O evento é promovido pela Prefeitura do Recife, por meio de uma ação entre as secretarias especias da Mulher, Relações com a Imprensa e Secretaria de Direitos Humanos

Por Kellen Lima

O clima de descontração e bate-papo foi a tônica da oficina “Como a Mídia tem Tratado as Mulheres Negras, Lésbicas e Bissexuais”, nesta quarta-feira (1º de setembro), no auditório do Bloco “J”, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). O evento é promovido pela Prefeitura do Recife, por meio de uma ação entre as secretarias especias da Mulher, Relações com a Imprensa e Secretaria de Direitos Humanos, contando com o apoio do Núcleo de Estudos do Gênero da Unicap. Compuseram a mesa a secretária Especial da Mulher, Rejane Pereira; Janny Rodrigues, representante da Secretaria de Direitos Humanos; Andréia Campos, responsável pelo Núcleo de Estudos de Gênero da Unicap e a jornalista Ana Veloso.

Como forma de dar continuidade aos debates iniciados durante o mês da visibilidade lésbica e bissexual, realizado em agosto, Rejane Pereira abriu a discussão. “Preocupo-me muito como as mulheres negras, lésbicas e bissexuais são tratadas pelas mídia; muitas vezes elas são desqualificadas. Esse momento não é só para pautar a dívida quanto ao enfrentamento do racismo, mas também de outras questões; é um compromisso da gestão”, afirmou. Ainda durante a formação da mesa, o modo pejorativo ao qual o gênero é submetido foi citado. “A mídia veicula um espaço imaginário onde as mulheres negras estão apenas na cozinha, enquanto as lésbicas e bissexuais estão nos presídios”, disse Janny Rodrigues.

Contando com recursos audiovisuais, material educativo e textos relativos ao tema, a jornalista fomentou a discussão e lembrou que o tema é alvo de estudo. “Estamos participando de pesquisas internacionais, que pretendem verificar qual é a imagem da mulher, qual é o espaço das mulheres dentro dos meios de comunicação. Mas também precisamos pensar como a mulher se vê ao longo dos anos”, disse Ana Veloso.

Para que a plateia tivesse participação ativa no debate, ela propôs apresentações individuais, revelando um universo composto por educadores, profissionais liberais, estudantes universitários, locutores comunitários e radialistas. Alguns presentes, por questões profissionais, outros motivados pelo desejo de uma sociedade equitativa, levantando uma bandeira individual em prol da coletividade. “Essa temática fala, principalmente, do preconceito, da discriminação, que na verdade é um reflexo da nossa sociedade. Com esse tipo de debate a gente se fortalece e abre mais espaço para que as pessoas conversem e tenham acesso a informações importantes, o que também é um fortalecimento pessoal”, afirmou a educadora social Inglaucia Almeida.

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