Num ambiente urbano e movimentado como o de Recife, nada passa despercebido ao olhar curioso e sagaz de uma criança. Rios, pontes, comércio, pessoas. Tudo isso está registrado na III Exposição do Projeto Olhares Infantis sobre a cidade do Recife, que teve início no último dia 25, e se encontra na área externa do Instituto Ricardo Brennand (IRB), na Várzea. A iniciativa é uma parceria entre a Gerência de Educação Infantil da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Recife e a Ação Educativa do Instituto Ricardo Brennand, e traz trabalhos de crianças de creches e escolas municipais, da faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade, retratando o seu olhar sobre a Cidade.

A exposição, que segue até esta quinta-feira (03), é resultado das práticas pedagógicas em Arte/Educação vivenciadas por educadores, durante o curso de Formação Continuada em 2009. Durante nove meses, os professores participaram de sensibilizações sobre arte, no próprio Instituto Ricardo Brennand. O conhecimento adquirido durante os encontros – realizados mensalmente – foi trabalhado com os alunos, nas salas de aula. Tudo isso tendo a cidade do Recife como principal fonte de inspiração para o desenvolvimento do aprendizado. “Nosso principal objetivo foi o de possibilitar aos professores conhecimentos sobre arte na Educação Infantil. E, de posse dessas experiências, elas puderam oportunizar às suas crianças a expressão e o desenvolvimento dessa arte, dando espaço para que elas mostrassem de que forma elas enxergam a sua Cidade”, explicou Áurea Bezerra, professora da rede municipal de ensino e coordenadora do Projeto Olhares Infantis sobre a Cidade do Recife.

O resultado da exposição envolveu cerca de 700 crianças de 34 unidades educacionais da rede municipal de ensino. Pinturas, esculturas, maquetes e cartazes foram os meios utilizados pelos pequeninos para representarem o seu olhar e a sua percepção do Recife. Traços infantis e ingênuos para um cenário visto por quem trabalha, mora ou visita esta cidade. Segundo o professor Marco Aurélio, da equipe técnica da Gerência de Educação Infantil, as crianças são as protagonistas da exposição. “A intenção foi fazer com que o trabalho feito pelos meninos fosse valorizado. Uma boa parte dos visitantes custa a acreditar que foram crianças a partir dos 2 anos que fizeram isso tudo aqui. Essa mudança de concepção foi importante, para mostrar que qualquer criança pode fazer isso”, explicou.

Desde o primeiro dia, a exposição tem recebido a visita do público em geral, além dos próprios alunos e professores da rede municipal. Na tarde desta terça-feira (01), 57 educadores puderam conferir o trabalho das crianças. A professora Giselle Silva, que ensina na Escola Municipal Alto Jardim Progresso, se disse maravilhada com a exposição, “É muito mágico poder ver essa possibilidade de as crianças reproduzirem e reconstruírem sua cidade com um olhar muito particular. Nós vemos que isto aqui é o universo delas, com o olhar lúdico e bricante que elas têm”, disse.

Para Áurea, uma experiência interessante é observar as crianças se reconhecendo nos trabalhos expostos. “É muito bonito ver essas crianças se identificando com os trabalhos que elas mesmas fizeram. É muito gratificante. E quem vier aqui também poderá ver essas crianças nos trabalhos. As pessoas poderão visitar todo o acervo do IRB, verão as produções de nomes como Franz Poust, Rodin, mas também poderão ver as esculturas e pinturas de Cláudia, Maria Eduarda, Joaquim, Luíza, e de tantos outros meninos das creches e escolas municipais do Recife”, finaliza Áurea.

 

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