Quem disse que santo de casa não faz milagre, não acompanhou a noite de abertura do Carnaval Multicultural 2010 no Polo Descentralizado do Ibura, na zona Sul do Recife. Nada menos que dez atrações musicais dos mais diferentes gêneros fizeram a festa dos moradores e visitantes, neste sábado (13), com o detalhe de que todos são do próprio Ibura, ou de comunidades próximas.  Com uma percussão de primeira linha e trompetes e trombones afinadíssimos, a Orquestra Popular do Ibura fez uma apresentação primorosa, com direito a muito frevo, maracatu e caboclinhos.
 
Comandada pelo maestro Herbert Juvêncio e pelo vocalista Kacy Silva, a orquestra de 16 componentes repete a dose na noite deste domingo (14), no polinho da UR-2, também no Ibura, e na segunda-feira de Carnaval, no Pólo de Nova Descoberta.  “Fazemos um Carnaval de raiz, tendo como inspiração o maestro Duda”, conta o maestro Juvêncio. Para o vocalista Kaci, que interpretou sucessos de Capiba, J. Michiles e Alceu Valença, entre outros artistas consagrados do Carnaval Pernambucano, a Prefeitura prova mais uma vez que faz uma festa democrática, com valorização da cultura local. “Outra vantagem importante é se divertir perto de casa, sem gastos extras com passagens de ônibus”, frisou.
 
Moradora de Lagoa Encantada, também no Ibura, a professora Mirtes Campos, de 28 anos, trouxe a sogra, Maria Cecília, de 54 anos, diretamente de Catende, no interior do estado, para conhecer o Carnaval recifense. “Muitos dos jovens que se apresentam hoje estudaram comigo ou com meus irmãos. É bonito ver a empolgação deles, que estão tendo a chance de mostrar o seu valor”, refletiu. Com uma sombrinha de frevo na mão, Marai Cecília disse que estava se sentido em casa. “Talvez seja esta festinha de roda gigante na rua em frente ou essas mesas e cadeiras colocadas de forma ordeira ao longo do palco, mas tem um clima parecido com as festas da minha Catende”, explicou.

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