A troca de experiências entre os passistas do ritmo centenário do frevo e fortalecer os laços de interação entre os grupos e agremiações que trabalham com a música. Esses são alguns dos objetivos do 1º Encontro de Passista – Amigos do Passo, realizado durante esta sexta-feira (26), na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), no bairro da Boa Vista. Promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges, que é vinculada à Fundação de Cultura da Cidade do Recife, o evento também tem a intenção de iniciar a discussão para a criação de uma associação de passistas do Recife, avaliação dos trabalhos e planejamento para a realização do segundo encontro de passistas.

Segundo a diretora da Escola Municipal de Frevo, Bárbara Hellioddora, os passistas são um grupo importante da cultura pernambucana que ainda não tem uma representatividade. “Esse é um momento para iniciar esse debate. Estamos promovendo o pontapé dessa proposta e depois queremos que os próprios dançarinos dêem continuidade”, disse. A representante da escola destacou ainda, que a procura pelas aulas de frevo só fazem crescer, principalmente após toda a promoção realizada por conta dos 100 anos do Frevo. “Ao final do dia, os participantes farão uma avaliação do evento e vão elaborar um documento com uma proposta para um segundo encontro”, salientou Bárbara.

Entre os passistas presentes estava Djalma Rabelo, que dança frevo há três anos. Para o dançarino, o ritmo pernambucano contagia não só quem ver, mas também o próprio bailarino. “Gosto de dançar desde a adolescência. Fazia dança popular, porém o frevo me chamou e não parei mais”, disse Djalma. O rapaz, de 18 anos, é um dos integrantes da Companhia de Dança da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges, já tendo se apresentando em grandes palcos com o espetáculo O Avesso do Passo, encenado para homenagear a dança.

Durante à tarde, os representantes de grupos, agremiações e passistas vão promover apresentações dos métodos utilizados por cada entidade. Segundo o professor da escola, José Valdomiro Marques, existem atividades para cada tipo de público e faixa etária. “É importante respeitar o tempo das pessoas. Na escola procuramos trabalhar as relações sociais e interação entre as turmas”, explicou o profissional da dança que já atua na unidade há três anos e ensina, atualmente, há 100 alunos.

Uma das palestrantes do encontro foi a historiadora e gerente de Patrimônio Imaterial da Cidade do Recife, Carmem Lélis. Para ela, o seminário tem um caráter de sensibilizar os passistas como grupo importante dentro das agremiações. “É preciso que haja uma maior mobilização para que eles sejam reconhecidos como grupo forte dentro do segmento e pela sociedade em geral”, finalizou a gerente.

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