Um público entusiasmado formado por alunos das redes pública e privada da cidade, acompanhou na manhã desta terça-feira (27), a exibição do curta-metragem “Memória dos bairros – Guabiraba”, produzido por dez estudantes, entre 12 e 17 anos, da Escola Municipal São Cristóvão, localizada no mesmo bairro. O filme, de cerca de 20 minutos, abriu a programação do segundo dia do Festival do Audiovisual Cine PE e foi exibido no palco principal do evento, o Teatro Guararapes, do Centro de Convenções de Pernambuco (Olinda).

A exibição do documentário foi prestigiada por cerca de 400 alunos de oito escolas municipais, que também acompanharam o longa metragem de animação “O grilo feliz e os insetos gigantes”. Nesta quarta-feira (28), outro grupo de 400 estudantes das escolas da PCR vai participar da programação infantil do Cine PE, que prossegue até o dia 02 de maio.

Projeto piloto na área audiovisual do programa Escola-Bairro, que será lançado oficialmente pela Prefeitura do Recife nos próximos dias, o filme conta um pouco da história da Guabiraba, um dos maiores bairros recifense com 4.196 hectares e cerca de 7,3 mil habitantes. De forma simples e bonita, os alunos contam a origem do nome do bairro, entrevistam seus moradores mais ilustres e mostram um pouco das manifestações esportivas e culturais da localidade, além de suas curiosidades.

O filme conta, por exemplo, que o nome Guabiraba foi “emprestado” de uma árvore frondosa que produz frutos semelhantes à goiabeira, mas não é mais encontrada na região. Para conhecê-la de perto, os estudantes tiveram que viajar para o município de Paudalho, na Zona da Mata pernambucana, o que é mostrado em detalhes no documentário.

Além da Guabiraba, que fica na RPA-3, no Noroeste recifense, outros bairros também vão virar documentários, que serão produzidos por estudantes da rede municipal de ensino em todas as seis RPAs da cidade.

Para Carlos Xavier, um dos “cineastas” da Escola São Cristóvão, participar da produção do curta foi uma experiência inesquecível, tanto que a pretensão de ser policial rodoviário foi substituída pelo sonho de tornar-se cineasta profissional. “Quero fazer curso de cinema, pois a produção do filme sobre o meu bairro despertou uma paixão desconhecida pela sétima arte”, explicou, dizendo que resolveu participar do curso de audiovisual promovido na sua escola por indicação dos amigos.

Enquanto Carlos acompanhou, durante dos meses, a parte musical e as entrevistas do documentário, a sua colega Jeani Gomes, de 14 anos, integrou a equipe responsável pela edição de som e imagens. “Gostei bastante de participar desse projeto, até mesmo para aprender mais sobre o bairro, que tem seu nome originário de uma árvore que quase ninguém conhecia”, ressaltou. No momento frequentando a oficina de teatro da escola, oferecida nos finais de semana pelo programa Escola Aberta, Jeani pretende fazer teatro profissionalmente. “É uma área muito bonita e tem tudo haver com o cinema também”, argumentou.

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