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Natividade
Fé, expressão de resistência. Memória, signo para a construção cotidiana. Brinquedo, significado do que somos e resposta do imaginário ao prazer e à dor do concreto em que vivemos. É Natal! Todos podem ser pastores e viver mais um ciclo de beleza e lirismo singulares. Invadir praças, ruas, igrejas e terreiros da cidade, cantar e louvar na busca da ação solidária e generosa, que desmistifica os valores de mercado e amplia a riqueza do ser. O sagrado e o profano apresentam-se e passam a compor o rico e complexo universo do catolicismo popular. E o simbólico, como forma de ressignificação, por meio da memória coletiva, é expresso pelas manifestações artísticas. Eis o nosso papel, fortalecer as expressões culturais como produtos de uma história social, reacender a chama dos brinquedos mais puros que resultam no processo de sentir e expressar nossas realidades. Salvemos os reisados, os pastoris, os presépios e as cheganças. Vivamos os dramas, os autos, as lapinhas e as canções. Eis que chega o anjo da Anunciação brincando no bumba-meu-boi e nos ensina a entender, por intermédio da história, que a verdade é um bem comum a todos os povos e a todos os credos. Aleluia, é Natal! |