Marcando as comemorações pelo Dia do Poeta Recifense, o 7º Festival Recifense de Literatura – A Letra e a Voz, presenteou a cidade com um evento inteiramente dedicado à poesia, na manhã deste domingo (16). Com concentração na Praça de Boa Viagem, às 10h, “Um Bonde Chamado Poesia” reuniu poetas na frevioca para um recital itinerante ao longo de toda a orla.

Surpreendendo as pessoas que caminhavam pelo calçadão, se revezaram ao microfone o poeta e músico Alan Salles (CE), o rapper Zé Brown e as poetizas Vanessa Sueidy e Aline de Andrade. O que se viu foi uma verdadeira mistura de linguagens, que passearam desde o rap engajado de Zé Brown, passando pelas influências de cordelista de Alan Salles, até o lirismo das poesias de Aline Andrade e Vanessa Sueidy.

“Este evento é uma bela maneira de homenagear o Dia do Poeta Recifense e abrir espaço para as várias linguagens da poesia, chamando a atenção do público para o Festival”, comentou a gerente de Literatura e Editoração da Fundação de Cultura, Heloisa Arcoverde. Para Alan Salles, que foi o idealizador do bonde, apesar de ser surpreendida, a população responde positivamente ao evento. “As pessoas só podem apreciar o que têm contato. Há um estranhamento inicial, mas depois o público se acostuma e acaba participando, pois a alma popular é universal”, afirmou.

O rapper Zé Brown, que ficou conhecido por misturar o rap com ritmos pernambucanos como a embolada, o coco e o forró e criar um estilo próprio, falou da experiência de participar do bonde. “Está sendo um momento exclusivo. Estou levando minha mensagem para um público que não está acostumado com esse tipo de coisa. Gente de todo o tipo, branco, negro, rico e pobre. Isso é muito bacana”, disse.

Segunda a poetisa Vanessa Sueidy, o bonde atinge seu objetivo quando consegue sensibilizar o público. “Pra mim é uma satisfação esse contato direto com as pessoas interferindo nas suas rotinas e as cativando com música e poesia”, afirmou. Já Aline Andrade definiu a experiência de recitar no bonde. “É muito louco perceber que as pessoas vão olhando, acordando e interagindo com as poesias. Uma experiência única”, afirmou.

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