Fotografia de João Ferreira Vilela, mostrando o casario do bairro de Santo Antônio em 1870. Em primeiro plano, a ponte Sete de Setembro localizada nas imediações da atual ponte Maurício de Nassau.

A paisagem renovada

Na segunda metade do século XIX, a linha de horizonte da cidade exibe outros marcos verticais disputando com as torres das igrejas. Despontam cúpulas reluzentes reafirmando o poder do Estado, como na Assembléia Legislativa e na Casa de Detenção (atual Casa da Cultura), e são realizadas inúmeras construções nobres, de grande porte. Na periferia as fábricas e vilas operárias introduzem outra ordem na paisagem, especialmente a partir do final do século.

A cidade recebe moderna infra-estrutura, com sistema de abastecimento d'água, linhas de trens e bondes, além das arrojadas pontes de ferro. Os aterros modelam a expansão urbana, como se vê na rua da Aurora. A rua estreita e tortuosa do passado, desprovida de vegetação, com inúmeros sobrados colados uns aos outros, vai dando lugar à figura das ruas largas, retilíneas, com passeio de pedestres e arborização. Nelas encontram-se casas com jardins laterais e frontais, que asseguram luz e ventilação natural, como exigia o pensamento higienista no combate às epidemias. Novidades que se completam na criação de praças com ajardinamento, bancos, coretos, fontes e gradis de ferro, construindo - sem substituir - uma imagem bem distinta daquela dos velhos pátios das igrejas.

Geraldo Marinho


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