O curador do XI Festival Recife de Teatro Nacional, Kil Abreu, está na Cidade para avaliar espetáculos da produção local. O curador fica em Recife até a próxima segunda-feira (15) e durante esse período, além de assistir a produções na Região Metropolitana do Recife (RMR), vai ouvir grupos e produtores de teatro e recolher materiais áudio-visuais daqueles espetáculos que não terá tempo de ver, devido a sua agenda lotada. “O ideal seria poder assistir a todas as montagens, mas Recife é uma cidade que tem uma produção muito grande, principalmente quando incluímos os grupos populares e os espetáculos inéditos, o que, aliás, é um dos focos importantes desta curadoria”, revela Kil.

O curador confessa que tem uma relação forte com o Recife. “Como sou paraense, para mim estar em Recife é como estar em casa. Além do mais, o Festival é um dos melhores do País, para mim e toda a crítica especializada, diz o curador. De acordo com Kil, que viaja pelo País conhecendo as diversas linguagens das artes cênicas, diferentemente do festival de Curitiba, que é um mega-evento, o Festival Recife é um evento de médio-porte que, entretanto, tem uma concentração de idéias muito interessante e está totalmente inserido no calendário nacional como um dos mais bem-sucedidos. Para o curador, a iniciativa de descentralização, tanto das apresentações dos espetáculos quanto das oficinas, desde o Festival de 2001, é algo surpreendente. “No ano passado - Kil foi, igualmente, curador do X Festival -, fiquei impressionado com a reação do público da Refinaria Multicultural do Nascedouro de Peixinhos aos espetáculos que levamos para lá; às vezes, temáticas mais densas podem parecer herméticas, mas isso não aconteceu lá. Fiquei muito satisfeito”, explica.

Outra coisa que o deixa muito à vontade é a escolha dos espetáculos. Segundo ele, a sua preocupação e da coordenação do evento é sentir o que está sendo produzido no Brasil para, em seguida, criar o conceito do festival recifense. “O trabalho do curador é curioso pois, às vezes, selecionamos trabalhos que não são necessariamente do nosso gosto mas que integram uma tendência estética atual e isso, ao final, sempre dá certo”, confessa Abreu. Quanto à escolha da homenageada deste XI Festival, a atriz e diretora pernambucana Geninha da Rosa Borges, Kil considera que é mais do que justa. “Já que se trata de um evento cuja preocupação é jogar uma luz sobre a produção local, as personalidades locais merecem ser homenageadas”.

O XI Festival Recife do Teatro Nacional acontecerá entre os dias 19 e 29 de novembro, reunindo espetáculos representantes de vários estados brasileiros em todos os teatros da Prefeitura do Recife, a preços populares, além de apresentações descentralizadas, distribuídas pelas 6 RPAs (Regiões Político-Administrativas) da Cidade. O evento permite, igualmente, o intercâmbio entre os artistas de fora e os locais, através de oficinas e debates.

 

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