“Quando perguntam qual é a minha, eu respondo que eu faço música pra juventude inteligente. Aliás, os autores de músicas subestimam a juventude. A juventude não é burra, o povo não é burro”. Recado dado, Criolo fez um dos shows mais empolgantes e com maior público do Rec-beat, na madrugada desta quarta-feira, no Polo Mangue, dentro do Carnaval Multicultural do Recife. O público, já numeroso para a última noite do festival, ocupou cada espaço do Cais da Alfândega, no Recife Antigo e cantou junto com o músico paulista as letras fortes de seu hip hop, cheio de reflexões e críticas sociais.

O filósofo do subúrbio, como é conhecido, tem 20 anos de carreira, mas só no ano passado conseguiu o reconhecimento da crítica quando recebeu cinco indicações para o Video Music Brasil, ganhando como artista revelação; melhor música (Não Existe Amor em SP) e melhor álbum (Nó na Orelha). Criolo apresentou-se no palco do Rec-beat usando durante todo o tempo a figura em papel de um pinheiro, em homenagem aos moradores que foram expulsos da favela de Pinheirinho, em São Paulo, no início deste mês.

Criolo, que já havia se apresentado na abertura do Carnaval Multicultural do Recife, na sexta feira (17), subiu ao palco tendo na bateria a presença do músico pernambucano Pupilo. Sempre interagindo com o público, Criolo arrancou aplausos calorosos da multidão quando vestiu uma camisa com as cores da bandeira de Pernambuco jogada por um fã.

Com o maior público do Polo Mangue este ano, estimado em 20 mil pessoas, Criolo encerrou a noite descendo até o fosso para ficar mais perto do público: “Eu nunca vou esquecer o que esse povo proporcionou pra mim aqui hoje” disse o rapper.