Iniciativa homenageia as mães exibindo as cores e simbologias do candomblé.  Exposição faz parte da programação da Semana de Museus.

Aqueles que tiverem a curiosidade de conhecer mais sobre o candomblé e seus orixás, podem marcar na agenda uma visitar ao Pátio de São Pedro.  Na casa de número 34, que sedia o Núcleo da Cultura Afro-Brasileira (NCAB), uma mostra especial foi montada para apresentar as cores, simbologias e saudações dos orixás femininos. A mostra aberta na noite da última sexta-feira (13 de maio) apresenta indumentárias confeccionadas pela Mãe Nete T´Osum, Yalorixá do terreiro Ilê Asé Osum Agemum Ya Lemim, do bairro de Dois Unidos. A abertura da exposição contou com o batuque do Maracatu Mirim Porto Rico, que em cortejo pelo Pátio convidou o público para visitar o Núcleo Afro, equipamento vinculado a Secretaria de Cultura do Recife.

“Como o mês de maio é o mês das mães, aproveitamos para homenagear as mulheres através dos orixás femininos. Nós queremos reafirmar através dessa mostra um Recife laico com diversidade religiosa, promovendo uma ação afirmativa das religiões de matriz africana e para a igualdade racial”, explica Edson Axé, gerente do Núcleo da Cultura Afro.

Com chão repleto de folhas de canela exalando o aroma pelo ar, os visitantes podem conhecer seis orixás femininos: Euá, Nanã, Yemonjá (Iemanjá), Oxum, Obá e Iansã. São as “Yabás, Mulheres Guerreias do Panteão Africano”, título da mostra, que integra a programação especial promovida pela Prefeitura do Recife para a Semana de Museus até o dia 22 de maio.
“Para aqueles que nunca foram a um terreiro, esta mostra é uma oportunidade de quebrar o preconceito e conhecer as riquezas dos nossos orixás. Cada orixá fêmea traz as cabaças, que representam o nosso ventre, o ventre das mulheres”, detalha Mãe Nete, também conhecida como Nete do Coco por integrar o grupo musical Chinelo de Iaiá.

Todas indumentárias expostas foram confeccionadas pela própria Mãe Nete com a ajuda das pessoas do terreiro. Mãe Nete é uma verdadeira estilista do candomblé, pois cria indumentárias de orixás exclusivas, sempre com o seu toque pessoal e inovando no uso de tecidos estampados e pedrarias. O ofício da costura aprendeu com sua mãe, Dona Vadinha, já falecida. 

“Eu ajudava a minha mãe a fazer roupas para caboclinhos e maracatus e também panelas de Iemanjá e Cesta de Oxum. Hoje, eu também faço paramentas de orixás, roupas de estilo africano e máscaras de carnaval. Cada paramenta (roupa de orixá), eu faço de um jeito diferente, nunca consigo fazer igual”, conta Mãe Nete, que mantém o Ponto de Cultura Galpão do Vira, onde realiza cursos de corte e costura para ensinar os jovens o que aprendeu com sua mãe.

SERVIÇO
Mostra “Yabás, Mulheres Guerreiras do Panteão Africano”
Núcleo da Cultura Afro-Brasileira (NCAB) – Casa 34, Pátio de São Pedro
Dias 15 e 22 (domingo), das 14h às 19h
De 16 a 20 de maio, das 9h às 17h
Informações: 3355-3100

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