O objetivo é implantar a metodologia em 36 escolas da Rede Municipal de Ensino
 
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel) realiza nesta segunda, terça e quarta-feiras (19, 20 e 21), a formação “Planejamento e Metodologia do Projeto Uerê-Mello nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, direcionada a educadores de 1º e 2º Ciclos da Rede Municipal de Ensino. Ao todo, 23 gestores, 18 coordenadores pedagógicos e 187 professores de aprendizagens do Fundamental I vão participar da formação, que acontecerá na Escola Municipal Diná de Oliveira – R. São Mateus, s/n – Iputinga, nos horários das 08h às 12h e das 14h às 18h.
 
Segundo Mariza Augusta, gerente de 1º e 2º Ciclos da Seel, “a formação tem o objetivo de implantar a metodologia Uerê-Mello em 36 escolas da Rede Municipal de Ensino, capacitando professores, coordenadores e estagiários nas modernas estratégias de ensino com elementos técnicos de neurociência e novas maneiras de interagir em sala de aula”. De acordo com a gerente, o Uerê-Mello desenvolve estratégias diferenciadas para estudantes com bloqueios cognitivos, explorando sua oralidade, memória e raciocínio lógico. A formação terá uma carga horária de 24 horas/aula (presenciais) e será ministrada pela Profª Dra. Yvonne Bezerra de Mello.
 
Durante os três dias de encontro, os participantes vão trabalhar o dimensionamento do fazer pedagógico diferenciado para estudantes com bloqueios cognitivos, visando a implementar atividades e estratégias relacionadas à melhoria do raciocínio lógico, da oratória e da psicomotricidade relacional através da otimização do tempo.
 
O Projeto Uerê-Mello é uma metodologia de ensino destinada a crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem. Ele é resultado de mais de trinta anos de pesquisa em diversos países e com 2.250 crianças nas ruas e favelas na cidade do Rio de Janeiro. A metodologia melhora ou resolve os problemas apresentados por crianças e adolescentes que apresentam dificuldades em áreas cognitivas como associações, comportamento, escrita/interpretação textual, foco/atenção, leitura, linguagem/oralidade, lógica do pensamento, matemática, memória, raciocínio analítico e rapidez de raciocínio.

A metodologia do Uerê encoraja a exploração do pensamento, a rapidez cerebral e o engajamento das emoções como parte do aprendizado, usando essas emoções para recuperar e acelerar as funções cognitivas bloqueadas, nos dois eixos, a memória e a fala. Nas salas de aula do Uerê, são promovidas diariamente duas vertentes: educação e integração social. “Os bloqueios cognitivos de crianças e adolescentes podem ser minimizados ou combatidos com planejamentos e atividades relacionadas à melhoria do raciocínio, da utilização das palavras, melhorando o pensar e a atividade cerebral”, explica Yvonne Mello, coordenadora do Projeto. 

De acordo com sua experiência no Rio, ela ressalta que crianças e jovens que convivem em um contexto de violência tendem a sofrer transtornos de aprendizado, repetências e evasão escolar, além de depressão, surtos dissociativos, convulsões e vulnerabilidade para utilização de substâncias psicoativas, como álcool, drogas entre outros. “O Uerê-Mello é direcionado para o fortalecimento da capacidade de aprender, saindo dos parâmetros escolares mundiais, onde a informação é repassada de maneira lenta, pesada e muitas vezes sem um objetivo definido. A maioria dos sistemas escolares repete o modelo das escolas do século XIX, o mesmo tipo de sala de aula e de rotina no cenário escolar”, explica Yvonne. 

O Uerê baseia-se no conceito de associação da mente com a emoção, na plasticidade cerebral e na rapidez da absorção das informações com os conteúdos curriculares. Esta técnica divide o aprendizado em 12 momentos em sala de aula. “À medida que o cérebro se desenvolve, os neurônios formam associações e conexões. É isso que permite que o indivíduo faça várias atividades ao mesmo tempo, como dirigir e ouvir música”, conclui Yvonne.

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