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Cultura

MICHEL LAUB COMANDOU DEBATE SOBRE MEMÓRIA E NARRATIVA
23:21 Sexta-feira, 26 de Agosto de 2011

O escritor gaúcho revelou detalhes da construção de suas histórias e de como a memória está presente em seus textos
 
O jornalista e escritor gaúcho, Michel Laub, foi um dos convidados dessa sexta (26), do Festival Recifense de Literatura – A letra e a voz, promovido pela Prefeitura do Recife. O debate, mediado pelo jornalista Talles Colatino, aconteceu em torno do tema “Memória e Narrativa”. Michel já escreveu cinco livros, mas usou o seu mais recente trabalho, Diário de uma queda, como foco. O livro traz lembranças pessoais do narrador entrelaçadas à história do seu avô, imigrante judeu que não gosta de falar do passado.  Há ainda, o pai do personagem principal, que sofre com a doença de Alzheimer.
 
“Comecei a pensar sobre essa coisa de memória, essa afirmação das pessoas de que eu sempre envolvo isso nas minhas obras, então resolvi de fato discorrer sobre o assunto. Uma das maneiras de falar sobre memória é contrapor essa ideia. A doença de Alzheimer é justamente o inverso. Nós somos feitos das nossas lembranças, do que guardamos do convívio com as pessoas, as experiências que vivemos. Eu quis mostrar o que acontece com alguém quando tiramos isso dela”, explica Michel.
 
Sobre como constrói suas histórias, Laub diz que não sabe exatamente como elas começam. “Inicialmente, eu não penso muito nos núcleos, nos detalhes. Quando a trama vai se configurando um pouco mais eu percebo e tento evidenciar aquilo que acho mais interessante, como é o caso desses três personagens envolvidos por suas lembranças ou a falta delas”, comenta o autor.
 
A respeito do seu amadurecimento como escritor, Michel afirma que o último trabalho é sempre o mais completo, o mais bem feito. “Quando comparo, por exemplo, o Diário de uma queda com o Segundo tempo, que é meu segundo livro, eu vejo que no Diário eu conseguir enxertar mais informações que não são exatamente a continuidade da narrativa. São detalhes da segunda guerra ou de efeitos de um remédio para Alzheimer. Enquanto que no Segundo tempo, a história acontece, de certa maneira, muito retilínea. Talvez eu não seja tão criativo quanto outros autores. Minhas histórias nunca são horizontais, e sim verticais”, avalia ele.
 
Encerrando o ciclo de palestras do Festival, aconteceu ainda, uma conversa com o escritor Nelson de Oliveira, mediada por Conrado Falbo, na qual falou sobre sua carreira e suas obras, especialmente sobre a última “Poeiras, demônios e maldições”.
O Festival de Literatura despede-se do público neste domingo, quando encerra a Feira do Livro, que já está acontecendo no hall do shopping Paço Alfândega, Bairro do Recife. Os detalhes da programação e mais informações estão no site  http://www.aletraeavoz.com.br/ .
 
Michel Laub - nasceu em Porto Alegre, em 1973. É escritor e jornalista, hoje professor de criação literária e colaborador de diversos veículos e editoras. Publicou Música anterior (2001), Longe da água (2004), O segundo tempo (2006), O gato diz adeus (2009) e Diário da queda (2011). Recebeu o prêmio Érico Veríssimo/revelação, da União Brasileira dos escritores, as bolsas Vitae, Funarte e Petrobrás e foi finalista dos Prêmios Jabuti, Portugal Telecom, Fato literário/RBS e Zaffari/Bourbon.
 
Nelson de Oliveira - nasceu em Guaíra, São Paulo, em 1966. Escritor e doutor em letras pela USP, publicou mais de vinte livros para adultos e crianças, entre eles, Naquela época tínhamos um gato (1998), Treze (1999), Subsolo infinito (2000), O filho crucificado (2001) e a maldição do macho (2002). Organizou duas antologias de contos da geração 90: Manuscritos de computador (2001) e Os transgressores (2003). Recebeu diversos prêmios, entre eles o Casa de las Américas (1995), Fundação Cultural do Estado da Bahia (1996), Melhor projeto editorial pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (2003), e em 2011, novamente, o Casa de las Américas. Atualmente, coordena oficinas de criação literária e colabora regularmente com o jornal Rascunho e com o caderno idéias & livros, do jornal Brasil.
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