Hábito comum no Brasil, a automedicação é uma prática condenável e deve ser evitada pelo consumidor. Por um motivo bastante simples: apesar de usados para curar enfermidades e aliviar sintomas, os medicamentos também podem ser nocivos à saúde, principalmente se ingeridos erroneamente sem uma orientação adequada. Quem alerta é a Vigilância Sanitária do Recife. “A automedicação é perigosa porque ocorre de forma desorientada, podendo causar problemas às pessoas”, explica o gerente da Vigilância Sanitária, Luiz Paulo Brandão. O maior risco, diz ele, é a intoxicação. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 12 mil casos do tipo ocorrem diariamente no Brasil provocados pela ingestão de medicamentos ou substâncias químicas. As crianças são as principais vítimas.
Um remédio ingerido sem a devida orientação médica também pode acabar cortando o efeito de outros medicamentos que a pessoa possa estar eventualmente tomando para algum tratamento específico. “As pessoas nunca devem seguir conselhos de vizinhos, pessoas da família ou de balconistas de farmácia. O ideal é procurar um serviço de saúde para que o médico possa avaliar o caso e receitar, se for necessário, o remédio mais adequado”, aconselha Luiz Paulo. Segundo ele, a boa prescrição médica é aquela que inclui o diálogo entre médico e paciente, independente da doença ou do tratamento indicado. Por isso, algumas perguntas básicas são imprescindíveis para se ter maior segurança do remédio que está sendo receitado. “É bom deixar claro também que farmácia não é loja de remédios e que a pessoa não deve ser ‘receitada’ pelo balconista só porque está com uma dor aqui ou ali. Além de correr o risco de agravar o problema, o consumidor pode gastar dinheiro com remédios inadequados”, complementa Luiz Paulo Brandão.
Genéricos - Responda rápido: Você sabe diferenciar o medicamento de referência do genérico quando vai à farmácia? Para quem ainda tem dúvidas na hora da compra, a Vigilância Sanitária do Recife dá as dicas. De acordo com o órgão de fiscalização sanitária, o remédio de referência é aquele produto pioneiro, inovador e que possui quase sempre um nome de marca (nome fantasia). Já o genérico é igual ou comparável ao de referência em quantidade de princípio ativo (substância que torna o remédio eficaz), concentração, forma farmacêutica, modo de administrar e qualidade. “A grande diferença do genérico é o preço ser mais barato. Além disso, ele traz na embalagem a letra G em tamanho grande indicando que o medicamento é genérico, o nome do princípio ativo e a inscrição Medicamento aprovado de acordo com a Lei nº 9.787/99”, explica o gerente da Vigilância Sanitária, Luiz Paulo Brandão. Ele cita o paracetamol e a dipirona como exemplo de medicamentos genéricos.
Falsificação – A Vigilância também orienta o consumidor para os medicamentos falsificados. Embora não seja tão comum como há dez anos, a falsificação é uma prática que ainda ocorre e deve ser observada na hora da compra do remédio. Para não ser enganada, a pessoa deve atentar para o lacre de segurança e a marca do fabricante (nome da indústria) metalizada na embalagem. “Em caso de dúvida, o consumidor deve falar pessoalmente com farmacêutico responsável da farmácia”, orienta Brandão. Em caso de denúncia ou dúvidas, a pessoa pode ligar para o Disque Saúde (0800.281.1520), da Prefeitura do Recife. O serviço telefônico é gratuito e funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 19h.
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