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Cultura

PRIMEIRO DIA DE SEMANA CHICO SCIENCE PROPAGANDO LEVANTA QUESTÕES SEMINAIS SOBRE ARTE E TECNOLOGIA
09:35 Terça-feira, 23 de Março de 2010

Pelo que foi dito, ouvido e debatido no primeiro dia dos seminários que durante esta semana (de 22 a 26 de março) acontecem, dentro da programação da Semana Chico Science Propagando, o público vai ter muito o que pensar e refletir sobre arte e tecnologia no mundo, no Brasil e no Recife. O evento acontece na Livraria Cultura do Paço Alfândega, bairro do Recife, com horários diversificados nos períodos da tarde e da noite.

Na primeira rodada de exposições e debates do evento, promovido pela PCR através da Secretaria de Cultura e Memorial Chico Science para marcar relembrar a obra e celebrar o legado do músico que marcou o cenário das artes nos anos 1990, falaram os acadêmicos H.D Mabuse e Rogério Savazoni. Para quem não sabe, o primeiro é um dos mentores do manguebeat , sendo um dos responsáveis pelo viés “tecnológico” do movimento, além de músico, programador visual e, atualmente, Gerente de Design do C.E.S.A.R - Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife. Já Rogério Savazoni, além de jornalista, webproducer e realizador multimídia e também um dos criadores da Casa da Cultura Digital de São Paulo. Quem também esteve por lá e foi convidado para levantar algumas questões foi o músico Fred Zeroquatro, da Mundo Livre S.A., uma das bandas que fizeram parte do manguebeat desde o seu estágio embrionário. O mediador da conversa foi o jornalista, escritor, músico e crítico musical paulista Alex Antunes, que já assinou dirigiu a revista Bizz, criou a revista Set e escreveu para veículos como Veja, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.

O público começou ouvindo a explanação de Mabuse que ilustrou sua fala com uma “linha do tempo pelo método confuso” (sic). O cientista-artista saiu da arte na idade da pedra, passando pela advento da fotografia que inaugura a fase da arte mediada por máquinas – consequentemente pela indústria – passa pela década de 1980 no Recife, com Paulo Brusky e e Daniel Santiago subvertendo as utilidades e usos de máquinas de fotocópia e faxes. Por fim, chega aos anos 90 a expressão tecnológica explícita nos discos da Nação Zumbi e do Mundo Livre S.A. muito mais como um fetiche ou aspecto conceitual e nos anos 2000, com a web consolidada e o início das atividade colaborativas entre atores que não estão no mesmo lugar. Mabuse fala da década que agora se inicia como um momento em que o empirismo dá lugar aos acadêmicos que de cientistas derivam para artistas, como os componentes do LaboCa, Laboratório de Computação e Arte, que estão realizando oficina no Memorial Chico Science, durante a Semana.

Já Rogério Savazoni comentou sobre o impacto da digitalização das obras para a cultura e para a arte. Comentou ainda sobre extremos do pensamento atual sobre as novas tecnologias: aqueles que estão exageradamente entusiasmados com as novas possibilidades e aqueles que simplesmente tem ojeriza ao que está sendo produzido em arte, através de tecnologia. Para Savazoni, a experiência do movimento Mangueneat passa ao largo dessas duas chaves de pensamento, uma vez que se deu de e para práticas recombinantes, abrindo novas discussões e modelos, a partir de referências já conhecidas, porém recombinadas.

Quem colocou lenha na fogueira e acendeu o debate foi Fred Zeroquatro que contou que o movimento Manguebeat começou meio que por brincadeira, que mesmo que levada a sério, era as “viagens” de jovens boêmios que estavam cansados do “deserto de idéias” que havia se instaurado na Cidade. “Todas as mentes brilhantes que tinham alguma proposta, algum projeto, queriam realizá-los fora do Recife ou até mesmo fora do Brasil” – relembra. O músico também considera a importância das discussões engendradas dentro da Semana Chico Science Propagando: “Acho muito importante que pessoas abalizadas, teóricos, pesquisadores e especialistas joguem uma luz e investiguem o que aconteceu e o que vem acontecendo no Recife desde a fundação do movimento” – comenta.

Mas a melhor colocação de Zeroquatro é aquela que – provavelmente - vai permear os próximos dias de encontros, que é sobre a indústria nos tempos do download, do MySpace e dos estúdios caseiros. “Tenho minhas dúvidas de que, se a Nação ou a Mundo Livre surgisse hoje, teríamos a mesma atenção do público. Talvez, o movimento manguebeat estivesse restrito a uma ou duas comunidades no Orkut” – coloca. “Muitos demonizam a indústria fonográfica, que – claro – era e ainda é excludente, mas temos que pensar que sem uma grande empresa por trás, nem a Nação, nem a Mundo Livre teriam gravado discos, feito clipes ou conseguido emplacar uma música em uma novela. E para o jovem recifense, nordestino, que sempre esteve fora do circuito, ver uma banda da sua cidade na MTV, foi um impacto muito positivo”, polemiza. A Semana promete.


PROGRAMAÇÃO SEMANA CHICO SCIENCE PROPAGANDO

LaboCA - Laboratório de Computação e Arte com Jarbas Jácome, Ricardo Brazileiro e Jeraman
Público alvo: Qualquer pessoa interessada em computadores e arte.
Data: de 22 a 26 de março
Horário: 13h às 17h
Inscrição: de 15 a 19 de março (ou até preenchimento total das vagas)
Vagas: 18

Seminários
Curadoria: Memorial Chico Science e Alex Antunes
Local: Auditório da Livraria Cultura

* Arte e tecnologia. Aspecto presente e discutido na produção da nação e de outros artistas do manguebeat
Data: 22/03 Horário: 18h
Palestrantes:
h.d. mabuse (C.E.S.A.R. – PE)
Rogério Savazoni (Casa da cultura digital São Paulo – SP)


* Coletivismo artístico e econômico. Aspecto fundador do manguebeat cada vez mais presente na produção independente brasileira
Data: 23/03 Horário: 16h
Palestrantes:
Tathiana Nunes (Coquetel Molotov – PE)
Pablo Capilé (ABRAFIN – MT)


* Valorização pop da arte brasileira de raiz. Estratégia de superação da dicotomia entre cultura pop e cultura popular, extremamente bem sucedida no Recife pós-manguebeat
Data: 24/03 Horário: 19h
Palestrantes:
Renato L. (Secretaria de Cultura do Recife - PE)
Gilberto Monte (Fundação Cultural do Estado da Bahia/SecultBA – BA)

* Descentralização da produção cultural nacional. Ruptura da noção de centro e periferia
Data: 26/03 Horário: 15h
Palestrantes:
Ângela Pryston (UFPE – PE)
Rodrigo Brandão (Mamelo Sound System – SP)

Serviço:
Memorial Chico Science
Pátio de São Pedro, casa 21.
Fone: 3232-2486

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