Mais do que uma sensibilidade privilegiada, ou uma espécie de "antena ambulante", Francisco França era um líder nato, ativista urbano que, do intenso convívio com as diversas subculturas da periferia, desenvolveu um talento extraordinário para a invenção estética - e, no campo da música popular, aprendeu a usar esse potencial como poucos brasileiros de sua geração.

A partir do diálogo consciente com a grande indústria do entretenimento planetário, sua criação suprema, o frontman Chico Science, reformulou para sempre - junto com seus parceiros da Nação Zumbi - a representação da cultura jovem nordestina nas grandes esferas de interlocução globais.

O legado que seus versos certeiros, seu carisma irresistível e seu senso de ritmo absolutamente incomum deixaram, é incontestável e pode ser facilmente comprovado por essas bandas: depois de todo o impacto provocado pela sofisticada simbologia manguebit, a autoimagem dos pernambucanos jamais será a mesma.

Fredzeroquatro