bem experimental. E queremos trabalhar isso desde essa idade”, explicou Vanessa Acioly, umas das educadoras responsáveis pelos cursos.

Cada oficina inicia com uma breve introdução teórica ao tema. Nessa primeira aula, conceitos como pintura expandida e pintura no cotidiano foram abordadas. Na prática, foi trabalhada uma técnica chamada Light Paint (“pintura com luz”). Com lanternas coloridas, as crianças aprendem a criar desenhos através dos movimentos que realizam no ar, registrados através de fotografias. O resultado são pinturas que surgem a partir da interação entre as luzes e os contornos esboçados. Em seguida, as crianças visitaram o acervo de Murillo La Greca, interagindo com as obras.

Segundo Vanessa, essa é uma das propostas da metodologia do curso. “Nós pensamos em trabalhar o conceito de pintura expandida, saindo um pouco dessa coisa de só ter a tela como único suporte para criar uma pintura. A idéia é que elas aprendam a utilizar também outros suportes e possibilidades”, explicou. Ela também contou que, ao final de cada módulo, um artista ligado a determinada linguagem será convidado para um bate-papo com as crianças sobre suas experiências. O convidado deste primeiro módulo é o artista plástico Gil Vicente. Também, segundo Vanessa, entre um módulo e outro será feita uma ponte de ligação, para não interromper o ciclo criativo das aulas. “Vamos sempre fazer um link entre os módulos para que não haja uma quebra do processo”, falou.

O pequeno Mateus Mesquita, de sete anos, mostrou-se empolgado com a aula. “Eu gosto de desenhar. Desde os dois anos que eu desenho. E, às vezes, eu faço algumas coisas na minha escola também. Aí, minha mãe me falou do curso e perguntou se eu queria fazer, e eu disse que sim. E quero fazer todos os cursos também”, contou.

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