Placa mãe, memória, cabo de vídeo, drives, HD e Floppy são termos do universo da computação e um mistério para a maioria dos usuários. Para diminuir essa distância e fazer com que as pessoas conheçam as pequenas partes que compõem as máquinas e como elas funcionam, o PROCON-Recife, em parceria com Associação de Voluntários Universo Cidadão, oferece entre os dias 19 e 29 deste mês, no Sindicato dos Bancários (na Boa Vista), a oficina de Meta Reciclagem de Computadores.

O objetivo é que conhecendo as peças do computador e seu funcionamento, os usuários possam utilizar os equipamentos por mais tempo, reduzindo a quantidade de lixo tecnológico. “É o consumo sustentável. Acontecem pequenos problemas e os donos já querem trocar por outra máquina. Com uma pequena intervenção, podemos dar uma nova vida e fazer com que o computador funcione por mais três ou quatro anos. Mesmo que o dono não queira, que a máquina não o satisfaça mais, ele pode doar e outras pessoas utilizarem”, afirma o professor da oficina, José Mendonça de Lima.

Essa é a segunda vez que o PROCON financia a oficina. A primeira foi em julho e a procura foi tão grande que foram abertas 40 novas vagas. Todas estão preenchidas, mas existe uma lista de espera em casos de desistência. O curso tem 8 horas de duração, duas em cada dia, de segunda a quinta. As aulas são totalmente gratuitas, mas se o aluno quiser levar qualquer peça de um computador antigo, as doações são sempre bem vindas, já que a associação Universo Cidadão, que luta, desde 2004, pela garantia do direito a informação, está sempre transformando sucata em computadores ativos, que podem ajudar muita gente a ter acesso à tecnologia.

Alexandre de Souza, servidor público, aproveitou o período de férias para entrar em contato com esse universo. Olhando atentamente a instrução do professor que segurava uma placa mãe e fazia as conexões necessárias para fazê-la funcionar, o rapaz nem percebeu a presença da reportagem. “São muitos nomes novos, muita informação. Fiquei curioso para me aprofundar mais no assunto. Esse foi somente o primeiro passo”, conta.

A advogada Edna Torres procurou o curso por curiosidade. “Me achava completamente ignorante quando via aquele monte de letrinhas no computador. Ás vezes, a minha máquina dava um problema e eu não sabia se deveria continuar ou desligar. Nunca tinha visto uma CPU aberta, agora, estou mais íntima dessas ferramentas”, afirma Edna. A advogada diz que nesta quinta (22), no seu último dia de curso irá levar o computador da sua empresa para aula. Ela vai aumentar a memória, sem perder o que tem gravado dentro do micro. Atitude que serve de exemplo, já que hoje em dia, os computadores duram cada vez menos e terminam no lixo. “O prejuízo ao meio ambiente é enorme, já que é um lixo formado por materiais químicos pesados”, afirma José Mendonça.

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