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Em editorial do Jornal do Commercio do dia 23 de Junho de 2001, foi enfocado o problema das praças e jardins de Burle Marx que existem na cidade do Recife e o precário estado de conservação em que se encontram.

Compartilhamos com a opinião desse respeitável jornal, particularmente com a indignação quanto ao uso de alguns desses logradouros como estacionamento para carros. Estamos rebatendo com firmeza o argumento simplista de que o desemprego e as agruras sociais de boa parte da nossa população justifica essa agressão aos nossos espaços públicos.

Entretanto, gostaríamos de fazer alguns reparos e colocações adicionais sobre o tema levantado. Não é verdade que "o Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura não deu qualquer esperança de recuperação daqueles espaços, alegando dispor apenas, para este ano, de R$ 300 mil para fazer a manutenção das 243 praças, 211 refúgios e nove parques da cidade".

O que todos sabem é que estamos trabalhando, neste ano de 2001, com um orçamento herdado da administração anterior. E os números apresentados pelo jornal são frutos dessa herança. Pode-se até argumentar que o orçamento disponível é irrisório e irreal.

Por isso a necessidade de se fazer um processo de decisão democrático de onde aplicar os recursos públicos se faz cada vez mais necessários, como já era necessário antes. Vamos ter que nos acostumar a trabalhar com o conceito prático de prioridade.

Essa administração coloca o Orçamento Participativo como um dos programas mais importantes para a construção da cidadania. A necessidade de discussão das prioridades da cidade não nasceu, evidentemente, agora com o Orçamento Participativo. Ela sempre foi necessária, porém sempre foi recusada pelas elites e oligarquias tradicionais que definiam suas prioridades de acordo com os seus interesses próprios e muitas vezes privados.

Concordamos também que " seria preciso haver uma ação corajosa, em benefício dos nossos locais públicos". A diretriz do governo municipal, assumida com toda coragem pelo Prefeito João Paulo, é o resgate dos espaços públicos, aí incluídos prioritariamente canais, ruas, praças e calçadas. Essa ação corajosa já está se dando.

No caso particular dos jardins de Burle Marx não estamos simplesmente assumindo que por não ter recursos públicos nada será feito. A EMLURB já está trabalhando na busca de parceiros privados. Tarefa que diga-se de passagem não é fácil, pois a manutenção desses espaços por ser cara, não permite que um único parceiro privado os assuma. A montagem de esquema de parcerias múltiplas é muito mais complexo e demorado, mas está sendo assumida pessoalmente pelo Presidente da EMLURB.

Outro aspecto que julgamos importante salientar é que se faz urgente o resgate das praças de Dois Irmãos e do Internacional que são usadas como estacionamento para carros. A Guarda Municipal do Recife será usada para coibir esses abusos nos dias em que houver grande movimentação em torno das mesmas. Imaginem a pressão que iremos sofrer, dos usuários indevidos desses espaços públicos!!!.

Contamos com o apoio do Jornal do Commercio para dar a devida cobertura jornalística nos avanços que formos tendo, e, nos alerta quando estivermos falhando em nossa missão.

José Ailton de Lima
Secretário Municipal de Serviços Públicos