Por Otávio Dias

O turista desavisado que passasse pelo Morro da Conceição após a contagem repressiva de 2011 para 2012 podia jurar que estava em algum morro carioca, devido ao festival de sambas de partido alto, canção e de enredo apresentados pelos cantores Belo Xis, Wellington do Pandeiro e Ramos Silva e pelas cantoras Madá e Luiza Peróla. A programação após os brindes e abraços do Ano Novo começou show do cantor Leonardo Sullivan, que apresentou um repertório recheado de composições próprias já consagradas pelo grande público, como “Meu Dilema”,
“Memórias” e “Fiel como um cão”.

Na estrada desde 1975, Leonardo já gravou 27 discos e um DVD. “Foi a primeira vez que me apresentei no ciclo do final do ano. Estou muito feliz, especialmente por cantar aqui no Morro, um dos polos descentralizados criados pela PCR que vem dando certo, a exemplo dos demais”, observou.

Criado há dez anos, o projeto Samba Pernambucano tem com mentor o cantor e compositor recifense Belo Xis. E foi ele, que ao lado dos também pernambucanos Wellington do Pandeiro e Ramos Silva, fez o samba de raiz tomar conta do palco do Morro logo após o show de Leonardo. Um pouco antes quem se apresentou foi a também sambista de Casa Amarela, Madalena, com seu grupo “Madá e o samba”. Mas foi mesmo o show dos três de ouro do samba pernambucano que fez o público dançar e se divertir pra valer. “Estou gostando muito, pois nunca vi os três se
apresentarem juntos aqui no Morro. Está muito bom”, opinou ocomerciante Fernando Vasconcelos.

O ineditismo foi confirmado por Belo Xis, que também chamou para o palco a cantora Luiza Peróla. “Nosso projeto Samba Pernambucano reúne a nata dos sambistas do estado e temos o objetivo de fortalecer nossa participação no cenário musical da nossa região”, explicou Belo Xis, 35 anos de carreira e puxador oficial da Escola de Samba Gigante do Samba, de Água Fria. A alegria de participar do show da virada era compartilhada por todos. Para Ramos Silva, pouca gente sabe que Pernambuco é o 3º maior consumidor de samba do País, só perdendo para o Rio de Janeiro e São Paulo. “Nosso movimento quer fortalecer cada vez mais esta posição e continuar crescendo no gosto do público”, explicou. Já Wellington do Pandeiro, que morou 20 anos no Rio, acha que a escolha do local para a celebração do samba pernambucano foi muito positiva. “A PCR acertou e cheio porque aqui no Morro da Conceição o povo respira samba”, garantiu.  “Isso aqui está uma festa só. Uma maravilha”, completou a sambista Madá. O público, por sua vez, agradeceu a celebração ao samba e foi pra casa feliz.

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