Enfim a avenida! Após meses de sonhos, planos, intensos preparativos e ensaios, chega o grande dia. É hora de assumir a passarela e partir para o desfile principal: o concurso de Agremiações Carnavalescas do Carnaval Multicultural do Recife 2010.

Obstáculos vencidos! Com brilho, altivez e competência começaram os desfiles da Av. Nossa Senhora do Carmo, no centro do Recife. A Troça Carnavalesca Mista A Mãe é Minha, Proveniente do bairro do Cordeiro e fundada em 1999, iniciou o desfile às 16h40. A troça trouxe ao concurso de Agremiações deste ano 250 componentes, 25 destaques e 20 músicos. “O tema para o Carnaval 2010 é Pernambuco Multicultural, uma grande homenagem ao folclore bem pernambucano, para ninguém esquecer”, declarou Marlene Barbosa presidente de A Mãe é Minha. Tendo conquistado o terceiro lugar nos dois Carnavais anteriores, a troça trouxe para o “Carnaval que a gente é que faz” ritmos de blocos, frevos, maracatus e tantos outros durante 15 minutos, animando o grande público presente em toda a extensão do desfile.

A segunda Troça a desfilar foi O Bagaço é Meu, de 1929, dos Bultrins, em Olinda. Ela, que em 2008 ficou em quarto lugar e no ano passado em quinto, chegou com muita vontade de ganhar, homenageando em alto estilo o Centenário da China no Brasil. Muito colorido, um enorme e expressivo dragão vermelho, na ala de frente 10 “chinesinhos” de quimonos brancos, peruca negra e faces pintadas de branco deram boas e belas vindas a todos.  “Na China também tem Carnaval”, lia-se numa faixa; logo atrás 10 meninas desfilavam de vestidos de cetim, jogando de cestinhos de palha papel picado e laminado pela passarela. Quimonos longos e coloridos, belos adornos de cabeça, baianas estilizadas à la China, princesas, damas de todas as idades, até mesmo mulheres espadachins. Era um universo chinês invadindo o concurso carnavalesco do Recife e puxando aplausos incansáveis.

“A cada desfile estou mais encantada, pois estão lindos. A gente percebe mesmo o amor deles e o capricho em tudo”, falou Maria das Graças Maris, gaúcha de 52 anos. Perto do final, Pernambuco ganhou seu espaço, com passistas frevando com sombrinha e tudo mais, porém, nas fantasias os motivos orientais permaneciam. Tudo lindo, elogios, porém o jurado técnico precisou alertar o porta-estandarte, que em frente à comissão julgadora demorou ou esqueceu de fazer a evolução tão esperada. Na ala de destaques mais beleza e competência. Enfim, 200 foliões apaixonados deram o melhor de si e agradaram.

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