Música, dança, luz, cor e magia tomaram conta do Sítio Trindade, em Casa Amarela, zona Norte do Recife, neste domingo (27), durante as comemorações do ciclo natalino. Na programação, teatro de bonecos, palhaços, pastoril, reisado e outros folguedos populares. Na plateia, muitas crianças, acompanhadas pelos pais, tios, avós e padrinhos. 
 
O primeiro grupo a se apresentar, às 15h, foi a Companhia de Máscaras de Teatro, formada há dez anos, em Petrolina. O espetáculo “Perna de Pinto, Perna de Pato” narra, através de bonecos, a história do garoto Carequinha e seu avô, que se esforçam para manterem vivas as tradições culturais e resgatar a magia do Natal. Com muita criatividade e uma linguagem bastante regional, o grupo prendeu a atenção de adultos e crianças. “Gostei bastante. É importante ter uma programação dessas para as famílias”, disse a dona de casa Audineide Correa, moradora do bairro de Casa Amarela. Sua filha, Ana Clara, de 12 anos, também aprovou: “a gente sempre vem ao Sítio da Trindade, mas nessa época do Natal, fica muito mais divertido”, disse.
 
Em seguida, o local foi transformado em picadeiro pela Companhia Refletores Produções, que apresentou o espetáculo teatral “Circo Rataplan”. Em cena, oito atores representavam o enredo escrito por Pedro Veiga, sob a direção de Samuel Santos. A peça mostra as injustiças e maus tratos de Dom Furioso, o dono de um circo, contra o palhaço Rataplan. Contando com a ajuda do mágico Fuligem, o malvado empresário enfrenta a revolta dos animais e da bailarina do circo ao demitir o palhaço. No final, a vitória da bondade, da união e da amizade traz ótimos ensinamentos para as crianças. “Achei tudo muito lindo e colorido e aprendi que o mais importante é fazer sempre o bem”, disse a pequena Regiane Vitória, de cinco anos, encantada com a montagem. 
 
Por volta das 17h, o Balé Multicultural do Recife tomou conta do palco, com números populares como o boi, o pastoril e a dança dos arcos. A companhia de dança foi criada em 2004, a partir da Refinaria Multicultural Sítio Trindade. “Acho excelente o trabalho desses jovens, pois preserva a nossa cultura”, disse o vendedor Eduardo da Silva.
 
O grupo Guerreiros do Sol Nascente, do Arruda, também exibiu uma verdadeira aula de cultura popular. Para o diretor, Ubiraci Ferreira, a luta pela permanência das tradições é bastante válida. “O Brasil possui uma cultura muito rica e diversificada, sobretudo o Nordeste. Não podemos permitir que essas manifestações caiam no esquecimento. É nosso dever garantir às próximas gerações o direito de conhecer esses traços que marcam e representam a nossa diferença”, falou o dirigente do grupo que existe há 55 anos, passando de pais para filhos.    
 
Às 19h, foi a vez do Mestre Ferrugem fazer ecoar seu coco de embolada pelo Sítio Trindade. A tradição vem dos bairros do Monte e Amaro Branco, em Olinda, e é difundida de forma melódica.  Aos 60 anos, o artista esbanja o talento dos grandes mestres. “Canto e componho desde os sete anos. Participei da programação do ciclo natalino no ano passado e retorno este ano. Acho muito importante que os governantes possibilitem esses espaços para a divulgação da nossa cultura”, disse.  
 
A Orquestra Super Pop encerrou a noite de festa no Sítio Trindade. A estrutura contou, ainda, com praça de alimentação, parque para as crianças e feirinha de artesanato, onde os mais esquecidos puderam garantir ótimas lembrancinhas para seus parentes e amigos. Além do Papai Noel, que estava à disposição da garotada para fotos e brincadeiras.

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