Professores da rede municipal de ensino do Recife reúnem-se para a última aula presencial do curso de Tecnologias Assistivas

Professores da rede municipal de ensino do Recife participaram, na última quinta-feira (11), do último encontro presencial do curso tecnologias Assistivas, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento Professor Paulo Freire, na Madalena. Disponibilizado também na plataforma UniRec, trata-se de um curso semipresencial que foi iniciado em fevereiro desse ano e tem como um de seus objetivos, a orientação dos alunos que são professores da rede, para que aprendam como melhor adaptarem crianças com algum tipo de deficiência nas escolas.

A professora Adilsa Gomes, explica como funciona o curso “São 250 alunos, todos eles professores do município, e tentamos sempre aliar a teoria à prática. Temos o curso distribuído por módulos, o primeiro deles foi a explicação sobre o que é EAD, para que os nossos professores se habituassem com o ambiente eletrônico, já que muitos deles, ainda tinham muitas dificuldades com o ambiente virtual. Depois partimos para conteúdos próprios da tecnologia assistiva. Na plataforma UniRec, ainda há um fórum, onde professores me enviam relatórios sobre o que andam produzindo, assim, posso acompanhar o desenvolvimento deles”, disse.

Durante o encontro foram apresentados diversos projetos já criados que promovem a facilidade de deficientes no dia a dia, sejam eles crianças ou adultos, como exemplo os aplicativos de celular que converte libras em texto, permitindo assim, mais uma forma de comunicação entre todos. Também fez parte das apresentações, várias páginas do Facebook que abordam o assunto de forma dinâmica e interativa. Uma boa notícia é que essas inovações geralmente não possuem custos tão elevados, sendo alguns aplicativos possíveis de baixar até gratuitamente pelo celular. O que empolgou os alunos, que ficaram animados com as novidades.

Gustavo Dantas, que mediou a aula junto com a professora Adilsa, é professor da rede de ensino do Recife e deficiente visual e relatou algumas dificuldades que ainda encontra nos dias atuais “Conseguimos avançar muito, parece pouco e de certa forma infelizmente ainda é, principalmente se tivermos o número de pessoas deficientes inseridas na sociedade. Mas hoje pra mim, é bem mais fácil, porque posso executar atividades diárias como fazer compras, antes nem isso era possível”, avalia.

No entanto, Dantas ainda lamenta que o acesso à leitura seja restrito aos deficientes visuais. “Faz mais ou menos um mês que fui convocado para uma campanha em uma livraria do Recife, e lá não tinha nenhum livro em braille para mim, tinham uns para crianças, mas muito bem guardados. Infelizmente ainda há coisas que dinheiro não podem comprar, como esses livros, por exemplo”, pontuou.

Professor Gustavo ainda animou os estudantes ao fazer as demonstrações dos aplicativos que ele mesmo baixou no celular e que o ajuda muito nas atividades diárias, com os aplicativos ele demonstrou que é capaz de contar dinheiro, utilizar sensor de luz, sem falar no recurso de áudio, que o permite manusear o celular sem nenhuma dificuldade.

Conceição, aluna do curso que também é deficiente visual, conta como participa do curso “Eu participo apenas das aulas presenciais, porque não tenho tanta facilidade com o mundo virtual, mas, ainda assim, faço questão de vir participar dos encontros, esse é o quarto, e eu adoro, porque aprendo muita coisa. Infelizmente eu ainda encontro problemas para mexer em computadores e por isso me sinto muito mais disposta a participar do presencial.” Acrescentou.

Para finalizar a manhã de aula, Adilsa enfatizou que é direito das pessoas deficientes que as páginas da internet hoje em dia sejam acessivas. “Esse direito, infelizmente, ainda não é respeitado”, alerta. Para que os alunos fiquem mais por dentro desse assunto, ela disponibilizará no conteúdo online do curso, na plataforma UniRec, uma cartilha sobre acessibilidade na internet.

A entrega dos certificados dos alunos será em setembro. A data ainda será definida.