Em todo o Recife, as comunidades estão se preparando para o ciclo junino. São arraiais, quadrilhas, grupos de coco, ciranda e forró se aprontando para festejar. Para dar suporte aos que organizam os eventos nos polos comunitários, o Programa Multicultural da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) está oferecendo oficinas em 18 comunidades nas seis RPAs desde o dia 24 de maio, com final previsto para 4 de junho.

As oficinas foram planejadas em diálogo com o Memorial Luiz Gonzaga e a Gerência de Formação Cultural da FCCR, traduzindo as necessidades de conhecimento das comunidades em cursos de 30h/aulas. A abrangência das oficinas atende à decoração dos espaços, figurinos e outros adereços, mas também traz a culinária, a música e a elaboração de projetos para a captação de recursos para as festividades. Programadas com o objetivo de gerar oportunidades de geração de renda e maior autonomia para a produção das manifestações juninas tradicionais, os oficineiros estão trazendo também a preocupação com a redução do consumo e a reciclagem de materiais.

Na microrregião 4.3, o educador Alexandre Pereira está orientando os alunos para a transformação de garrafas pet em luminárias, móbiles e outros objetos para a decoração de arraiais. O resultado disso é imediato, ecológico e econômico, pois a pet substitui o acetato que seria comprado e produziria mais lixo. “No final da oficina, as peças produzidas vão ser distribuídas para os arraiais que enviaram representantes para as aulas”, explica Alexandre.

Na oficina de Gestão e elaboração de projetos ministrada por Fabiana e Sarah Vidal na microrregião 3.1, pequenos objetos usados ganharam nova vida na maquete construída pelos alunos para pensar no processo criativo e organizacional existente em qualquer projeto. Fabiana explica que, nessa dinâmica, os alunos precisam aprender a usar os recursos existentes para a composição dos projetos, o que gera reflexão sobre sustentabilidade.

Os tecidos são o ponto forte da revitalização praticada na oficina de customização de roupas ministrada por Alcione Freitas na microrregião 1.2. Camisetas e saias usadas, retalhos guardados, restinhos de fitas, tudo se transforma pelas mãos das alunas. “Nós recortamos os tecidos e aplicamos em outras peças, finalizamos com bordados, desenhos e brilhos. Assim, em pouco tempo está pronto o figurino para o São João”, arremata Alcione.

Ao longo de todo o ano, o Multicultural vai oferecer um total de 57 oficinas voltadas para os ciclos junino, natalino e carnavalesco com duração de 30 h/aulas. A cada ciclo, as comunidades são consultadas em reuniões organizadas por microrregião para a escolha dos conteúdos.

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