Sensibilização tem apoio da PCR e pretende atualizar e divulgar o conhecimento sobre a doença, mais frequente na população afrodescendente

Por Natália Keise

Em parceria com a Secretária de Saúde do Recife, o Ministério da Saúde promove nesta terça (10), das 8h30 às 16h30, e quarta (11), entre 8h30 e 12h30, uma oficina com foco na promoção da educação em saúde na informação e orientação genéticas. O encontro contará com a participação de representantes de municípios do Nordeste, entre eles, João Pessoa e Salvador. O evento será no Hotel Barramares (Avenida Beira-Mar, 544, Piedade, Jaboatão dos Guararapes).

A ideia da sensibilização é divulgar o conhecimento sobre a doença falciforme, mais frequente na população afrodescendente. A iniciativa também pretende repassar novas informações relacionadas ao assunto para o público. A programação do evento inclui temas ligados à orientação genética, origem da enfermidade e normas mais adequadas para o tratamento da moléstia.

A gerente de Atenção à Saúde da População Negra do Recife, Miranete Arruda, comentou a escolha da capital pernambucana como sede da empreitada. “O Recife é o município onde a política relacionada à doença falciforme está mais consolidada. Há aproximadamente 10 anos, nossa cidade já realiza articulações com outros municípios da Região Metropolitana, do Nordeste e mesmo do país. Por essa razão, formos selecionados para receber os profissionais durante a atualização”, disse.

De acordo com a gerente, a ação objetiva levar mais informações aos participantes sobre a enfermidade e o que fazer nos casos de suspeitos da doença. “Além de aprimorar o conhecimento do público, queremos que eles também atuem como agentes multiplicadores da informação”, completou. A previsão é que 50 pessoas compareçam ao evento, entre profissionais de saúde e parceiros como representantes de terreiros de matriz africana, ativistas do movimento negro e membros da Associação Pernambucana de Portadores de Anemia Falciforme.

Política – Instituído em 2006, o Programa de Atenção à Saúde da População Negra do Recife tem trabalhado para realizar o diagnóstico precoce da enfermidade e acompanhar os casos que chegam à Rede de Saúde Municipal. O teste do pezinho, que identifica a doença, é oferecido nas três maternidades do Recife – Professor Barros Lima (Avenida Norte, 6465, Casa Amarela); Professor Bandeira Filho (Rua Londrina, s/n, Afogados) e Professor Arnaldo Marques (Avenida Dois Rios, s/n, Ibura). Por sua vez, o Laboratório Municipal de Saúde Pública do Recife realiza o exame de eletroforese da hemoglobina, capaz de identificar a hemácia falciforme.

Saiba mais – A anemia falciforme é uma modificação dos glóbulos vermelhos causada por alterações genéticas. As hemácias de quem tem o problema podem causar obstruções dos vasos sanguíneos, que geram dores de intensidade variáveis e lesões em órgãos, músculos e juntas.

Os principais sintomas são palidez e icterícia (amarelado na parte branca do olho). Pode causar úlceras nas pernas e maior propensão a infecções. A anemia falciforme não tem cura, mas tratamento. Quem sofre com a enfermidade pode ter uma vida normal, desde siga alguns cuidados. Exames e orientação sobre a doença estão disponíveis gratuitamente na Rede Municipal de Saúde.

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