SECRETARIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU)

Projetos e Ações
Transporte Complementar

       

O Sistema de Transporte Complementar de Passageiros (STCP) é um serviço oferecido à população do Recife desde novembro de 2003, em substituição ao transporte realizado por kombeiros, que conduziam seus veículos de maneira irregular e perigosa. A Prefeitura do Recife criou o sistema com o objetivo de proporcionar maior segurança e mobilidade aos cidadãos entre os bairros da cidade e em áreas de difícil acesso. Hoje o serviço, gerenciado pela CTTU, beneficia 43 bairros da capital pernambucana, com a operação de 12 linhas. Ao todo, o sistema chega a transportar cerca de 33.000 pessoas por dia.

O STCP/Recife é formado por dois tipos de linhas: alimentadoras e interbairros. Com caráter social, as alimentadoras transportam gratuitamente as pessoas que moram em áreas de difícil acesso até os terminais de ônibus mais próximos. Ao todo, seis linhas estão em operação, beneficiando cerca de 13 comunidades. Em alguns casos, os veículos são rastreados via satélite, através do sistema GPS. Essa fiscalização garante o melhor cumprimento das viagens e a qualidade do serviço oferecido à população. Futuramente, todas as linhas vão dispor dessa tecnologia.

As linhas interbairros, por sua vez, facilitam o deslocamento de pessoas entre os subúrbios da cidade, sem passar pelo centro do Recife e pelos corredores de ônibus. Neste caso, o transporte é remunerado e o usuário paga o valor equivalente à tarifa do anel 'A', ou seja, a passagem mais barata do sistema de ônibus. As seis linhas em circulação ainda garantem o benefício da meia passagem aos domingos e a estudantes, além da gratuidade para deficientes físicos e idosos. Com isso, o STCP/Recife supre a necessidade de deslocamento dos recifenses, completando o serviço de transporte dos ônibus.

* Atualmente, a tarifa do Anel 'A' custa R$ 1,60.

Bilhetagem eletrônica

Os recifenses podem utilizar o passe-fácil ou vale-transporte eletrônico nas linhas interbairros do Sistema de Transporte Complementar de Passageiros do Recife (STCP). Em 2006, a Prefeitura do Recife, através da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), equipou os veículos definitivos com a bilhetagem eletrônica, também chamada de Control CIT. A tecnologia, antes exclusiva da frota de ônibus, agora beneficia usuários e permissionários do STCP/Recife.

A bilhetagem eletrônica atraiu, principalmente, as pessoas que tinham dificuldades em usar o STCP/Recife devido ao fim do benefício do vale-transporte e passe estudantil em papel. Antes, por falta do equipamento, alguns estudantes e trabalhadores optavam por pegar até dois ônibus para chegar ao destino, mesmo existindo uma linha direta no sistema complementar. Assim, a implantação do Control Cit proporcionou o aumento na demanda de passageiros das linhas interbairros, que chega a transportar cerca de 25.800 pessoas por dia.

Além de atrair mais usuários, o Control CIT permite um maior controle na prestação e na qualidade do serviço. Isso porque o equipamento identifica os profissionais (motorista e cobrador) e grava o número de passageiros recolhidos, os horários de saída, chegada ao ponto de retorno e volta ao terminal. Com esses números, é possível coibir a superlotação de veículos, cobrar o cumprimento dos horários e a regularidade das viagens. A CTTU ainda pode observar se o próprio permissionário está guiando seu veículo, como manda a legislação do STCP/Recife.

Histórico

Para os recifenses, hoje o transporte clandestino é passado. Mas, isso só foi possível porque, a partir de 2003, a Prefeitura do Recife colocou em prática a lei municipal que proibia o transporte remunerado de pessoas sem autorização do município e, ao mesmo tempo, criava o Sistema de Transporte Complementar de Passageiros (STCP). Assim, a prefeitura, com ajuda do Governo do Estado, fechou o cerco aos kombeiros, abolindo um tipo de transporte que colocava em risco a vida dos cidadãos e causava sérios problemas ao trânsito da cidade.

A circulação de vans e kombis foi proibida, em novembro de 2003. Por alguns dias, a ação foi apenas educativa, informando aos motoristas e passageiros do transporte alternativo que não poderiam mais ultrapassar os limites do município. Depois disso, o ônus para os motoristas flagrados fazendo o transporte remunerado de passageiros sem autorização passou a ser a apreensão do veículo e aplicação de multa no valor de R$ 2 mil, como prevê a Lei Municipal que criou o STCP/ Recife. Por ser vinculada à tarifa de ônibus, essa multa é reajustada anualmente e hoje custa R$ 2.464,42.

Bloqueios fixos foram instalados nos limites do Recife com os municípios de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe. Outros pontos de controle funcionaram na cidade, com o papel de fazer a fiscalização móvel. Os usuários que insistiram em andar nos clandestinos passaram pelo transtorno de descer das lotações nos bloqueios e pegar um ônibus de linha para seguir viagem. Por conta disso e da pesada multa, ação logo desencorajou os kombeiros a continuar atuando irregularmente.

Para garantir o transporte da população, novos ônibus entraram em operação, aumentando a frota em cerca de 700 unidades. Na mesma época, três linhas do STCP/ Recife também começaram a circular, com 24 dos 89 vencedores da primeira licitação. O sistema complementar absorveu parte das pessoas que faziam transporte clandestino, enquanto as empresas de ônibus da Região Metropolitana abriram mais de 700 vagas de emprego. Em 2004, a segunda licitação do STCP aprovou mais 165 permissionários, concluindo o projeto básico do sistema.