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CABOCLINHOS

Manifestação popular, originária da mescla indígena, os caboclinhos expressam um forte sentimento nativista. São homens, mulheres e crianças que apresentam vigorosas coreografias em ritmo marcado pelo estalido das preacas (espécie de arco e flecha de madeira).

A religião está presente na manifestação por meio dos cultos indígenas, a pajelança, religião dos antepassados. É na Jurema ou Catimbó, como é popularmente conhecida, onde atua a maioria dos mestres e caboclos. Alguns grupos diferem desta linha, cultuando religiões afro-brasileiras, ligadas a terreiros de Xangô e Umbanda.

A apresentação normalmente inicia com o porta-estandarte (podendo haver mais de um), seguido de dois cordões de caboclos e caboclas. No centro o cacique (responsável pelas coreografias) e a cacica (ou mãe da tribo). O desfile também conta com a presença do Pajé (ou curandeiro, orientador espiritual do grupo); Matruá (representa um feiticeiro); Capitão (chefe de uma das alas); Tenente (chefe da outra ala); Perós (crianças da tribo) e dos caboclos de baque.

As danças ou evoluções variam de um grupo para outro. Geralmente ocorrem em duas fileiras (cordões), podem trazer alas, com coreografias que representam situações criadas e recriadas pelos mestres e brincantes. De maneira geral, evoluem com agilidade, agacham-se, levantam-se e rodopiam nas pontas dos pés e calcanhares, em três momentos específicos: Guerra, Baião e Perré, determinados pela mudança do ritmo. Alguns grupos também apresentam o Toré ou Macumba, o Traidor (destaque das preacas marcando o ritmo), a Emboscada (disputa de dois grupos) e Aldeia (dança em círculo).

A indumentária é composta por atacas (de pé e mão), saiotes e tangas, e confeccionada com penas (de Ema e de outras aves), lantejoulas, contas, búzios, espelhos, vidrilhos, cordas e sementes. Os adereços de cabeça são bastante diversificados: cocares, capacetes, cabeleiras, diademas, girassóis e leques, decorados com penas e lantejoulas. Apresentam-se descalços.

O baque é composto por caracaxás (maracás ou exeres), surdo e inúbia (flauta ou gaita), podendo haver atabaque e caixa. As músicas normalmente são instrumentais, havendo grupos que recitam versos ou loas.