Com intuito de estruturar a 4ª Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro Brasileira de Pernambuco, os fiéis estão participando do Seminário de Preparação do evento, que acontece nesta terça-feira (27), no Auditório Tabocas, no Centro de Convenções. O encontro está sendo prestigiado pela secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã do Recife, Amparo Araújo, que representa o prefeito João da Costa no evento. A partir das 16h, a titular da pasta participa do lançamento do catálogo voltado para o segmento negro “Direito à Memória e à Verdade”.

Cerca de 350 representantes de Terreiros pernambucanos e convidados da Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará e Ceará estão discutindo as necessidades do evento, como, por exemplo, o tema. “Esse é um momento diferenciado, de construção, planejamento, organização e integração entre todos os terreiros. Por isso que a Caminhada do Recife cresce a cada dia e hoje é uma das maiores do País”, disse a secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, Amparo Araújo.

Para o presidente do Grupo de Ativação Cultural (Grac) e organizador do seminário, Marco Pereira, o momento é, também, uma oportunidade de discutir outras questões. “Principalmente sobre a intolerância religiosa, a visibilidade da religião de terreiros e as agressões que os terreiros de candomblé vêm sofrendo”, exemplificou.

Agendada para o dia quatro de novembro, na Caminhada, os fiéis vão percorrer pouco mais de dois quilômetros, do Marco Zero até o Memorial Zumbi, na Praça do Carmo, no Bairro de Santo Antônio. A expectativa é que o evento deste ano reúna 20 mil pessoas, superando a edição de 2009, quando, segundo a Polícia Militar, participaram 11 mil.

Catálogo – Extraído do livro-relatório “Direito à Memória e à Verdade – Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos”, editado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em 2007, a publicação traz um breve histórico de vida dos guerrilheiros negros, que participaram da resistência contra a ditadura militar, em Pernambuco e no País, nos anos 70. “Muitos deles procuravam os terreiros para se esconder do governo”, explicou a secretária. O catálogo é também, uma homenagem a João Cândido, “O Almirante Negro”, líder da revolta da Chibata, ocorrida em 1910. A edição pernambucana – que conta com o apoio do Governo do Estado e da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) – está disponível em todas as unidades de ensino das redes municipal e estadual.

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