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Cultura

RAIMUNDO CARRERO DESVENDA A LITERATURA EM OFICINA
10:53 Terça-feira, 18 de Agosto de 2009

Quem teve a chance de conferir a oficina literária ministrada pelo escritor Raimundo Carrero nesta segunda-feira (17), na Livraria Cultura, dentro da programação do Festival Recifense de Literatura – A Letra e A Voz, se deparou com uma verdadeira aula apaixonada sobre a arte da escrita. Num bate papo informal, Carrero discutiu alguns elementos importantes para o escritor, fazendo com que duas horas passassem como se fossem vinte minutos, tamanho o universo de possibilidades e técnicas que ele descortinou. A oficina se encerra na tarde desta terça-feira (18).

Desmistificando o crepúsculo do escritor, Carreiro provocou a todos a tentar se expressar por palavras, numa carta ao mundo, como ele mesmo definiu. Segundo sua visão, escrever não tem nada a ver com inspiração e sim com trabalho. “Escrever bem não tem nada a ver com inspiração e sim com intuição, pois a inspiração é irresponsável”, disparou. Segundo Carreiro, a literatura não é privilégio de poucos e pode fazer parte do cotidiano de todos que estiverem dispostos. “Qualquer pessoa pode escrever, desde que tente e se apaixone pela literatura. É preciso preparar o leitor para que ele, cada vez mais, possa amar seu texto, pois o que faz a boa literatura é a boa surpresa”, comentou.

Nesse primeiro dia de oficina, Raimundo Carreiro abordou a relação nem sempre cúmplice entre narrador e autor, definindo a diferença entre texto ficcional e confessional, como técnicas de subjetividade do escritor. Para dar um exemplo de uma narrativa bem estruturada, Carreiro citou Dom Casmurro, de Machado de Assis. Os tipos de narrador (onisciente e oculto) também foram abordados durante a aula, que teve um momento prático para que todos tentassem escrever um texto usando os elementos discutidos. No segundo dia de oficina os temas abordados serão cena, cenário, diálogos e a maneira de escrever a verdadeira história.

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