As ações têm o objetivo de promover momentos de reflexão sobre a inclusão socioescolar

A semana de 21 a 28 de agosto é dedicada às pessoas com deficiência. Para isso, a Prefeitura do Recife preparou uma programação totalmente voltada ao segmento, que será aberta oficialmente pela Plenária Temática da Pessoa com Deficiência do Orçamento Participativo, nesta segunda-feira (22). Ainda pela manhã, a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel), por meio da Gerência de Educação Especial da Diretoria Geral de Ensino e Formação Docente (GEE/DGEFD), inicia uma série de atividades que vão se estender por toda a semana nas unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino.

As ações têm o objetivo de promover momentos de reflexão sobre a inclusão socioescolar. Para tanto, a GEE mobilizou professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e demais gerências da DGEFD no sentido de viabilizar a promoção e vivência de ações inclusivas, através de orientações pedagógicas como divulgação de relações de filmes, livros e outros recursos que tratam da temática. Até a sexta-feira (26), serão desenvolvidas atividades em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, priorizando as diversas linguagens da comunicação e expressão, como produção de texto, desenho, pintura, modelagem, teatro, dança, música, jogos, brincadeiras, entre outros.

No Centro Administrativo Pedagógico (CAP), na Ilha do Leite S/N, durante toda a semana, a partir da manhã desta segunda, o público poderá conferir uma Exposição de Artes Visuais, com desenhos realizados pelos estudantes do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades Superdotação (NAAH/S). O Núcleo é resultado de uma parceria da Prefeitura do Recife com o MEC, e executa um programa educacional voltado exclusivamente para pessoas talentosas. O NAAH/S funciona no Bairro da Tamarineira, na Estrada do Arraial, 4744 - Casa Amarela.

Além da exposição, o CAP receberá, das 09h às 10h30, Oficina de Desenho, sob a orientação do Professor Ângelo Meyer, com o Tema “Desenho de Humor”. Trinta estudantes do 2º Ano do 2º Ciclo participarão da aula. Ainda no CAP, das 14h às 15h30, as educadoras Keyla Maria e Kilma Coutinho ministrarão oficina de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), direcionada a 30 estudantes do 1º Ano do 2º Ciclo.

Já as escolas da Rede realizarão atividades - desta segunda até a sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite -, junto aos estudantes, abordando temas como habilidade, por exemplo. Os professores incentivarão os educandos com deficiência a criar e apresentar o seu trabalho para os colegas que, ao final, poderão avaliar a atividade apresentada. O momento será oportuno também para destacar vivências fora da escola. Como segundo tema, os educandos vão tratar das suas experiências junto aos colegas com deficiência.

Esta temática abre espaço para os professores de sala de recursos apresentarem trabalhos sobre suas experiências frente ao processo de inclusão de estudantes com deficiência. Estes trabalhos serão encaminhados à Gerência de Educação Especial para leitura e avaliação da equipe técnica e poderão ser socializados em futuras formações. Os dirigentes das escolas produzirão fotografias, filmagens, produções textuais ou artísticas.

O Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, situado no Bairro da Madalena, exibirá, filmes, na terça-feira (23), às 19h, para 50 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) das Escolas Reitor João Alfredo e Sede da Sabedoria (RPA 01). Na quarta-feira (24), o Centro promoverá, das 14h às 18h, uma Mesa Redonda com pessoas com deficiência, inseridas no mercado de trabalho. A mesa contará com a participação da Profª Conceição Nunes, que desenvolverá o tema “Somos parceiros e juntos construiremos o sucesso dos estudantes com deficiência”. Participarão do evento professores e alunos das escolas da Rede Municipal de Ensino das 6 RPAs da Cidade.

Na tarde da quinta-feira (25), das 13h30 às 17h, 50 estudantes da E.M. da Iputinga (RPA 04) e E.M. General San Martin (RPA 05) farão uma visita à Exposição de Michelangelo, no Instituto Ricardo Brennand. A atividade será direcionada, prioritariamente, a estudantes cegos e com baixa visão. Já no dia 26 (sexta-feira), o resultado de todas as atividades serão apresentados em cada uma das unidades educacionais, com a exposição das produções e/ou manifestações artísticas, privilegiando os temas acima.

Passeata - Paralelamente, na sexta-feira, às 08h, estudantes de 5 escolas da RPA 03 participarão da grande passeata do Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac), com saída do Mercado de Casa Amarela. O Centro, que existe há 23 anos, começou a dar os primeiros passos a partir da iniciativa de três jovens da comunidade do Morro da Conceição, cujo objetivo era conhecer melhor a população do bairro e descobrir possíveis casos de deficiência. Assim, eles organizaram e realizaram uma pesquisa, na qual identificaram 64 casos de crianças e adolescentes com deficiência física e/ou mental, a maioria delas vivendo em péssimas condições e isoladas no seio da própria família. Em 27 de junho de 1988 o Cervac foi fundado, com o objetivo principal de desenvolver um trabalho de reabilitação junto às crianças, adolescentes e jovens com deficiências, em que também as famílias e a comunidade são estimuladas a acreditar e participar do processo de reabilitação.

Crianças com deficiência auditiva assistem a apresentação de peça teatral – Quarenta estudantes com deficiência auditiva, beneficiárias do Programa Bolsa Escola Municipal (BEM) assistiram, nesta última semana, ao espetáculo “Algodão Doce”, no Teatro Hermilo Borba Filho. Os alunos da Escola Municipal Padre Antônio Henrique conferiram o espetáculo que teve tradução simultânea realizada pela intérprete Magali Amaral. “Foi minha primeira experiência com tradução em teatro. Vinha trabalhando mais com aulas e palestras e fiquei feliz porque dava para ver que os estudantes participavam, compartilhavam e aprenderam muito com o espetáculo”.

A interação das crianças durante a apresentação das histórias de assombração típicas do estado de Pernambuco era evidente. Segundo a coautora da peça, Carla Denise, esta não foi a primeira vez que a Companhia Pernambucana Mão Molenga de Teatro de Bonecos atuou para estudantes especiais. “Já realizamos outros espetáculos para surdos da Rede Municipal do Recife, com tradução simultânea e foi uma experiência muito rica pra todos. Em outra ocasião, realizamos apresentações com áudio-transcrição a convite do Sesc-PE, no Festival Palco Giratório, dessa vez para cegos, e foi muito emocionante”, destaca.