Com o objetivo de aproximar o público dos escritores, o 7º Festival recifense de Literatura promoveu ao longo da programação os eventos A letra e A Voz, no auditório da livraria Cultura. Nesta sexta-feira (21), os três escritores apresentados foram Ronaldo Correia de brito, Walther Moreira dos Santos e Nuno Ramos.

Por volta das 18h, o escritor cearense Ronaldo Correia de brito, que recentemente teve o livro Galiléia premiado num dos principais concursos de literatura do País, dividiu a mesa com o escritor e ilustrador Walther Moreira dos Santos. Sem se utilizar de modéstia ou soberba, Ronaldo contou como se sentiu com ao receber a premiação. “Se eu disser que não esperava vou estar sendo modesto demais e se disser que esperava, orgulhoso. Por isso digo que eu desejava esse prêmio”, brincou. Galiléia está entre os finalistas do Prêmio Jaboti, eleito por unanimidade entre os curadores.
Para Walther Moreira dos Santos, o A Letra e A Voz é um espaço que ajuda a desmistificar o escritor. “Acho interessante pois tira aquele mito de que o autor é um intocável, se você escreve quer comunicar”, disse. Às 19h, foi a vez do artista Nuno Ramos (SP), apresentar um pouco de sua literatura num bate papo informal que contou com a apresentação da cantora Anastácia Rodrigues.

Ronaldo Correia de Brito - nasceu no Ceará e mora em Recife. É médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Desenvolveu pesquisas e escreveu diversos textos sobre literatura oral e brinquedos de tradição popular, além de ter sido escritor residente da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no ano de 2007. Escreveu os livros de contos As Noites e os Dias (1997), editado pela Bagaço, Faca (2003), Livro dos Homens (2005), e a novela infanto-juvenil O Pavão Misterioso (2004), todos publicados pela Cosac Naify. Dramaturgo, é autor das peças Baile do Menino Deus, Bandeira de São João e Arlequim. Escreveu durante sete anos para a coluna Entremez, da revista Terra Magazine, do Portal Terra. Seu mais recente livro, Galiléia, conquistou o primeiro lugar no Prêmio São Paulo de Literatura.

Walther Moreira dos Santos - é autor dos livros Ao Longo da Curva do Rio (Ed. Cone Sul, SP, 2000), Prêmio Xerox do Brasil 2000 e O Doce Blues da Salamandra(Ed. MXM, Recife, 2001), Prêmio Elpídio Câmara 2000. Tem ainda no prelo o romance Helena Gold (Geração Editorial, SP). Recebeu inúmeros prêmios literários, entre eles, Prêmio Litteris Editora, SP, no Concurso Contos e Crônicas, Junho/1992; 2º lugar no VI Prêmio Paulo Leminski, PR, 1995; 1º lugar no V Prêmio Paulo Leminski, PR, 1994; Prêmio Nacional de Romance Fundação Cultural da Bahia, BA, 2000; Prêmio Cidade do Recife 2000, PE, com a peça O doce blues da salamandra. Prêmio IV Festival Xerox do Brasil e Revista Livro Aberto, SP, 2000, com a novela Ao longo da curva do rio.

Nuno Ramos - Nascido em 1960, o paulista Nuno Ramos é considerado um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Com formação em filosofia pela USP, trabalhou como editor das revistas literárias Almanaque 80 e Kataloki entre os anos de 80 e 81. Em 1983, começa a pintar e funda, junto com outros artistas, o Ateliê 7. A partir daí, desenvolve uma sólida e prestigiada carreira de artista plástico, com prêmios, exposições internacionais e boa aceitação de público e crítica. Sua obra, influenciada pelo neo-expressionismo alemão, pela arte povera e por artistas como Joseph Beyus, tem na foto do trabalho Vaso ruim um bom resumo de algumas das suas características: o uso quase obsceno dos mais diversos materiais (a vaselina, o pó, o detrito, o mármore, o gesso, o metal, o acúmulo); o gesto de transformar em arte aquilo que se corrói; a tentativa de juntar o inconciliável.

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