Foto da Manifestação


Evolução de rua

Vídeo

MARACATU DE BAQUE SOLTO

Rica expressão da cultura afro-indígena no Carnaval de Pernambuco, o Maracatu de Baque Solto é também conhecido como Maracatu de Trombone, de Orquestra ou Rural. Nessa manifestação cultural é evidente a fusão de vários folguedos populares existentes nas áreas canavieiras do interior do Estado como: reisado, pastoril, cavalo-marinho, bumba-meu-boi, caboclinhos, entre outros. Essa mescla aconteceu também na cidade, quando no início do século XX a crise do açúcar foi espalhando os trabalhadores do campo em direção à capital, que incorporados à vida da cidade, adaptaram-se a uma nova realidade social, utilizando para isso as suas próprias referências. Brincar Maracatu de Orquestra foi uma delas. A chegada ao Recife interferiu na estrutura da brincadeira, nas suas representações, nas concepções estéticas, na realidade sociocultural dos brincantes, assim como as práticas religiosas que fundamentam o brinquedo.

No carnaval, desfila sob a orientação do apito ou movimento da bengala do Mestre, que orienta a movimentação de todo o maracatu. Quatro figuras principais abrem o cortejo: Mateus, Catirina, a Burra e o Caçador. Ainda à frente da agremiação, a bandeira ou estandarte apresenta o grupo; Integrando o cortejo, temos ainda o vassalo ou menino do guarda-chuva; os lampiões ou carboreteiros, que iluminam o caminho do préstito; a Dama-do-Paço, que conduz a boneca de pano, e o baianal, isto é, o cordão de baianas. No entanto, a figura que mais chama atenção certamente é o Caboclo de Lança - figura exótica, carregada de magia e beleza plástica, que se apresenta ao público com uma gola, ricamente bordada com materiais reluzentes, chocalhos, uma enorme cabeleira colorida e uma lança comprida ornada com fitas, conferindo-lhe dignidade marcial. Na rua, as manobras (danças) é um constante vai-e-vem ao redor do cortejo, como a verificar se todos estão nos seus lugares e protegidos. É um movimento ritual para inibir a reação de um possível inimigo. No entanto, no Maracatu de Baque Solto, há um caboclo que não usa lança. Em suas mãos, um machado, e sua cabeça é ornada com um grande cocar de penas. É o caboclo Arreiamá, também chamado de Tuxau.

O instrumental do brinquedo, chamado de terno, é composto por bombo, surdo, tarol, porca (cuíca), gonguê, além dos instrumentos de sopro como o clarinete, o trombone e o trompete. É comandado pela figura do mestre, que trabalha improvisando versos e loas (músicas).