Seis horas ininterruptas de música e emoção para o público que esteve neste domingo (26) no Teatro de Santa Isabel. O secretário de Cultura Renato L e a presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Luciana Félix, deram as boas-vindas aos espectadores que vieram ao Teatro para assistir à Maratona de Aniversário de 79 anos da Orquestra Sinfônica do Recife. Logo no início do evento o público foi brindado pelo repertório da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque. Regidas pelo Maestro Cussy de Almeida, as crianças executaram um programa que ia de Vivaldi a Ary Barroso, passando por Bach e até mesmo Frank Sinatra, sendo fortemente aplaudidas pelo público ao fim de cada execução.

O maestro Cussy, em uma breve interrupção, revelou uma boa nova: o garoto João Pedro, violinista de 13 anos, está se despedindo da Orquestra e também do País. Ele acaba de ganhar uma bolsa de estudos em Varsóvia, onde vai aprimorar o seu já tão óbvio talento. João Pedro já é um dos solistas da Orquestra e toca há pouco mais de um ano.

Na sequência subiu ao palco a Orquestra Experimental de Câmara, que levou ao público composições de Guerra Peixe, dos irmãos Valença e do homenageado da noite, Villa-Lobos. A soprano Anita Ramalho fez uma apresentação tocante, com a aria das Bachianas Brasileiras n. 5. Logo depois, o Quarteto de Cordas Encore faz uma bela execução do Quarteto No. 1, de Villa-Lobos, num arranjo perfeito para violinos, viola e violoncelo.

O Quinteto de Violoncelos da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque, formado apenas por meninas surpreendeu pela versatilidade e ecletismo: se começou a apresentação com Badinerie e Vivaldi, finalizou com nada menos que Ben, de Michael Jackson. O público adorou. A tarde seguiu com as apresentações do Quarteto de Metais Nordeste que teve como destaque a tubista Íris Ângela, que solou com Tuba Choro, do Maestro Duda. Logo depois o público conferiu os recitais pianísticos de Juciara Albuquerque, Levi Guedes e Danielle Batista, para depois assistir às apresentações do Grupo Vocal Monet, Coral Jóias Que Cantam e Coral do Carmo, que foram de Noel Rosa, Zé Ramalho e Luiz Gonzaga entoando composições queridas pela platéia.

AFETO - Mas foi a aniversariante do dia a mais esperada e aplaudida da sequência de apresentações. Com um repertório totalmente dedicado a Heitor Villa-Lobos e regida por Osmam Gioia, a Orquestra Sinfônica do Recife fez um espetáculo recheado de energia e precisão. O público, agradecido pelo momento único fez a sua parte e presenteou os músicos com um improvisado, mas carinhoso “Parabéns pra você” cantado em uníssono pelos que reconhecem a importância da data. Inesquecível.

Formação cultural - Engana-se quem acha que criança de hoje em dia só quer saber de videogame e internet. Durante a Maratona de Aniversário da Orquestra Sinfônica do Recife, foi possível perceber que tem muito baixinho ligado em boa música. Levados pelos pais ou outros parentes, aproveitaram a sequência de apresentações com interesse de gente grande. A estudante Raíssa Carolina, de 8 anos, tamborilava os dedos no parapeito da frisa em que estava com o avô, enquanto Juciara Albuquerque fazia o seu recital de piano. Como que dedilhando um instrumento imaginário, ela imaginava se um dia poderá estar no palco. No fim de sua apresentação de mentirinha, virou-se para o avô e disse: “Vovô, será que eu aprendo?”.

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