SÉC. XVII
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8 - PONTE MAURÍCIO DE NASSAU
Ponte do Recife, depois Sete de setembro, sua primitiva construção foi devida ao príncipe d'Orange, conde João Maurício de Nassau, em 1640. Esse governador holandês, com a finalidade de ligar o bairro do Recife à cidade Maurícia ( presentemente os bairros de Santo Antônio e São José), contratou a construção com o engenheiro judeu Balthazar da Fonseca. Essa ponte foi sentada, metade sobre pilares de pedra, e a outra metade de imbiriba preta. Era prolongada até os arcos que lhe serviam de entrada, feitos provavelmente para garantirem a cobrança do pedágio. Foram demolidos, o do bairro do Recife ou da Conceição, em 1913, e o de Santo Antônio em 1917. Contam que Maurício de Nassau, ao tê-la de franquear ao público, fez anunciar para esse dia uma original, curiosa e interessante festa de um " Boi voador" (a parte a seguir poderá ser acessada se clicada sobre a palavra) "Boi voador" - (Cobrou-se, no dia do espetáculo, de cada pessoa que transpunha a ponte, duas placas com o fim de, por esse modo, tirar-se desde logo uma parte da importância consumida na construção. De fato realizou-se o espetáculo, pregando o príncipe ao povo uma peça indigna. Assim Belchior Alves, possuidor de um boi, o príncipe tomou-o emprestado e mandou nessa ocasião encher de palha o couro de um animal semelhante aquele em cor e tamanho, procurando em tudo com o maior empenho dar a forma ilusória de um boi natural. Depois, tendo sido, primeiramente, apresentado ao público o verdadeiro boi, para este vê-lo e ficar ciente de que era aquele boi que ia voar - fizeram o couro empalhado elevar-se em distância em corda presa a mastros ocultos. Deste modo realizou-se o espetáculo prometido que rendeu mil e quinhentos florins). Durante o governo de Henrique Luiz Pereira Freire, estando a ponte em ruínas, foi reconstruída, aproveitados então os arcos e pilares da levantada por Maurício. Aumentou-se a extensão das estivas e, sendo a passagem pelo centro em toda sua extensão, foram erguidas aos lados duas alas de casinhas destinadas a produzir renda para manter a conservação da ponte. Essas casinhas foram locadas a mercadores de vários gêneros. Nesse tempo, no arco da freguesia de S. Antônio, foram colocadas inscrições que, apesar do zelo do Instituto Arqueológico e Geológico Pernambucano, mandando uma vez por outra, reavivá-las e reproduzi-las, eram apagadas constantemente com as sucessivas pinturas, por ocasião dos festejos do orago. Em 5 de Outubro de 1815, no governo de Caetano Pinto de Miranda Montenegro, ela desabou, ficando destruídos os armazéns que havia encima e sucumbindo nesse desastre algumas pessoas. Reconstruída outra no mesmo local, durou até 1861,quando foi substituída por uma toda de ferro, elegante , larga, extensa e forte, entregue ao serviço em 7 de setembro de 1865. Em 1915, o governador D. Manuel Antônio Pereira Borba, bastante danificada a fez reconstruir pela atual, inaugurando-se em 18 de dezembro de 1917.
Sob a ponte, no respectivo estrado, passam as canalizações de gás, água e saneamento. As obras custaram ao Estado 910 contos de réis e foram terminadas pela Companhia Construtora em Cimento Armado, sucessora e cessionária do contratante L. Riedlinger |