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Concepções do Programa de Educação Ambiental do Recife |
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O Recife pode ser uma cidade sustentável ? |
Andrea Karla Pereira da Silva |
Etimologicamente falando, a palavra sustentável tem origem no latim
“sustentare”, que significa sustentar, apoiar.
O termo Sustentabilidade, portanto, está normalmente relacionado com uma mentalidade, atitude ou estratégiaque é ecologicamente correta, viável a nível econômico, socialmente justa e com uma diversificação cultural. Considerando a cidade do Recife, muitas pessoas podem achar impossível que uma metrópole como Recife, tãodensamente povoada, com todos os problemas que uma megacidade apresenta, como elevados níveis de degradação ambiental e mergulhada num modelo capitalista de crescimento econômico, possa se tornar uma cidade sustentável. Mas isso é possível, principalmente se a educação ambiental for uma ferramenta de construção deconhecimento e poder nas mãos de seus citadinos, para transformar a realidade. É por isso que o Programa de Educação Ambiental representa uma importante contribuição para a gestão ambiental com vistas à sustentabilidade. Buscar compreender os problemas da cidade, a partir de suas origens, de suascausas, buscando as soluções em sua raiz e não nas suas consequências, é uma estratégia inerente à EducaçãoAmbiental. Como a maioria dos problemas nas cidades ocorrem de forma sistêmica, eles não são isolados nempodem ser resolvidos separadamente. Portanto as decisões que tomamos sobre determinados aspectos afetarãodireta ou indiretamente sobre outras. A política de educação ambiental no município tem papel fundamental poisatravés da gestão colegiada fará uso da metodologia de projetos para obter soluções sistêmicas para problemassistêmicos. Tomemos como exemplo a densidade populacional. Todos sabemos que o adensamento da população nas grandescidades é um grande problema, pois aumenta a demanda por mais serviços, estrutura e infraestrutura, aumentaa carga de esgotos, o consumo de água e de energia, só para listar alguns problemas sistêmicos. Mas se avaliarmossob a ótica da ecologia, a densidade favorece aspectos também positivos. Elevada densidade nas cidades permite também elevada diversidade e, com elas novas possibilidades: Diversidade social; Diversidade econômica; Diversidade ambiental; Diversidade na solução de problemas; Diversidade no enfrentamento das crises. Não é à toa que a cidade mais sustentáveldo planeta tem tambémuma das maiores densidades: acidade de New York, nos EstadosUnidos da América. A sustentabilidade na cidade de Nova York émedida em função dos indicadorescitados anteriormente como preceitos para as cidades sustentáveis.Isso não seria possível, senão fosse esta megacidade, tãodensamente diversificada, masacima de tudo: é uma sociedadeeducada! A ilustração a seguir (figura1)mostra o Recife em um Rankingdas treze regiões metropolitanasdo Brasil. No item Densidade populacional,o Recife ocupou em2012 o 6º. Lugar, porém a RMRocupa o 9º lugar em relação à empregose é o penúltimo (12º lugar) no PIB per capita, embora ocupe o3º lugar em desempenho econômicono mesmo período. Isso mostra que a RMR tem uma má distribuição de renda e elevada taxa de desemprego. A população do Recifecresceu 34% no período de 2009 a 2012, quando no resto do país este crescimento foi de 24%. No quesito educação,os dados apontam para uma taxa de 91% da população alfabetizada, mas apenas 11% tem nível universitário. Verifica-se, portanto, que não é apenas a escolarização que faz um cidadão educado. É necessário redefinir as diretrizeseducacionais para que possamos atingir o patamar de uma cidade sustentável. Uma das diretrizes desse programa é a formação de educadores ambientais. Educador ambiental é qualquer pessoa, independente de suas atribuições laborais ou nível de conhecimento, que, sensível às questões que permeiamo desenvolvimento sustentável, possam promover a articulação institucional e de políticas públicas, a reflexão crítica acerca da problemática socioambiental, o aprofundamento conceitual e criar condições para o desenvolvimento continuado de formação em Educação Ambiental com a população do contexto, visando a sinergia dos processos de aprendizagem que contribuem para a construção de territórios sustentáveis. Há tendências para a sustentabilidade no Recife ? A cidade do Recife, como foi visto, enfrenta problemas comuns a uma megacidade: modelo de consumo desordenado,ocupação de áreas risco e de proteção ambiental, falta de saneamento, impermeabilização do solo, além de sérios problemas de trânsito. O meio ambiente urbano se transformou numa das principais dimensões da crise, mas outras duas dimensões devem ser igualmente consideradas: a dimensão social e econômica. Ao considerar que a degradação da natureza não é inexorável e que está relacionada ao modo de produção dominante,orientado para o lucro máximo, a busca pela sustentabilidade torna-se parte da luta por um projeto nacional de desenvolvimento. Precisamos entender o mundo que nos cerca, conhecer a realidade e tentar mudar nosso modelo dedesenvolvimento. Com o olhar voltado para um futuro de verdadeiro progresso econômico e social. |
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Educação para a cidadania e a consciência planetária |
Willyane Freire da Silva Andrea Karla Pereira da Silva |
Atuar no desenvolvimento sustentável implica em exercer a cidadania plena, admitindo cidadania como: (...) o atode o homem se construir como homem entre outros homens e como homem que, com os outros, constrói o mundohumano, material e simbólico em que subsiste. Agora, ser cidadão é ser sujeito do processohistórico, em contraposiçãoao ser objeto, sobre o qual incide a ação do sujeito. É ser agente produtor do espaço cultural em que deveráviver (PACHECO, 2011, p. 10). No entanto Gadotti oferece outro conceito de cidadania, ao associá-lo à democracia, para relacionar cidadania àsustentabilidade. Cidadania é, essencialmente, consciência de direitos e deveres. Não há cidadania sem democracia,embora possa haver exercício não democrático da cidadania. A democracia fundamenta-seem três direitos: direitos civis (como segurança e locomoção); direitos sociais (como trabalho,salário justo, saúde, educação, habitação, etc.); direitos políticos (como liberdade de expressão, de voto de participação em partidos políticos e sindicatos etc.) (GADOTTI, 2009,p. 134) Conhecer seus direitos e deveres não é o grande desafio que precede a cidadania, mas a construção de um ser que reconhece seus próprios deveres e direitos e reformula caminhos para a busca da cidadania plena. Essa cidadaniaplena não é restrita a interesses e direitos individuais. Além de cumprir leis, pagar impostos e escolher representantes,esse cidadão cria novas possibilidades de cidadania (GADOTTI, 2009). Uma cidadania que se associa e se vincula à construção social “de forma indissolúvel, a um tipo de ação social e de possibilidades concretas para suarealização” (GENTILI, 2000, p. 147). Essa vinculação à construção social fala a favor de uma educação para uma cidadania planetária, a qual se integraàs dimensões da sustentabilidade para a produção de conhecimentos e a socialização de saberes que mitiguemimpactos relacionados às problemáticas sociais, ambientais e econômicas. Para isso, busca-se conduzir o cidadão para se transformar em agente de desenvolvimento sustentável e, por isso, de uma sociedade planetária (GADOTTI,2009). Uma sociedade planetária deve caracterizar-se pela abertura, pelo dinamismo, pela interatividadee pela complexidade, e para tanto requer processos pedagógicos igualmente abertos,dinâmicos e criativos. Dessa forma as pessoas, os sujeitos que fazem parte do processo deensino-aprendizagem devem estar em permanente atitude de aprendizagem, de investigação,participação, na mediação pedagógica. A atitude de aprendizagem sempre está acompanhadado potencial sinérgico que dá ao processo uma trajetória que, embora imprevisível, é semprevital, intencionada e produtiva (PRADO, 2008, p. 64). Uma cidadania planetária está atrelada à cultura da planetaridade e associada a visões e consciências planetárias. Essa cultura é definida considerando que a Terra constitui-se por uma só comunidade de humanos, que são cidadãosde uma única nação e, por isso, mantêm relações de afetuosidade, respeito e compromisso mútuo. A promoçãoda cidadania, da reflexão, a despeito de uma nova cultura para a sustentabilidade é desenvolvida por meio de caminhos pedagógicos que efetivem o processo de ensino-aprendizagem característico por ações como:Facilitar, acompanhar, possibilitar, recuperar, dar espaço, compartilhar, inquietar, problematizar, relacionar, reconhecer, envolver, comunicar, expressar, comprometer, entusiasmar, apaixonar,amar” (PRADO, 2008, p. 60). Para o cumprimento de uma educação para a cidadania planetária, exige-se uma ressignificação na visão de mundoe na formação de indivíduos que estão inseridos numa comunidade com dimensão global e local, simultaneamente. Além disso, faz-se necessária a constante revisão dos currículos pedagógicos para sua adequação aoscontextos e às sociedades em que estão inseridos (GADOTTI, 2009). Deste modo, a cidadania planetária não se define como uma filosofia educacional, mas como uma mudança comportamental. Educar para cidadania é dar subsídios para a reconstrução do sujeito e para sua relação com o mundo e com o outro,por meio de saberes e de aprendizado contínuo. A educação para a cidadania planetária e para o desenvolvimentosustentável implica na transformação dos sujeitos, seja pelo seu estímulo à autonomia, pela aprendizagem dialógica,pela capacidade de refletir, de se conscientizar, ou pela relação com a sociedade, pois essa caracterizaçãocondiz com os objetivos de uma educação para o desenvolvimento. Esses objetivos incluem (SILVA, 2006, p.111):
Entende-se, pois, que para uma sociedade justa e equânime, o indivíduo deve ser formado em sua essência, a qualcontempla compreensão, partilha de conhecimento, solidariedade, compromisso, moralidade e ética. “A ética nãoé mais uma coisa, um conteúdo, uma disciplina, um conhecimento que se deve acrescentar ao fazer educativo”(GADOTTI, 2009,p.81), mas como um valor a ser interiorizado. Para isso, educadores devem ser instrumentalizadores de uma educação sustentável que viabilize a sensibilizaçãopara problemas planetários, considerando, inclusive, que o ser humano é parte da mesma Terra que vem sendodevastada. Daí decorre admitir a pertinência do Princípio 9 da Carta da Ecopedagogia:(...) uma educação para a cidadania planetária tem por finalidade a construção de uma culturade sustentabilidade, isto é, uma biocultura, uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres humanos e entre estes e a natureza. A cultura da sustentabilidade deve nos levar,a saber, selecionar o que é realmente sustentável em nossas vidas, em contato com a vida dosoutros. Só assim seremos cúmplices nos processos de promoção da vida e caminharemos comsentido. Caminhar com sentido as práticas da vida cotidiana e compreender o sem sentido demuitas outras práticas que aberta ou solapadamente tratam de impor-se e sobrepor-se a nossasvidas, cotidianamente (CARTA..., 1999). Para que o docente aprimore essa educação sustentável, além do domínio dos conhecimentos técnicos e tecnológicos,ele é estrategicamente responsável por desenvolver nos estudantes a curiosidade e a criatividade paradescobrir novos caminhos para a solução dos problemas do planeta. Dentre os caminhos, observa-se que a Transdisciplinaridade pode subsidiar, pois “é complementar da aproximação disciplinar; ela faz emergir, da confrontaçãodas disciplinas, novos dados que as articulam entre si e que nos dão uma nova visão da natureza e da realidade”(Nicolescu,2011). Assim, o sujeito curioso será incentivado à produção de novos conhecimentos científicos e à experimentaçãodos conhecimentos já existentes em realidades que atua. Assim, experimenta-se na realidade, remeter-se à construção da cultura da sustentabilidade, pois o ser humanoserá capaz refletir e transformar em ação os resultados de um conhecimento extraído da práxis educativa e daaprendizagem associada à vida cotidiana. Significaratifica que “a reflexão sobre as relações de inteiração e compartilhamentoque se estabelecem em uma rede social deve ter como pressuposto o fato do conhecimento ser umdos elementos constituintes da cidadania”(PACHECO, 2011, p.13 ). Com isso, a formação profissional deve considerar a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar uma nova cultura de direitos e deveres, baseada na participação e no envolvimento dos cidadãos junto àsociedade e com os problemas do planeta. Considerando que o exercício da profissão e a inserção em instituiçõesde ensino também se configuram como um diálogo com a sociedade, essa assertiva se respalda em (OLIVEIRA etal., 2012, p. 99) que condiciona a forma como o trabalhador interpreta a realidade à formação profissional:(...) a forma como o trabalhador interpreta a realidade e como ele lê seu processo de trabalhoestrutura-se com base nas práticas de formação pelas quais ele passou. A educação profissional, embora não seja a única, poderá ser a mais importante dessas práticas. Nesse sentido éindispensável que o momento de formação se paute pela expectativa de que os futuros trabalhadores possam ser, antes de tudo, críticos sobre sua própria ação como trabalhadores.Desse modo, identifica-se a necessária incorporação da cidadania à profissionalização, compreendendo o indivíduoem sua integralidade, ao contribuir com a formação humanística através de experiências práticas e de relaçõescom a sociedade permitindo o desenvolvimento da consciência: Daí decorre que as experiências desenvolvem aconstrução de uma nova mentalidade na sociedade, na qual o aprendizado do sujeito se concretiza pela sua autonomiae pela capacidade de atuar conforme definições de PERRENOUD (2008, p. 12):A autonomia e a responsabilidade de um profissional dependem de uma grande capacidadede refletir em e sobre sua ação. Essa capacidade está no âmago do desenvolvimento permanente,em função da experiência de competências e de todos os saberes profissionais. Porisso, a figura do profissional reflexivo está no cerne do exercício de uma profissão, pelo menosquando a consideramos sob o ângulo da especialização e da inteligência no trabalho. A reflexão promove a formação de uma nova consciência humana como parte da nova configuração “do homempara o planeta, acima de gêneros, espécies e reinos. De uma visão antropocêntrica para uma consciência planetária,para uma prática de cidadania planetária e para uma nova referência ética e social: a civilização planetária”(GADOTTI, 2005, p. 26). Essa consciência planetária, apesar de não ser de forma exclusiva, também é constituída pela consciência ambiental. Considerando que a formação profissional deve considerar a consciência humana e planetária do sujeito,é necessário que na profissionalização também tenham incorporado saberes ambientais emergentes nas práticas disciplinares, na interrelação com o ensino, com a ação e com a pesquisa e nos próprios conteúdos curriculares dosprogramas educacionais (LEFF, 2011). Esses saberes ambientais também são parte do conjunto que desperta a consciência humana para sua necessáriaatuação planetária. Eles não necessitam se restringir em sala de aula a conteúdos programáticos, mas, principalmentena interrelação do diálogo entre os estudantes durante a aula. Sabe-se que é a consciência humana do sujeito que cria a realidade humano-social como unidadedo existente e de significados, de realidade e de sentido. Nesse sentido é que o ser humanose realiza, pois é capaz, através do desenvolvimento da consciência filosófica estabeleceros nexos necessários à “leitura” do real concreto onde vive e atua. E, hodiernamente, este realconcreto é global, de onde recebe os impactos e ao qual o ser humano tem que responder eatender como cidadão do mundo (BITTENCOURT, 2008, p. 69). Em complemento, Gadotti (2009) caracteriza a ecopedagogia como fundamental para formar o cidadão do mundo por meio de uma consciência planetária, pois, além de ter condições de conhecer a realidade tem como papelprimordial a modificação do olhar e das percepções que têm por trás dele. Deste modo, observa-se a necessáriaintegração da consciência e cidadania planetária como parte da profissionalização dos sujeitos que passam a compreendero ato de aprender para transformar por meio de um necessário diálogo com a sociedade. Afinal, “a experiênciademonstra que as mudanças não ocorrem espontaneamente, mas com intervenções conscientes e intençõesclaras de pessoas e grupos” (LOUREIRO, 2012, p. 87). Para isso, ecopedagogia deve compor a profissionalizaçãodos sujeitos, pois:Assim, busca-se compreender o educando enquanto agente de desenvolvimento que oraocupará espaços diferenciados no mundo do trabalho ampliando suas oportunidades decrescimento profissional, ora se engaja com a sociedade, partilhando saberes e exercendoa cidadania e a consciência planetária. Esses espaços diferenciados são oportunizados a profissionais que compreendem o sentido da aprendizagem, não por meio de um acúmulode saberes, mas pela sua capacidade de conhecer para intervir e transformar-se intervindo. Bibliografia Utilizada para este texto . BITTENCOURT, A.B; FERREIRA, N.S.C. (orgs). Formação humana e gestão da educação: a arte de pensar ameaçada.São Paulo: Cortez, 2008. . CARTA da Ecopedagogia. Primeiro Encontro Internacional: São Paulo, 1999. Disponível em: http://www.mettaolhar.com.br/bra/manifesto/CARTA%20DA%20ECOPEDAGOGIA.pdf. Acesso em: 08 Mai 2013 . FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. . GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra e Cultura de Sustentabilidade. Revista Lusófona de Educação, V. 6, p.15-29,2005. . NICOLESCU, B. La Transdisciplinarité – Manifeste, Ed. duRocher, 1996 (O Manifesto da Transdisciplinaridade, Ed.Triom, São Paulo, 2ª ed., 2001). . GADOTTI, MOACIR. Pedagogia da terra. Brasil cid ed. Petropólis: [s.n.]. p. 1–217 2009. . GENTILI, P. Qual educação para qual cidadania ? Reflexões sobre a formação do sujeito democrático. In: Semináriointernacional de reestruturação curricular: Utopia e democracia na educação cidadã. Porto Alegre: Editora UFRGS,p. 143-156, 2000. |
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Verde Urbano |
A arborização urbana oferece relevantes benefícios,
desde a melhoriada qualidade de vida das
comunidades, a reduçãodos efeitos das ilhas de
calor urbanas e também reduz gastos de energia
com resfriamento de ambientes,além de contribuir
para retardar o escoamentodas águas pluviais, de
proporcionar habitats para a vida selvagem no espaço
urbano e a melhoria daqualidade do ar.
Arborização diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo, dentro da cidade.
Nesse enfoque, as árvoresplantadas em calçadas, fazem parte da arborização urbana,
assim como parques e praças que não caracterizam Áreas de Preservação Permanente (APP) e
podem ser subdivididas em áreas verdes de uso público (lazer) e particular.
A arborização urbana é de vital importância, principalmente nos grandes centros urbanos. Com uma maior áreaverde na cidade, a temperatura é mais amena, evitando as ilhas de calor, que se formam rapidamente em grandesmetrópoles com urbanização intensa como Recife, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil; e Nova Iorque, Pequim, Bombaim, Cairo, Cidade do México, entre outras. Geralmente, as ilhas de calor formadas pela grande concentraçãode concreto, pela escassez de áreas verdes e pelo elevado nível de poluição (ocasionado, na maioria das vezes,pelos veículos que circulam pela cidade), concentram-se na região central das metrópoles, onde se encontram ocentro financeiro, vários edifícios, e uma enorme frota de veículos. Portanto, a arborização é de grande importância para a população de uma cidade, pois melhora a qualidade do ar, reduz a propagação do som, e diminui, em cercade 10%, o nível de material particulado. Benefícios da arborização Arborizar uma cidade não significa apenas plantar árvores em ruas, jardins e praças, criar áreas verdes de recreaçãopública e proteger áreas verdes particulares. A arborização também deve atingir objetivos de ornamentação, melhoriamicroclimática, diminuição da poluição e proteção do solo, entre outros. O plantio precisa levar em consideração o porte e a espécie da árvore para decidir onde ela será plantada. Um planejamento prévio evita o sofrimento da árvore e que ela entre em conflito com a estrutura urbana. MATTOS(1984), comenta que os “tratamentos paisagísticos devem ser orientados para que ofereçam aos sentidos humanos,renovadas reações.” Segundo ele, a cor tem um efeito fundamental, e seu complexo mundo “tem condições decriar através das paisagens, reflexos psicológicos que ajudam a conduzir os seres humanos para harmoniosa vida terrena”. Redução da temperatura As árvores e outros vegetais interceptam,refletem, absorvem e transmitem radiação solar, melhorando a temperaturado ar no ambiente urbano. No entanto, a eficiência do processo depende das características da espécie utilizada, tais como a forma da folha, a densidade foliar e o tipo de ramificação. O vento também afeta o confortohumano e seu efeito pode ser positivo ou negativo, dependendo grandemente da presença de vegetação urbana. No verão, a ação do vento, retirando as moléculas de água transpiradas por homens e árvores, aumenta a evaporação. No inverno, significa um aumento do resfriamento do ar. Ações antrópicas Os seres humanos são, antes de tudo, seres vivos. Mas sua capacidade de modificar o ambiente é, de longe, superiora de outros seres vivos. A população das cidades está sujeita a uma série de ‘perigos’ causados por essas modificações, representados, na maioria das vezes, pela urbanização acelerada e mal planejada e por atividades humanas que, direta ou indiretamente,afetam a saúde, a segurança e o bem-estar das pessoas. Convém ressaltar a seguinte afirmação: a degradação das paisagens urbanas está assumindo proporções insustentáveis, no que diz respeito tanto à quantidade como à qualidade do verde. Um dos problemas mais visíveis é causado pelo desrespeito ao importante papel da vegetação na estabilidade dos solos, atuando, através de suasraízes, principalmente, no equilíbrio de encostas. Os desmatamentos, realizados de forma desordenada e muitas vezes clandestina, tornam os solos desprovidos desua antiga proteção natural, fazendo com que os mesmos sejam mais atingidos pela erosão pluvial, o que provocadeslizamento de terra e assoreamento progressivo de rios, córregos e canais, aumentando, dessa forma, a frequência e a intensidade de enchentes. Nesse contexto, as encostas dos morros situados no Recife - que ocupam aproximadamente 33 Km² ou 15% daárea do município, abrigando cerca de 500 mil habitantes - apresentam registros graves de deslizamentos, principalmente,durante os períodos de invernos rigorosos, tanto nas áreas habitadas pelas populações mais carentes,como naquelas onde há extração de materiais para aterros. As péssimas condições econômicas de boa parte da população, além da pouca informação nas comunidades sujeitasa riscos geológicos, também levam muitas famílias a ocuparem áreas impróprias, agravando, ainda mais, oquadro sócio-ambiental existente no município. Redução da poluição urbana As árvores no ambiente urbano têm considerável potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera. No entanto, a capacidade de retenção ou tolerância a poluentes varia entre espécies e mesmo entre indivíduosda mesma espécie. Algumas árvores têm a capacidade de filtrar compostos químicos poluentes, como o dióxidode enxofre (SO2), o ozônio (O3) e o flúor. Mesmo considerando-se que as árvores podem agir com eficiência paraminimizar os efeitos da poluição, isso só será possível por meio da utilização de espécies tolerantes ou resistentes. Os danos provocados pela poluição atmosférica podem ser muito significativos, dependendo principalmente dasespécies utilizadas e dos índices de poluição. Na opinião de ROCHA (1994) “a arborização é da mais alta importância para a qualidade de vida humana”. Segundo ele, “ela age simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor dosol (...); no plano psicológico, atenua o sentimento de opressão do homem com relação às grandes edificações econtribui para a formação e o aprimoramento do senso estético”. Unidades protegidas No Recife, o verde urbano é constituído por maciços ambientais até unidades de plantas, de valor sentimental,histórico e ecológico. Para a sua conservação, foi instituído o Sistema Municipal de Unidades Protegidas do Recife– SMUP, sistema que regula toda a diversidade de ecossistemas existentes no território municipal, considerandoos grandes maciços vegetais distribuídos nos morros e na planície, conectados pelos cursos e corpos d’água, bemcomo os espaços inseridos na malha urbana que se apresentam como áreas de amenização climática e compartilhamentosocioambiental, bem como de valorização da paisagem urbana, visando à melhoria da qualidade de vida humana. A primeira categoria de Unidades Protegidas do SMUP do Recife é o do Jardim Botânico (JB), cujo objetivo principal éo estudo, a pesquisa e a documentação do patrimônio florístico, bem como o apoio às demais Unidades Protegidas. As Unidades de Conservação da Natureza (UCNs) são áreas vegetadas que possuem diversidade biológica merecedorade proteção, por apresentarem grandes extensões dos ecossistemas remanescentes da vegetação nativa. Um exemplo é a Unidade de conservação da natureza – 15ª UCN Parque dos Manguezais. Situa-se no bairro doPina, com área de 320,34 hectares. É um santuário ecológico, pertencendo à bacia do Rio Tejipió e sendo banhadapelos Rios Pina e Jordão. Apresenta vegetação de mangue e herbáceo-arbustiva. Durante a Segunda Guerra Mundial, ali funcionou a Estação Rádio-Basedo Pina, subordinada à Quarta Frota Americana, com a função de rastrearmensagens inimigas do alto-mar e repassá-las para Washington (Estados Unidos da América), bem como de protegeras embarcações do aliados. As Unidades de Conservação da Paisagem (UCPs) são áreas formadas por ambientes naturais em parte ocupadospela população, que são considerados bastante expressivos da identidade do Recife. Atualmente, existe apenasuma UCP no Recife – o Parque da Jaqueira. As Unidades de Equilíbrio Ambiental (UEAs) são espaços geralmente vegetados e inseridos no desenho da Cidade,que proporcionam conforto ambiental e amenização climática, assim como a prática de esporte e lazer, além depromoverem a melhoria da estética urbana. São Unidades de Equilíbrio Ambiental os Parques Urbanos, as Praças,os Imóveis de Proteção de Área Verde, os Jardins Históricos e as Árvores Tombadas. Árvores tombadas O tombamento de árvores é uma forma de preservação de espécimes vegetais de porte arbóreo, especialmente significativos para a população, por sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes. Atualmenteexistem 53 árvores tombadas no Recife. Todo cidadão pode indicar uma espécie para tombamento, cujas solicitações devem ser encaminhadas ao Poder Executivo Municipal. Após a emissão pelo órgão responsável do parecer técnico favorável, as árvores indicadas sãodeclaradas patrimônio ambiental, para efeito de proteção por parte do Município e da sociedade. A proteção, conservaçãoe correta manutenção dessas árvores dependem da ação municipal e da colaboração das comunidades onde elas se encontram. Portanto, tombar essas árvores significa preservar o nosso patrimônio natural e dividirresponsabilidades. Imóveis de Proteção de Área Verde No Recife existem atualmente 63 IPAVs(Imóveis de Proteção de Área Verde) localizados pelos diversos bairros em áreas reconhecidas pelo poder público como de interesse ambiental e paisagístico e possuem as principais funçõesde: conservação do patrimônio natural, amenização climática, servir como local de pouso para a avifauna urbana,de contemplação da natureza e de convivência saudável, de prática de esportes e lazer, bem como de conservação da paisagem urbana. Bibliografia Utilizada para este texto . BOFF, L. Princípio-Terra: a volta à Terra como pátria comum. São Paulo: Ática, 1995. . CPRH. Fazendo Educação Ambiental. Governo do Estado de Pernambuco, Recife, 1994. . DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 2.ed. São Paulo: Gaia, 1993. . DIB-FERREIRA, DeclevReynier. Dicas para práticas em Educação Ambiental. Disponível em: http://diariodoprofessor.com/2007/11/20/dicasde-praticas-para-educacao-ambiental . Acesso em 21 de jun. 2009. http://eckomadeira.no.comunidades.net/index.pagina=1889593283 . MILANO, M. S. Avaliação quali-quantitativa e manejo da arborização urbana: exemplo de Maringá – PR. Tese de Doutoramento (EngenhariaFlorestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1988. . ___. Arborização urbana. In: Apostila do curso sobre arborização urbana - Universidade Livre do meio Ambiente. Curitiba, 1995. . MILANO, M.S & DISPERATI, A .A . Análise da quantidade e distribuição das áreas verdes no município de Curitiba – PR. In: Apostila do cursosobre arborização urbana - Universidade Livre do meio Ambiente. Curitiba, 1995. . ROCHA, L. E. Poda, manejo e conservação de elementos arbóreos: apostila do Departamento de Meio Ambiente - Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Ponta Grossa, 1994. . RODRIGUES, A .M. A questão ambiental e a (re) descoberta do Espaço: uma nova relação Sociedade/Natureza. Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, v. 73, p. 35-71, jan./jun., 1993. . SANTIAGO, A .da C. Arborização das cidades. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1978. . SANTOS, J.L.T. dos; ZEIN, R.V; GIMENEZ, L.E. A paisagem recriada. São Paulo: Inst. Roberto Simonsen, 1980. . SENNA, D. C. Legislação e políticasde arborização. In: Apostila do curso sobre arborização urbana - Universidade Livre do Meio Ambiente. Curitiba, 1995. . TARNOWSKI, L.C. & MOURA, R. Preservação do meio ambiente e a arborização urbana. In: 3º Encontro Nacional de Estudos sobre o meioambiente. Anais. Londrina, 1991. . TEIXEIRA, I. F. & SANTOS, N.R.Z. dos. Caracterização das áreas verdes do perímetro urbano de Santa Maria, RS. In: 3º Encontro Nacional de Estudos sobre o meio ambiente. Anais. Londrina, 1991. . PEDROSA, FÁBIO JOSÉ DE ARAÚJO. Análise geoambiental de parte da Região Metropolitana do Recife (PE). In: Apostila do curso MBA em Gestão Ambiental - Universidade de Pernambuco. (impresso) Recife: Universidade de Pernambuco, 2013. |
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Resíduos Sólidos |
Resíduos sólidos é um tema que ganha cada vez
mais relevância no Brasil eno mundo. Afinal, crescimento
econômico e populacional seguem de mãos
dadas com o incrementoda produção e do consumo.
Maior produção e consumo significam maior quantidade
de resíduos sólidos e asua gestão tem se configurado
como um dos grandes desafios da atualidade.
Dá para acreditar que no Brasil uma única pessoa produz em média 1,2 Kg de lixo por dia ?
Cada brasileiro que viva 70 anos de idade vai produzir 25 toneladas de detritos.
Imagine então o impacto sobre as cidades, onde vivem aproximadamente 80% da população.
Nas 20 grandes aglomerações com mais de um milhão de habitantes residem50% da população brasileira.
A Região Metropolitana do Recife, por exemplo, detém 40% da população do Estado de Pernambuco.
Em todo o planeta, particularmente no atual modelo econômico capitalista que induz o consumismo, gera exclusão social e degrada o meio ambiente, levanta-se então o questionamento: como produzir mais, usando mais energias renováveis, menos recursos naturais e gerando menos resíduos ? Reduzir, Reutilizar e Reciclar É a partir desta reflexão que surge o princípio dos 3Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Os 3Rs é um conjunto de atitudesrelacionadas aos nossos hábitos de consumo, que ajudam a poupar os recursos naturais, gerar menos resíduose minimizar seu impacto sobre o meio ambiente, além de promover a geração de trabalho e renda. A educação para o consumo sustentável é um importante caminho para tornar os cidadãos protagonistas de mudançasde comportamento, tomando consciência de seu poder de escolha e do impacto delas. Ela pode propiciaruma grande mudança cultural, na direção de uma ampla cidadania ambiental, que supõe a mudança no padrão deconsumo e de produção. A ação pedagógica deve incentivar a não geração, a redução, a reutilização, o tratamentoe a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e rejeitos da produção e do consumo. São atitudes na maioria das vezes muito simples e que só dependem da nossa consciência. Decidir por um consumoconsciente significa optar por um futuro decente. Essa responsabilidade é de todos nós e isso agora é lei. A Política de Resíduos Sólidos Já enfrentamos graves problemas causados pela gestão inadequada dos resíduos e pela alta densidade demográfica de nossas cidades. Afinal, parte do lixo fica no meio ambiente sem receber tratamento adequado, provocandoa poluição que pode durar por séculos, e acarretando enchentes nas cidades pelo acúmulo de lixo nos bueiros,morte de plantas e animais aquáticos pela quantidade de lixo jogado nos rios e mares, poluição do solo, contaminando plantações, entre muitos outros problemas. Então este é um desafio que se apresenta bem perto de nós. Para assumirmos responsabilidades com a construção de uma sociedade sustentável, é urgente que lancemos um olhar sobre os resíduos sólidos. A esperança surgiu com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos –PNRS, instituída a partir da Lei12.304 de 02/08/2010, após 21 anos de debate no Congresso Nacional e de luta popular. Esta política busca modificar a maneira como o país trata os resíduos, como também define o papel de atores sociais Ela atribui responsabilidade aos geradores, ao poder público e às pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à sua gestão. Toda a sociedade brasileira é responsável pelos resíduos sólidos, o que denominamos de responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos sólidos urbanos. A logística reversa, por exemplo, é parte das obrigações do setor empresarial. Logística reversa é um sistema que prevê o retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. A empresa deve realizar o recolhimento de produtos eembalagens pós-consumo, assim como reassegurar seu reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou garantirsua reinserção em outros ciclos produtivos. Há obrigações em particular sobre agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes; e produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro. Já os municípios são responsáveis por gerir seus resíduos com melhor e maior eficiência econômica, ambiental esocial, e não apenas operacional como era até hoje. É do município a responsabilidade de dispor de forma ambientalmente correta os resíduos sólidos e, por consequência, eliminar os lixões até o final de 2014. É responsabilidade dos municípios implementar a coleta seletiva dos resíduos – necessária para o aumento da reciclagem e da compostagem dos resíduos orgânicos – e também fazer a inclusão dos catadores de materiais recicláveis. Outras responsabilidades que precisam ser assumidas pelos municípios: Redução da disposição em aterros, visandoo aumento da sua vida útilEm 2013, a Prefeitura do Recife realizou a 2ª. Conferência Municipal de Meio Ambiente, sobre a temática resíduos sólidos, com o propósito de sensibilizar e mobilizar a sociedade recifense na identificação de soluções para diminuir a geração de resíduos, mudar o padrão de consumo e mitigar os impactos ambientais decorrentes dos resíduos . Foram definidos os objetivos de contribuir para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS; envolver toda a sociedade recifense na efetivação do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos em âmbito local e regional;divulgar a PNRS identificando soluções que se concretizem em ações efetivas de desenvolvimento local sustentável; incentivar a sociedade a assumir responsabilidades inerentes à sua interação com a cidade e com osrecursos naturais locais. O que cada cidadão ou cidadã pode fazer... Pensando os cidadãos como protagonistas de mudanças de comportamento, tomando consciência de seu poderde escolha e do impacto delas, novos hábitos devem ser adotados em nossa própria casa. Começando por contribuir com a coleta seletiva, fazendo a separação do lixo seco e lixo orgânico - ou úmido Bibliografia Utilizada para este texto . BRASIL. 2013 Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Texto orientador da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente. |
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Águas |
Desde a antiguidade asgrandes civilizações se
desenvolveram às margensde rios, mostrando o
quão a água é importantepara o homem. Como bem
precioso que é, deve serconsumido de forma racional.
Estudiosos apontamque, futuramente, a água
poderá se tornar rara caso continue ocorrendo desperdício.
E em algumas regiões do mundo, principalmente
nas mais pobres, a falta deágua já é uma realidade.
As atividades humanas envolvem o consumo de muita água. Como fenômeno da contemporaneidade,
a água tende a perder qualidade, ou ter seu ciclo interrompido devido à urbanidade das cidades. Um exemplo disso está
na impermeabilização dos solos, através dos calçamentos de ruas e edificações. A água que cai das chuvas, nessas
condições, não consegue ser absorvida pelo solo, e com isso não pode alimentar o lençol freático, que é a água quese
acumula debaixo da terra e alimenta as nascentes e fontes. É preciso, portanto que exista um sistema de captaçãode
águas fluviais (da chuva) eficiente, que leve a água das chuvas para o rio e, de lá, ela seguirá seu ciclo. Só
que o acúmulo de lixo obstrui as galerias de recepção de água das chuvas, sem falar da instalação clandestina de esgotos
que muitas pessoas desavisadas fazem, canalizando os seus dejetos para a rede de água fluvial. Isso acarretaem problemas sérios,
pois quando chove as canaletas e galerias estão obstruídas e muitos dos alagamentos
são decorrentes disso. As ruas alagadas e contaminadas pelos esgotos clandestinos expõe as pessoas a doenças graves,
constituindo um problema de saúde publica.
O ciclo da água A água é um composto químico formado por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Sua fórmula químicaé H2O. Porém, um conjunto de outras substâncias como sais minerais juntam-se a ela. Nos oceanos existe umagrande quantidade de sal misturada à água. A água pura não possui cheiro nem cor. Ela pode ser transformada em gelo (solidificação) quando está numa temperatura baixa. A água ferve quando atinge temperatura muito elevada,entrando em ebulição e evaporando. No alto, a água evaporada resfria, se condensa e forma nuvens. Quando asnuvens estão muito carregadas, a água contida nela precipita em forma de chuva. Em regiões muito frias, o contatoda água da chuva com o ambiente faz com que a água solidifique e caia como neve ou granizo. No solo a água seráconsumida pelos seres vivos, principalmente as plantas e os animais. A água pode ainda ser absorvida pelo soloe formar lençóis freáticos, que é a água subterrânea. Pode ainda atingir corpos hídricos e alimentar rios, riachos, lagos, açudes e represas. A exposição da água ao ambiente ocorrerá pela evaporação e pela transpiração dos seresvivos, voltando ao estado de vapor na atmosfera, recomeçando seu ciclo. O ciclo da água é um processo contínuo no qual a água passa por diferentes estados físicos (sólido, líquido e vapor)e ocupa diferentes espaços no ar, no solo e na composição dos seres vivos. As etapas do ciclo hidrológico nãopodem ser interrompidas ou alteradas, pois se isso ocorre põe em risco a disponibilidade e a qualidade da água noplaneta, o que acarreta em prejuízos para os seres vivos, inclusive o homem. Distribuição de água na Terra Cerca de três quartos da superfície do planeta Terra é coberto por água. Em função deste aspecto, nosso planetavisto do espaço, assume uma cor azulada. Sem este líquido precioso o ser humano não teria se desenvolvido neste planeta. Basta dizer que o corpo do ser humano é quase totalmente formado por água. Apesar da imensa quantidade de água do planeta, este recurso está sob pressão e ameaça desaparecer. Sua distribuição no planeta é desigual, com concentração em umas áreas e escassez em outras. No Brasil, por exemplo,na Região Norte a Bacia do Rio Amazonas é a maior do mundo em volume de água. Já na Região Nordeste, a falta de água é um problema social, embora a caatinga seja um dos mais ricos biomas do mundo, que requer baixíssimaquantidade de água. Essa diversidade de ambientes no Brasil favorece a variedade de paisagens e ambientes, tãovalorizada no mundo inteiro. Recursos hídricos na cidade do Recife A água é um elemento constante da paisagem no município do Recife, cortada por vasta rede de rios e canais, com destaque para as bacias dos rios Beberibe, Capibaribe e Tejipió. No entanto, a cidade apresenta graves problemasrelacionados ao abastecimento de água de sua população. Toda a água que vemos não é boa o bastante para ser consumida. O sistema de drenagem da região é composto, além dos cursos dos três rios citados, de uma série de cursos d’água secundários ou canais, afluentes ou interligados à drenagem principal. Muitos destes riachos encontram-se desconfiguradosde sua característica natural, devido à pressão urbana. Estes canais foram tão modificados que amaioria das pessoas acredita se tratar de canais de esgotos, tão grande é a quantidade de matéria orgânica que édespejada em seu leito. A grande carga de lixo despejada nos aquíferos é um dos principais problemas que acarretamem poluição das águas, transmissão de doenças e alagamentos. Os recursos hídricos superficiais são limitadosainda devido aos desmatamentos realizados nas áreas de mananciais. A água do subsolo representa um recurso estratégico que tende a ser, cada vez mais, usado para suprir o “déficit” de água superficial. No entanto, a enorme demanda pelas águas subterrâneas tem causado problemas com relaçãoà qualidade das águas armazenadas no Aqüífero Beberibe. Nos poços construídos ao longo da faixa litorânea, emfunção da superexploração ou da utilização de materiais de má qualidade na construção de poços, tem-se observadouma ingressão da cunha salina no aqüífero. Esse problema é mais grave nos bairros situados na zona sul doRecife (como, por exemplo, Boa Viagem), onde cerca de 30% dos poços encontram-se salinizados. A forma desordenada como ocorreu o crescimento urbano e sua localização sobre uma planície flúvio-marinha, debaixa declividade, faz do Recife uma cidade muito vulnerável à inundação. Segundo o Painel de Mudanças Climáticasda ONU, o Recife se encontra em uma das áreas do planeta onde mais são observados os impactos causadospelo aquecimento global. Outra questão grave é o assoreamento de rios e lagoas, bastante freqüente no município. A Lagoa do Araçá, localizada no bairro da Imbiribeira, apresenta uma taxa de assoreamento de 4 mm/mês. O que pode fazê-la desaparecer em 30 anos. A Lagoa Encantada, no bairro do lbura, literalmente desapareceu sob a cargade sedimentos arenosos, após 20 anos de ocupação da área por conjuntos habitacionais da COHAB. Os córregos ecanais situados na zona norte do Recife constituem fonte de renda para a população local que vende toneladas deareia às obras de construção civil. O rio Capibaribe apresenta, em seu leito, áreas cada vez maiores ocupadas porbancos de areia. Finalmente, o porto do Recife retira grande quantidade de entulho todos os anos, em frequentes dragagens, a fim de assegurar calado necessário aos navios (Gusmão Filho, 1993). Bibliografia Utilizada para este texto . GUSMÃO FILHO, 1993. O risco geológico no Recife in: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA,7 Poços Caldas, MG, ABGE, Mesa-Redonda sobre riscos geológicos, Anais, v.3 (no plero), 16p. . COSTA FILHO, W. D., BORBA, A. L. S., COSTA, M. R., & TROIAN, G.C. Aspectos qualitativos da água mineral na RegiãoMetropolitana do Recife. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Maceió, AL, 2011. . MANOEL FILHO, J. Exploração de Água Mineral em Zona Urbana. Características Gerais e Diagnóstico para Planejamentoe Controle – Caso do Grande Recife. Ministério das Minas e Energia – Secretaria de Minas e Metalurgia.Recife, 2004. . GÓESV. C., CIRILO J. A geração de base de dados espaciais para estudos de drenagem urbana na região metropolitanade Recife, Pernambuco. Revista Brasileira de Cartografia (2010) Nr 63/4, p. 555-565, Sociedade Brasileirade Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto, 2010. . PEDROSA, FÁBIO JOSÉ DE ARAÚJO. Análise geoambiental de parte da Região Metropolitana do Recife (PE). In:Apostila do curso MBA em Gestão Ambiental - Universidade de Pernambuco. Recife, 2013. |
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Biodiversidade |
Nós, humanos, somosparte da biodiversidade e
compartilhamos o planetacom milhões de espécies
que já foram descritas ecatalogadas, desde a baleia
azul – a maior espécieanimal conhecida – até os
micro-organismos, invisíveisa olho nu.
22 de maio éo Dia Mundial da Biodiversidade.
Em números divulgados pelo censo da vida marinha – uma equipe de
pesquisadores de mais de 80 países, inclusiveo Brasil, após dez anos estudando a diversidade,
distribuição e abundância da vida nos oceanos, constatou a existência de 6,5 milhões de espécies
terrestres e 2,5 milhões marinhas. É importante ressaltar que os oceanos têmhoje menos de 1% de sua área estudada.
O Brasil é considerado o país que tem a maior biodiversidade do mundo, dada às condições favoráveis à proliferação das espécies : clima, extensão geográfica, biomas diversificados, reserva de água, etc. Embora o conhecimento sobre a biodiversidade do planeta ainda esteja muito fragmentado, estima-se que já tenhamsido descritos aproximadamente 1,75 milhões de espécies diferentes de seres vivos – incluindo microrganismos,plantas e animais. O número pode impressionar os mais desavisados, mas representa, nas hipóteses maisotimistas, um percentual muito pequeno, se imaginarmos o montante de espécies ainda desconhecidas. Infelizmente, os ecossistemas em todo o planeta estão ameaçados. Mudanças nos habitats, exploração excessivados recursos naturais e poluição, estão reduzindo a biodiversidade e destruindo esses ecossistemas responsáveis por muitas tarefas. Calcula-se que a cada hora, duas espécies dos reinos animal e vegetal são extintas, todos osanos, 12 milhões de hectares de florestas desaparecem; a vida marinha está constantemente ameaçada de extinçãograças à caça e pesca ilegais; nossas fontes naturais de vida e nossos projetos de desenvolvimento estão sendo perdidos... É como se estivéssemos destruindo o disco rígido biológico da Terra, antes mesmo de conhecer os dados armazenados nele. A importância da biodiversidade A biodiversidade funciona como uma máquina gigantesca, em que animais e vegetais são suas engrenagens. Por exemplo, se uma espécie de vegetal for comprometida, poderá ocasionar a extinção daquele animal que o temcomo base de sua alimentação. Esse animal que se extinguiu, por sua vez, possuía uma função na cadeia alimentare na própria natureza. A extinção de uma espécie, cria uma sequência irreversível, ocasionando um desequilíbrio ecológico. A preservação da natureza e da diversidade garantem a proliferação da vida. As indústrias têm focalizado sua atençãoàs florestas, para conhecer espécies que podem ser utilizadas como matéria-prima na produção de medicamentose cosméticos, mas não pensam que essa exploração pode alterar ou impactar as áreas de possível extração. Estudos revelam que nos próximos 25 anos, de duas a sete espécies em cada 100 vão se extinguir. É importante saber que cada planta extinta ocasiona a perda de 30 espécies de animais e insetos que dela dependem., Para os países em desenvolvimento, a perda da biodiversidade traz graves consequências. A maioria das pessoasque vive nesses países depende diretamente da agricultura e da criação de animais para sobreviver. Podemos aqui citar os indígenas e moradores das áreas rurais, que fazem o uso sustentável da biodiversidade. Como já foi ditoanteriormente, o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, com cerca de 20% do número total de espécies do planeta. Desta forma, esse imenso patrimônio genético, já comprometido nos países desenvolvidos, tem seu valor econômico inestimável em várias atividades, tendo papel de destaque no campo de pesquisa de novos medicamentos,que são obtidos direta ou indiretamente através de seus recursos naturais. Ameaças à biodiversidade A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais,a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. Os pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Ambientes Marinhos Tropicais (INCT AmbTropic) detectaram durante avaliação do impacto da poluição nos rios que atravessam à cidade de Recife, em Pernambuco,que a biodiversidade existente está sendo prejudicada diretamente. Crustáceos como o Guaiamum, amplamenteutilizados na culinária local, sofrem até alteração de DNA devido ao conteúdo despejado na via fluvial poresgotos, resíduos industriais, lixo doméstico e demais ativos tóxicos. Cinco rios da região metropolitana de Recife estão servindo como parâmetro para a pesquisa, são eles o Capibaribe, Goiana, Jaguaribe, Sirinhaém e Rio Formoso. O estudo utiliza células da hemolinfa dos animais para a avaliaçãodos danos genéticos através das técnicas denominadas Ensaio Micronúcleo e Ensaio Cometa. “Esta disfunção ocasionadapela poluição pode também gerar interferência no processo reprodutivo das espécies”, ressalta a Adam. Entre as medidas efetivas citadas por Adam que poderiam contribuir para minimizar os efeitos danosos da poluiçãoàs espécies, estariam a educação ambiental, o planejamento da aplicação de pesticidas, prevendo inclusive omelhor período do ano para esta finalidade e ampliar o acesso, principalmente, da população ribeirinha ao saneamento básico. “A importância do nosso estudo, entretanto, é a disponibilização dos resultados obtidos não só parao meio cientíFIco, mas também para o âmbito governamental. Informar a sociedade sobre o problema também éuma das metas”. A pesquisadora alerta, porém, que o exato componente que afeta os crustáceos ainda não foi detectado. “Amostras de sedimento do solo das tocas dos Guaiamuns foram coletadas para essa finalidade. Entretanto, as análisesquímicas que identificarão os componentes serão realizadas por outra pesquisadora e ainda não são conhecidos”, diz. O projeto de pesquisa do INCT estende-se também para outras espécies da biodiversidade local e tem como meta apontar se elas também estão sendo afetadas pelos efeitos da poluição da cidade, como aponta Adam. “Os estudosnão se restringem aos Guaiamuns. Já iniciamos coletas de dados referentes às tainhas nos mesmos estuários”,lembra. “Estes também já indicam grau diferenciado de danificação genômica. Pretendemos também fazer a mesma abordagem com um bivalve, mas ainda não iniciamos a coleta dos animais”, conclui. Desmatamento A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderá estar extintas dentrodos próximos 30 anos. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. Introdução de espécies exóticas A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial, pois coloca em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Os pardais e a sua fácil adaptação no meio urbano Sobreviventes dos avanços urbanos, os pardais (Passerdomesticus) são considerados pragas. Há indícios de queos pardais são responsáveis pelo desaparecimento de aves nativas, como a rolinha (Columbina talpacoti), o anu-preto (Crotophagaani) e o sericoia-mirim (Laterallusviridis). Segundo o ornitólogo Manoel Toscano, do grupo Observadores de Aves de Pernambuco (OAP), os pardais são avesde fácil adaptação urbana. Isso os difere das espécies nativas que não sobreviveram à destruição de áreas verdes ea construção de prédios, e se deslocaram para áreas mais adequadas com o objetivo de garantir sua sobrevivência. A adaptação dos pardais aos espaços urbanos é explicada por vários fatores. Onívoros, os pardais comem de tudo:frutas, insetos, lixo, grãos e até mesmo restos de comida. De acordo com Toscano, a Lavandeira (Fluvicolanengeta)é outra espécie de ave que está se adaptando ao crescimento urbano. “Embora sejam insetívoras, já vi Lavandeirascomendo restos de comida na Estação Recife”, diz. Embora não se saiba ao certo como os pardais chegaram aoRecife, conta-se que eles foram introduzidos na cidade com o objetivo de exterminar os insetos Lacerdinha, quepovoavam o Parque 13 de Maio, no Centro. O Lacerdinha causa forte ardência em contato com a pele. O caracol–gigante–africano (Achatinafulica) É um molusco nativo do leste e nordeste da África, que foi introduzido ilegalmente no Brasil como iguaria na décadade 1980, como uma opção ao consumo de “escargot” (caracóis do gênero Helix) e se transformou em umaespécie invasora que ameaça seriamente o meio-ambiente. Como não tiveram a aceitação esperada neste mercado,muitos donos de criadouros acabaram liberando-os no ambiente (terrenos baldios, lagos, rios, canais, etc). Sendo hermafroditas, e também capazes de se autofecundar, cada indivíduo é capaz de liberar aproximadamente400 ovos por ano; e sobrevivem aos períodos de seca e de frio, e também a diversos venenos. Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espéciesnativas – inclusive alimentando-se de outros caracóis; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias no homem. Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, emnosso país, tenha sido transmitida pelo caracol-gigante. Esse caracol é considerado um problema de saúde pública, sendo muito importante a sua eliminação. Para tal, o método mais eficaz é a catação manual. Com auxílio de luvas, os indivíduos e seus ovos devem ser armazenadosem dois sacos de lixo, sendo suas conchas quebradas. Após esse momento, é necessário que sejam enterrados emvalas de aproximadamente 80 cm de profundidade, com aplicação de cal virgem sobre eles. O Caracol Africanotambém é responsável indireto pela potencial transmissão da febre amarela e da dengue, já que as conchas dessescaracóis quando mortos podem encher-se d’água e tornar-se um potencial ponto para a proliferação do Aedesaegypti, mosquito transmissor dessas doenças. Biopirataria O termo biopirataria não refere-se apenas ao contrabando de diversas espécies naturais da flora e da fauna, mas principalmente, à apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais no âmbito do usodos recursos naturais. Estas populações estão perdendo o controle sobre esses recursos. A biopirataria consiste na apropriação indevida de recursos diversos da fauna e flora, levando à monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais no que se refere ao uso desses recursos. O termo “biopirataria” foi lançado em 1993 pela ONG RAFI (hoje ETC-Group) para alertar sobre o fato do conhecimento tradicional e dosrecursos biológicos estarem sendo apanhados e patenteados por empresas multinacionais e instituições cientificas. Tais comunidades, que geraram estes conhecimentos fazendo uso destes recursos ao longo dos séculos, estãosendo lesadas por não participarem dos lucros produzidos pelas multinacionais. Em todo negócio clandestino, é difícil estabelecer cifras precisas, mas sabe-se que o tráfico internacional de animaissilvestres só perde, em faturamento, para o de drogas e de armas. Muitas vezes, de 10 animais contrabandeados, 9 morrem ao caminho da venda. Onde são vendidos os animais cladestinamente ?
Algumas espécies de animais contrabandeadas
A cidade do Recife e seu patrimônio ambiental O território do Recife é singular. Morros suaves ao norte, sul e oeste estruturam uma planície cortada por rios e banhadapelo mar, constituindo o ambiente sobre o qual se ergueu a Cidade. Este suporte físico-geográfico, recobertode remanescentes da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, foi aos poucos sendo ocupado, transformado e, em alguns locais e momentos preservado, definindo-se assim uma identidade paisagística que caracteriza o entrelaçamento entre a arquitetura e o sítio natural sobre o qual se ergueu. Neste processo de construção do espaço urbano, três tipos distintos se ressaltam: as áreas recobertas com maciços vegetais preservados; as áreas com expressiva presença de vegetação em simbiose com uma ocupação culturalmente significativa, e os pequenos fragmentos vegetados inseridos na malha urbana. O conjunto dessas áreasse expressa na diversidade do ecossistema do Recife, através da vegetação, das águas e dos retalhos verdes do espaço urbano, essenciais à preservação e à regeneração dos escassos recursos naturais ainda disponíveis na Cidade. Segundo o Plano Diretor do Recife, as Unidades Protegidas são aquelas que apresentam matas, mangue, curso ou corpo d´água, bem como aquelas de interesse ambiental ou paisagístico necessárias à preservação das condiçõesde amenização climática, destinadas a atividades recreativas, esportivas, de convivência ou de lazer. Atualmente,a Cidade do Recife abriga um total de vinte e cinco Unidades de Conservação, de acordo com a Figura do Plano Diretor (Setores de Sustentabilidade Ambiental) e a Lista das Unidades de Conservação, as quais vêm sendo instituídaspelo Poder Público Municipal a partir da Lei de Uso e Ocupação do Solo de 1996. Dessas, cinco já foramenquadradas na categoria de Área de Proteção Ambiental (APA), conforme o Sistema Nacional de Unidades deConservação da Natureza (SNUC – Lei Federal nº 9.985/2000). Um bom exemplo da biodiversidade do Recife está representado no levantamento da avifauna nas unidade deconservação do Recife, a APA Engenho Uchoa por exemplo, abriga quase 40 espécies de aves; a mata da Várzeapossui 70 espécies de aves; a unidade de conservação de Dois Irmãos tem quase 140 espécies; 23 espécies de aveshabitam a região de Joana Bezerra; a região de Dois Unidos tem mais de 20 espécies de aves; 17 espécies de aveshabitam a orla marítima; a região da Caxangá abriga 42 espécies; e finalmente o Parque dos Manguezais que abriga93 espécies da avifauna recifense. Bibliografia Utilizada para este texto . PANDEY, R.C. Prospecting for potentially new pharmaceuticals from natural sources. Med. Res. Rev., 18: 333346,1998. . CRAGG, G.M., Newman, D.J. &Snader, K.M. Natural products in drug discovery and development. Journal of NaturalProducts, 60:52-60, 1997. . VERPOORTE, R. Exploration of nature’s chemodiversity: the role of secondary metabolites as leads in drug development.Drug Discovery Today, 3:232-238, 1998. . SHU, Y.Z. Recent natural products based drug development: A pharmaceutical industry perspective. Journal ofNatural Products, 61: 1053-1071, 1998. . HARVEY, A. Strategies for the discovering drugs from previously unexplored natural products.Drug DiscoveryToday, 5:294-300, 2000 . DE SMET, P.A.G.M. The role of plant-derived drugs and herbal medicines in healthcare.Drugs, 54: 801-840, 1997. . DOWNTON, C. & Clark, I. Satins- the heart of the matter. Nature Reviews Drug Discovery2: 343-344, 2003. . CRAGG, G.M. & Newman, D.J. Discovery and development of antineoplastic agents from natural sources. CancerInvestigation 17: 153-163, 1999. . STROBL, W.R. The role of natural products in a modern drug discovery program.Drug Discovery Today, 5:29- 41,2000. . CALIXTO, J.B. Eficacy, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeuticsagents). Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 33: 179-189, 2000. . GRÜNWALD, J. (1995). The European Phytomedicines Market: Figures, Trends, Analysis.HerbalGram, 34: 60-65. . BLUMENTHAL, M. Herb industry sees mergers, acquisitions, and entry by pharmaceutical giants in 1998, HerbalGram,45: 67-68, 1999. . PAIVA, Celso do Lago, ed., 1999/ 2003. Achatinafulica: praga agrícola e ameaça à saúde pública no Brasil. Fontesde informação impressas e digitais. 25 de abril de 2004. . MESQUITA, Paulo Aníbal G. Achatinafulica, o caracol gigante invasor no BR.2004. . Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Divisão de Vigilância e Controle de Pragas (20 de janeiro de2003). Parecer Técnico Plano Diretor do Recife http://www.recife.pe.gov.br/pr/secplanejamento/planodiretor/ |