Diagnóstico laboratorial e tratamento da enfermidade são alguns dos assuntos que serão abordados no evento

Por Natália Keise

A Secretaria de Saúde do Recife promove nesta quinta-feira (24), uma palestra sobre anemia falciforme. A iniciativa é direcionada a profissionais da Rede Municipal e a integrantes de terreiros de candomblé. O encontro ocorre no auditório da Policlínica Clementino Fraga (Rua Japaratuba, 260, Vasco da Gama). A atividade é organizada pela Coordenação de Saúde da População Negra do Distrito Sanitário III, que engloba os bairros da Zona Noroeste da Cidade, como Nova Descoberta, Santana, Casa Amarela e Dois Irmãos.

Fisiologia das doenças falciformes, diagnóstico laboratorial e tratamento das doenças estão entre os assuntos abordados no evento. A atualização será ministrada por Walnice Silva, técnica do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape).

“A proposta da iniciativa é expandir o conhecimento dos servidores do Distrito Sanitário III sobre a doença, bem como aperfeiçoar ainda mais a qualidade do serviço prestado pelos participantes no seu ambiente de trabalho”, apontou Pedro Santana, coordenador de Saúde da População Negra do Distrito Sanitário III. A expectativa é que 60 pessoas participem da sensibilização, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, agentes de saúde ambiental e frequentadores de terreiros de matriz africana.

Políticas - O Programa Municipal de Anemia Falciforme foi instituído em 2001 e, desde então, com a implantação do Programa de Atenção à Saúde da População Negra, em 2006, vem trabalhando com o intuito de diagnosticar precocemente e acompanhar os casos que chegam à rede de saúde da capital pernambucana. A Prefeitura do Recife oferece, nas três maternidades do Município, o teste do pezinho, realizado em recém-nascidos. Por sua vez, o Laboratório Municipal de Saúde Pública realiza o exame de eletroforese da hemoglobina, capaz de identificar a hemácia falciforme.

Além dessas ações, a Saúde do Recife oferece assistência especializada nos laboratórios de hematologia das policlínicas Albert Sabin (Parnamirim), Lessa de Andrade (Madalena) e Agamenon Magalhães (Afogados). A assistência se traduz em aconselhamento genético para pessoas que têm comprometimento parcial de hemoglobina, mas não desenvolve a doença.

Números – De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2000, 54% da população do Recife é formada por pessoas negras e pardas. Em Pernambuco, o índice é 57% e, em âmbito nacional, o número cai para 45%. Os dados alertam para a importância da atenção dispensada às enfermidades mais freqüentes entre a raça negra, como a anemia falciforme.

Hereditária e genética, a doença é causada por anormalidade na hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos. As hemácias têm formato modificado, assemelhando-se a uma ‘foice’, e nem sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a circulação sanguínea nas áreas ao redor.

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