Memorial Luiz Gonzaga Menu Topo







Linha

A identidade cultural do sertão é singular. Com a colonização do interior, muita coisa da cultura indígena foi tragada pelos homens que vieram do outro lado do Atlântico, e como em todo o Brasil houve a fusão das três etnias – a indígena, a branca, e a negra.

O arcaísmo ainda faz parte do idioma sertanejo, muitas palavras que caíram em desuso são frequentemente pronunciadas nas feiras.

Carro de Boi

O ciclo do gado levou para o sertão, da cultura européia – ibérica – o trovadorismo, encontrado nos cantadores violeiros repentistas e na literatura de cordel, algumas das manifestações mais atuantes no Nordeste. Ainda na mesma viagem veio o cântico mouro que deu origem ao aboio.

A cultura de montaria trouxe a valorização do cavalo, que é bastante cantado por Luiz Gonzaga e em todo o Nordeste. Aqui, refletiu-se entre os espinhos brasileiros, com todo o heroísmo mitificado, provada pelas vaquejadas, cavalgadas, cavalhadas e pegas-de-bois, feiras e exposições de animais.

Da renda que veio de Portugal, hoje encontramos nas calçadas, as rendeiras, que transformam plantios de algodão em peças únicas, para a decoração de enxovais e roupas.

Os pequenos teatros de bonecos os mamulengos, crenças, costumes, adágios, o catolicismo com suas novenas, em muitos locais no sertão, encontram-se do mesmo jeito que chegaram. Já a culinária foi muito modificada, pois tanto quanto os idiomas que aqui se misturaram no caldeirão "Brasil", os alimentos também o foram. No Araripe, o pequi é fundamental e muitíssimo apreciado, uma fruta nativa da chapada que fazia parte da alimentação dos índios.

Kanbiwa

A cana de açúcar que dava os grandes lucros à colônia, segurou a maior parte dos escravos negros no Litoral e Zona-da-mata, por isso poucos negros foram ao sertão, mas foram e deram grandes contribuições históricas e culturais. A musicalidade dos negros e a criatividade foram decisivas para a identidade nordestina.

Entre as danças regionais, o xaxado dos cangaceiros, que influenciou Gonzaga, tem origem nas danças tupis, que batem o pé no chão e rodam numa fila indiana em torno de um círculo.

E foi nessa mistura de etnias e tradições, que Luiz Gonzaga nasceu e criou-se, ao pé da serra do Araripe, onde há novenas, banda de pífano, muita música, histórias e lendas, que influenciaram decisivamente sua obra e permaneceram refletidas em sua expressão musical e pessoal.