A capacitação em serviço durou 15 horas/aulas e envolveu mais de vinte profissionais

De 23 a 27 de maio, vinte profissionais lotados em setores diversos da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife dedicaram suas manhãs à aprendizagem de técnicas fotográficas. O curso foi oferecido ao Programa Multicultural pelo arte/educador Luca Barreto, como contrapartida a um edital de concessão de passagens aéreas do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac)/MinC, que permitiu sua participação no Festival Zoom Brasil, na França, em 2010. Participaram funcionários do Multicultural, Ciclos Comunitários e Teatro do Parque.

Na primeira parte da oficina, foi traçado um histórico da fotografia que levou a uma viagem pela evolução dos equipamentos e suportes utilizados para a sensibilização e o registro das imagens. Segundo Luca Barreto, desde as primeiras placas de vidro e metal à massificação do acesso à produção de imagens que vivemos, os interesses no desenvolvimento tecnológico já foram científicos, bélicos, artísticos e econômicos. “Hoje, vivemos a época do mercado da obsolescência. Pensamos que tirar foto digital é de graça, mas cada câmera foi feita para apenas 30 mil cliques. Sendo assim, nas câmeras mais baratas, cada clique custa um centavo”, calcula Barreto.

Com o objetivo de melhorar a utilização de câmeras digitais, levando à desautomatização do seu uso, o educador mostrou à turma conceitos básicos da fotografia analógica – sensibilidade, obturador, diafragma – e apresentou sua utilização em câmeras digitais. A partir desse conhecimento, cada um poderá fazer melhores escolhas de recursos e produzir resultados mais próximos dos desejados. No momento em que todos manusearam as próprias câmeras, muitos ficaram surpresos com a quantidade de recursos desconhecidos.

A leitura dos manuais de instruções das câmeras gerou um capítulo à parte. A turma percebeu que eles são a fonte para a aprendizagem dos recursos programáveis que simulam ajustes manuais das câmeras profissionais. Controles de velocidade, entrada de luz, foco, mesmo nas câmeras mais simples, está tudo no manual. Luca explicou que insiste em trazer os manuais para as aulas a fim de lembrar a importância do ato de ler. “As pessoas aprendem a usar um programa de computador e se limitam a esse uso. Não se informam, não vão além. O exercício da leitura é que torna você estimulado. Meu objetivo é fomentar o entusiasmo”, acrescenta.

Para finalizar o processo, a sala de aula se transformou em um estúdio, onde diversos tipos de fontes e posições de luz puderam ser experimentadas em exercícios individuais. Em seguida, com a ajuda de um telão, noções de Photoshop foram ensinadas em aplicações nas fotos realizadas por cada um dos alunos. Como limpar cenários, bronzear pessoas, enquadrar melhor, aproximar cores e brilhos mostrados na foto da realidade retratada, entre outras aplicações.

Para Marcelo Olímpio, coordenador do Programa Multicultural e participante da oficina, a atividade foi um sucesso. “Capacitar em serviço para o que tem utilidade para o trabalho cotidianamente é uma modalidade de capacitação importante. Esta oficina trabalhou uma linguagem da expressão cultural e artística com a qual o Programa lida, o que fez pensar sobre arte e cultura e contribuiu para a integração do grupo. Além disso, também contribuiu para a melhoria da qualidade da documentação e registro das nossas ações. Formidável”, avalia.

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