Por Otávio Dias

A importância e o papel das mulheres na transformação do Carnaval recifense no evento cultural mais significativo e diversificado do País. É este o enredo do livro “Sem elas não haveria Carnaval – Mulheres no Carnaval do Recife”, que foi lançado nesta terça-feira (01), no auditório da Livraria Cultura, no Bairro do Recife, região central da cidade. Patrocinada pela Prefeitura do Recife, por intermédio da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife - FCCR, a obra é resultado do trabalho de pesquisa da historiadora e antropóloga Ester Monteiro e da pedagoga e produtora cultural Claudilene Silva.
 
São 111 páginas e dezenas de fotos e ilustrações mostrando a trajetória vitoriosa de 30 mulheres que comandaram ou ainda estão à frente das principais agremiações carnavalescas do Recife e Região Metropolitana, como o Bloco Misto Batutas de São José (Recife), o Maracatu Nação Estrela Brilhante (Igarassu) e o afoxé Obá Ayrá (Recife). O livro tem apresentação assinada pela presidente da FCCR, Luciana Felix, com prefácio da historiadora e diretora de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, Rita de Cássio Araújo.
 
“Inicialmente o livro será vendido ao preço de R$ 30 aqui mesmo, na Livraria Cultura; num segundo momento, vamos distribuí-lo para as principais bibliotecas da cidade”, explicou, durante a festa de lançamento, Zélia Sales, idealizadora do projeto e titular da gerência de Preservação do Patrimônio Cultural e Imaterial da Secretaria municipal de Cultura. Sobre a obra, ela conta que a idéia foi dar visibilidade as mulheres que há muitos anos construíram, preservaram ou ainda conduzem a história do carnaval de Pernambuco. “Nosso foco são as mulheres que deixaram sua marca ou ainda estão à frente do comando das nossas principais agremiações”, explicou.  
 
Personagem do livro e entrevistada das páginas 63 a 65, Elenilza Ferreira de Melo, ou simplesmente Ilza, preside, com muito amor e competência, o Caboclinho Canindé, de Camaragibe, fundado em 1952. “Pra nós mulheres é muito interessante essa homenagem. Trata-se de um registro histórico e um espaço de visibilidade muito importante, especialmente em relação aos caboclinhos, que historicamente são dirigidos por homens”, frisou.
 
Após assinarem dezenas de dedicatórias, as autoras do “Sem elas não haveria Carnaval” ressaltaram a importância da obra para o Carnaval pernambucano. Segundo Ester Monteiro, o convite de Zélia Sales para escrever o livro foi aceito com muita alegria. “Eu já produzi outras pesquisas a convite da PCR, como “As tias do terço” e “Os afoxés do Recife”, e fiquei muito honrada de participar de um projeto inédito de visibilidade e valorização da mulher”, argumentou. A outra autora, Claudilene Silva, também comemorou o resultado. “Fui coordenadora do núcleo de cultura afro-brasileira da Secretaria de Cultura do Recife e participar deste projeto foi mais um aprendizado importante, pois se trata de um reconhecimento justo e oportuno sobre a participação feminina na história da nossa folia”, ressaltou.

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