Publicação revelou que a prevalência de fumantes no Município diminuiu consideravelmente em nove anos

Por Tádzio Estevam

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Saúde, realizou, na manhã desta quarta-feira (01 de setembro), o I Seminário Internacional sobre Ambientes Livres de Fumo, com o lançamento do Estudo de Caso realizado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), intitulado Recife Respira Melhor. O evento, que aconteceu no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, contou com a presença do secretário municipal de Saúde, Gustavo Couto, e representantes da Secretaria Estadual de Saúde; Coordenação da Política de Controle do Tabagismo da PCR e dos Ministérios da Saúde e do Trabalho, além da Universidade de Pernambuco (UPE).

De acordo com o secretário Gustavo Couto, o momento é de agradecimento pela iniciativa que culminou na realização do estudo. “Este estudo reflete o conjunto de ações para a melhoria da qualidade de vida da população. Hoje, todos nós sabemos as consequências negativas que o tabagismo causa na saúde das pessoas, como complicações respiratórias, desenvolvimento de câncer e vários outros aspectos. E se você realiza uma campanha pelo hábito saudável de vida e consegue ter quase oito mil estabelecimentos livres do fumo, é uma vitória muito grande. São mais de 1 milhão de pessoas que circulam nesses lugares. Além disso, existe todo um trabalho cultural e intenso, não só com os nossos trabalhadores - com capacitações permanentes a serem aplicadas em policlínicas, PSFs -, mas também com a sociedade como um todo”, disse.

A consultora contratada pela OPAS para realizar o estudo de caso Recife Respira Melhor, Daniela Guedes, disse que o objetivo da pesquisa foi revelar, por meio da publicação, a importância do trabalho que já vem sendo desenvolvido pela PCR desde 2001. “Na época, tanto a Prefeitura do Recife quanto a de João Pessoa, na Paraíba, desenvolveram suas atividades baseadas na Lei Federal. Contudo, o grande diferencial aqui no Recife foi o comprometimento dos gestores locais. Gostaria de parabenizar, também, o Ministério Público do Trabalho que colaborou e muito com esse processo”, informou. Com relação à Lei - Daniela se referiu à 9294/96 -, que em seu artigo segundo diz: “É proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”.

Segundo a Coordenação de Controle do Tabagismo do Município, desde julho de 2001, diversos projetos voltados para a promoção de espaços de convivência saudáveis, os chamados Ambientes Livres do Fumo, foram implantados na Cidade em consonância com as orientações do Instituto Nacional do Câncer – INCA, órgão que coordena nacionalmente as ações de controle do tabagismo e outros fatores de risco de câncer no País, além das políticas nacionais de Promoção da Saúde e de Atenção Oncológica.

Do final do ano de 2007 até 2008, foram capacitados mais de 900 trabalhadores, gestores e lideranças sindicais para trabalhar efetivamente na conscientização da população sobre os ambientes livres de fumo nos estabelecimentos. Foram realizadas visitas de orientação e de fiscalização em 225 locais deste setor nos 6 Distritos Sanitários do Recife. A partir daí, o projeto obteve ótima receptividade dos trabalhadores e do público em geral, fomentado uma ampla discussão na sociedade sobre a questão do tabagismo.

“Em 2008, o Recife apresentou a maior queda de prevalência de fumantes entre todas as capitais brasileiras, saindo de 15,9% em 2007 para 10,4% em 2008”, informou Maristela Menezes, do Núcleo Integrado de Saúde Coletiva – NISC/IPE e coordenadora de Controle do Tabagismo do Recife entre os anos 2001 e 2009. O atual coordenador do programa municipal, Dr. Marcus Túlio, comentou o resultado “impressionante” da redução do fumo na Cidade. “Graças ao esforço em conjunto da Prefeitura, Vigilância Sanitária e Ministério Público, conseguimos diminuir essa prevalência”. O coordenador afirma, ainda, que, a partir de setembro, a capacitação dos profissionais será retomada e ampliada para as Unidades de Saúde da Família e hospitais, além do reforço com a UPE com o objetivo de atuar com a campanha nas escolas municipais. “Hoje, 90% dos jovens que começam a fumar têm entre oito e 19 anos de idade”, exemplificou Marcus Túlio.

O Recife Respira Melhor foi lançado dentro da programação do seminário composto por duas mesas principais. A primeira abordou o tema ‘Panorama Internacional e Nacional do Controle do Tabagismo’. A segunda discutiu a ‘Implantação dos Ambientes Livres de Fumo’.

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