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Cultura

ESCRITORES APRESENTAM UM RETRATO DAS CULTURAS PERIFÉRICAS
11:00 Terça-feira, 24 de Agosto de 2010

Os trabalhos e a luta permanente de Rogério Manjate e Ferréz alimentaram a discussão, que aconteceu nesta segunda (23), na Livraria Cultura

Por Jaciana Sobrinho

O fazer literário em regiões periféricas foi o assunto abordado pelo escritor moçambicano Rogério Manjate e o paulista Ferréz, na palestra “Literaturas e Identidades – Culturas Periféricas”, com mediação do jornalista Samarone Lima. O debate fez parte da programação do Festival Recifense de Literatura – A Letra e a Voz, nesta segunda-feira (23), na Livraria Cultura.

Os autores apresentaram ao público um panorama do contexto em que se inserem. Em Maputo, cidade natal de Manjate, em meio a entraves históricos e políticos, os poucos escritores não realizam seu trabalho usando a língua mãe, changana. Quase ninguém comete esse sonho de ser escritor. A literatura na África não acontece em sua própria língua, não conseguimos colocar nossos pensamentos na língua nativa, relata Manjate.

Já para Ferréz, existe a imposição de escrever utilizando uma linguagem que não revela a realidade das comunidades periféricas dos grandes centros urbanos. “A linguagem modifica-se para se adaptar à necessidade de comunicação que todos têm. É essa a base da literatura na periferia”, explica o autor.

Embora os escritores africanos acabem dependentes dos mercados editoriais de Portugal e do Brasil, e seja freqüente os casos de escritores que só conseguem fazer sentido quando são publicados no exterior, acredito que é possível ver uma mudança desse quadro no futuro. Mas é preciso persistir”, pondera Manjate. “Nós podemos representar a nós mesmos, podemos falar bem, produzir bons trabalhos e viver disso”, diz Ferréz, concordando com o colega.

Rogério Manjate - É poeta, contista e ator. Também é editor de Maderazinco, único site de literatura existente em Moçambique. Em 2001, publicou o livro de contos “Amor Silvestre” – Ed. Ndjira (Prémio Literário TDM 2001 – Conto) e, em 2000, fez a seleção dos textos do livro, “Colectânea Breve de Literatura Moçambicana” – Ed. Projecto Identidades e Gesto Cooperativa Cultural – Porto. Recentemente, lançou o livro infantil “O Coelho que Fugiu da História”, que já está à venda no Brasil.

Ferréz – Começou a escrever aos sete anos de idade, acumulando contos, versos, poesias e letras de música. Antes de se dedicar exclusivamente à escrita, trabalhou como balconista, vendedor de vassouras, auxiliar-geral e arquivista. Seu primeiro livro, “Fortaleza da Desilusão”, foi lançado em 1997, com patrocínio da empresa onde trabalhava. A notoriedade veio com o lançamento, em 2000, de “Capão Pecado”, romance sobre o cotidiano violento do bairro do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, onde vive o escritor. É também ligado ao movimento hip hop e fundador da 1DASUL (marca de roupa totalmente feita no bairro).

 

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